Capítulo 8°

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- ... Tem que contar a ela tenho certeza que, logo mais, ela vai descobrir por conta própria!

- Eu sei,  mas queria descobrir os limites de nossa querida Alice.

- Bom.... você quem manda, só estou dando minha opinião.

- Sua opinião não me é útil, dê suas opiniões quando caber a você as decisões importantes Nicolas.

- Sim senhor, me desculpe...

- Agora se retire, me deixe a sós com ela!

   Apesar de ter se passado alguns segundos desde que acordei mantive meus olhos fechados, sentindo meu corpo estarrecido e tenso ao mesmo tempo. Me mantendo imóvel, controlo minha respiração no compasso certo para não chamar a atenção ou aparentar que acordei.


Não lembro de muitas coisas antes de apagar no chão do quarto, só do pesadelo e do enorme desespero.  Sinto o colchão se afundar ao meu lado e uma mão repousar em meus cabelos.

- Quem diria que você se tornaria essa mulher tão bela. - Ele acariciava meu rosto com ternura e delicadeza - Uma copia exata da sua mãe. - Meu coração deu uma batida em falso.

Bem devagar abro os meus olhos como num despertar matinal, vejo olhos castanhos, cabelos esbranquiçados igualmente ao tom da sua barba, muito bem aparada.

- Como conhece minha mãe? - Por meros segundos pareceu surpreso mas logo se pôs a expressar seu rosto rígido como os tantos outros por ali.

- Posso te contar uma história? - Se levantou e foi em direção a um bar improvisado.

- Eu quero saber quem você é! - Me sentei na cama e ele veio ate mim se sentando novamente ao meu lado e me oferecendo um copo, hesitei porém o peguei.

- Me chamo Deimiem Stewart. - Ele ficou em silêncio me observando.

- A história... - Encarei o copo no aguardo pelo restante da sua fala.

- Ah claro - Se posicionou, ajeitando-se na cama - Por incrivelmente clichê que pareça, a muito tempo atrás, eu conheci uma mulher surpreendentemente madura, esbelta e linda, eu era o típico moleque que ficava com quem quisesse, e com Elizabeth não foi diferente - Riu debochado me fazendo sentir nojo e lutar contra a vontade de me afastar dele - Estava indo tudo bem em nosso relacionamento até a noite do nosso baile - Demostrou arrependimento - Quando ela, por assim dizer, se entregou para mim.... 

- Desculpa, o que? - Minha confusão e nervosismo eram nítidos.

- Ela engravidou - Tive a sensação de queda na minha pressão - E adivinha... - Ele esboçando felicidade me informou - Você nasceu, minha filha!

Ali em choque eu me perguntava se tinha jeito pior de se conhecer um pai?

- Mentira... Você nem deve saber quem realmente é minha mãe, você...  - Eu ri meio desnorteada por ter me deixado ser manipulada levantei e caminhei até o bar deixando o copo lá. - Você não me engana.

- Eu conheço Elizabeth muito bem, acredite, naquela época eu era bem mais atraente.... - Ele brincava com o copo e o conteúdo dele em movimentos leves. - Ah outra coisa, não julgue o meu negocio, ele me ajudou a crescer muito. - Diz calmo e sereno.

- Negocio? - Eu sentia minha raiva subindo os diferentes níveis - Você e esses homens são misóginos sádicos, vocês tratam vidas como sendo descartáveis e insignificantes, isso não é negocio, é crime! Elas tem...- Ele me interrompe.

- Você é muito cética, filha.... Esperava que você tivesse mais amplitude do que significa negócios. - Caminhando até o bar se serve mais.

- Você não é meu pai, eu sou nova de mais pra ter nascido quando minha mãe tinha 18, isso só prova que você não pode ser meu pai! Eu nasci em 2000, logo seu calculo estupido tem uma falha de um ano e não vai bater... - A minha raiva foi diminuindo e a 'confusão tomando espaço. - Só se... - Eu ri um pouco nervosa - Você não é meu pai...

- Você vai demorar a se acostumas mas o choque, ele....- Ignorando seus resmungos caminhei pela sala analisando.

- Você é o pai da Zoe... 

- Não, você só está com dificuldade de assimilar. Você é...- fazendo uma pausa ele largou o copo e se virou com uma feição confusa que logo mudou para repulsa. -  Você ! 

 Ele veio em minha direção com indignação e com medo fui me afastando conforme seus passos aumentavam até onde a parede excedia seu limite. Pegando no meu pescoço com força me pressionou contra a mesma me sufocando ao mesmo tempo em que eu tentava desesperadamente tirar suas mãos que fechavam cada vez mais minha traqueia.

- NICOLAS! - Ao que ele estra na sala tenta disfarçar a surpresa ao ver Deimiem me jogando no chão. - TIRA ELA DAQUI! AGORA! 

Ele simplesmente obedece me levantando com brutalidade e me tirando do cômodo. No corredor ele alivia a pegada no meu braço e de forma mais jeitosa me ajuda enquanto tento puxar o ar. Ele então abre as portas da sala do leilão me direcionando para dentro.

- Eu não acredito. - Depois de alguns segundos me recompondo consegui falar algumas poucas palavras.

- O que houve? - Ele fechou a porta e me pôs a ficar frente a frente com ele.

- Bem, eu descobri que meu pai na verdade não é meu pai e que minha mãe tem um péssimo gosto pra homens - Ele demonstrou confusão só concordando - Eu preciso sair daqui! -tentei me levantar mas ele me segurou.

 - Ok... Você entende que eu não posso te proteger aqui dentro, não sem eles desconfiarem de mim, certo ? - Senti um certo medo.

- Eu sei e sinto muito, entendo se quiser desistir até porquê, eu basicamente estou pedindo que você se mate por mim, é idiota...- ele levanta e caminha até a mesa que tem no canto da sala.

- Isso não existe... Eu não posso esquecer que você vai morrer e provavelmente a Maitê também... - Ele vira e força os olhos fechando-os - Esse não é o ponto! O ponto é... Agora que Deimiem sabe que você não é a filha dele, ele vai querer te matar.

- Mas por que? Não faz sentido! Eu ainda poderia ser uma mercadoria ou...- Caminho até a mesa também e me sento em sob ela. - Eu não sei, não parece prático... - deixei meu corpo relaxar e respirei.

- Eu entendo o porque dele ter ficado brabo, os caras fizeram uma merda das grandes trazendo a filha errada mas ainda não explica muita coisa mas e se - ele para de falar instantaneamente.

- E se o que? - Incentivo ele a continuar e caminho até a frente dele. 

- Sua mãe já falou de traição com você ou... - Não espero ele terminar e dou as costas.

- Se você quer acusar alguém aqui, que tal o animal que me trouxe pra cá? - Tento abrir a porta mas ele me impede bloqueando a passagem 

- Ok, fui longe... - Percebendo que esse é o mais perto que vou receber de uma retratação, só desisto e tento tirar ele do meu caminho,

- Aonde você vai ? - Nicolas logo se aprumou em me seguir.

- Preciso de um banho! 

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Olá caros leitores, espero que estejam gostando do livro !

Dêem seu voto e comentem o que estão achando

Contudo, Um grande abraço e até o proximo capitulo !

Que a força esteja com vocês ❤

Para Sempre, Alice.Onde histórias criam vida. Descubra agora