X - Epílogo

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"Querida estranha,

Apesar de nos conhecermos, acredito que ainda somos um pouco estranhos. Afinal, nós nem nos conhecemos há tanto tempo assim. Então eu decidi escrever uma carta, de um estranho para uma estranha.

Eu decidi escrever essa carta porque há uma semana eu recebi uma carta incrível, e ontem eu esbarrei em uma menina com cabelos lindos e um sorriso que tirou meu ar. Acho que isso tudo me deixou um pouco inspirado. Posso parecer um louco ou meio esquisito, mas espero que não se importe.

Como eu disse, há uma semana e pouco recebi uma carta misteriosa e anônima. Aquilo me deixou muito curioso. Eu fiquei tão, tão curioso que até pensei em hackear os arquivos do governo para ver se descobria quem a remetente seria. Ela falou algo sobre "muitas possibilidades" que poderiam ter acontecido com sua carta, e eu também enxergava essas possibilidades. Essa remetente, quem ela seria? Como ela seria? Qual era o tipo de coisa que ela gostava e como um jardim podia ser um fator decisivo na hora de escolher um endereço?

E principalmente... qual seria seu nome?

Por dias eu não conseguia parar de pensar nisso. Eu peguei um resfriado e tive muito tempo livre para fantasiar. Eu conseguiria algum dia descobrir quem seria N.B.? Formas absurdas de me comunicar com ela passaram pela minha mente, de aviões escrevendo no céu a festas com sapatinhos de cristais. (Eu realmente estava com muito tempo livre, e um pouco febril).

Agora, eu não sei o que eu fiz para o destino gostar tanto de brincar comigo. Porque assim que retornei à faculdade, ainda me recuperando do resfriado, meu coração que estivera ocupado com N.B. durante toda aquela semana sentiu-se um pouco abalado por uma onda de cabelos loiro-claros. Quando descobri a relação entre a garota da carta e a garota que está lendo esta carta agora, percebi que tinha duplamente me apaixonado.

É claro que eu queria que tudo tivesse sido diferente. Eu queria me aproximar de você aos poucos, de acordo com as regras da boa convivência e educação. Queria ter te levado em encontros sem os idiotas dos meus amigos arruinarem tudo, e então depois de muito tempo revelar a coincidência como uma história engraçada. Foi uma pena que não tenha acontecido assim.

A ideia dessa carta surgiu, na verdade, por causa de um dos idiotas. Ele disse, quando recebi a carta, que eu deveria começar uma corrente de cartas anônimas e que você saberia que você começou tudo. E um dia a minha carta chegaria até você, como num filme, e nos conheceríamos e nos apaixonaríamos. Embora isso tudo pareça incrível, eu não precisei ir longe; você estava bem aqui perto de mim.

Mas a ideia de nos apaixonarmos não é tão ruim assim. Pode parecer muita pretensão da minha parte assumir algo assim, até porque só estou considerando os meus próprios sentimentos de dois dias aqui. É algo que muitas pessoas considerariam insano. Por isso, não vou te forçar a nada, nem a aceitar o meu passo louco nem a responder essa carta. Você pode decidir o que for melhor para você.

No entanto, tem uma expressão na carta que recebi de N.B. que me marcou de certa forma.

"Tantas possibilidades!"

Ainda há muitas delas.

E eu vou deixar que você decida se gostaria de descobrir quais seriam algumas delas.

- J.B.

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PS: nota da autora enorme e chorosa no próximo capítulo.

Querido EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora