Capítulo 3

4.6K 455 22
                                    

POV. Christian

Eu estava muito puto da vida, como aquela garota ousa ser tão autoritária comigo? Quem ela pensa que é? Vem aqui parecendo um trapo e acha que sou obrigado a sentir pena dela? Foi assim que Savanah fez, me lembro bem daquela vagabunda vindo aqui toda suja e implorando ajuda, meu passado bateu a porta e não pude negar ajuda e tudo que ela queria era me arrancar dinheiro, eu senti pena e ela estava apenas usando meu lado mais humanitário. Arrumei emprego, dei casa e o que comer, cheguei a me interessar nela e no final ela disse que eu estava assediando ela sexualmente.
Aquele maldito olho azul como o mar estava me perseguindo, eu fui muito preconceituoso com ela. Chega Grey, é só mais uma porra de interesseira.
Volto a trabalhar mas sua voz autoritária ainda ronda minha sala, que garotinha mais audaciosa e tão bonita. Porque ainda estou pensando nela?
Passo o resto do meu dia enfurnado na minha sala e quando olho as horas já passam das 21:00.
Pego minhas coisas e sigo com Taylor para casa e olhando as ruas na esperança de ver aqueles malditos olhos azuis, o que é isso? Acho que é peso na consciência eu fui um idiota com a moça, todas as outras bem arrumadas eu analisei seus currículos e eram ruins e daquela nem sequer peguei o papel, eu era um homem de merda mesmo:
- Taylor pare naquele bar.
Ele estaciona e fica dentro do carro, vou ao o bar e peço uma dose de whisky, o homem loiro de olhos verdes sorri e serve, seu crachá está escrito Ethan, uma moça ao meu lado o puxa e arranca um beijo, deve ser a namorada já que ele tem um anel de compromisso no dedo, assim que ela sai dali beija outro, fico confuso mas mantenho minha atenção no meu copo:
- Outra dose.
Ele serve e segue sorrindo para as meninas que vem ao balcão:
- Você é tão lindo Ethan mas não vale nada. - a menina fala. - Você deveria largar a Annie e seguir solteiro.
- Eu gosto de ter Ana ao meu lado, ela é moça quieta e as daqui são vadias baratas.
- Toma cuidado que um dia ela descobre.
Paro de escutar a conversa deles e vejo que a raça masculina em geral não vale nada, bebo num gole o resto do líquido âmbar no copo.
- A saideira por favor.
Ele serve mais uma dose e eu aprecio o liquido descendo seco pela garganta e agora consigo não pensar tanto naquela menina autoritária que me deixou desarmado e frustrado na minha sala, tive vontade de correr atrás dela e espancar sua bunda para ela não falar com alguém como falou comigo.
Pago minha conta e sigo até o carro:
- Para casa Taylor.
- Sim senhor.
Ele segue todo o caminho em silêncio e assim que entra na garagem eu afrouxo a gravata e sigo para o elevador, ele entra em seguida e digito a senha para a cobertura, minha intenção é chegar e tomar um banho e cair na cama mas meus planos vão por água a baixo quando as portas abrem e vejo minha família ali:
- O que fazem aqui?
- Oi pra você também Christian, tudo bem? - Mia começa.
- Tudo Mia mas não entendi a recepção!
- Filho apenas sentimos saudades e viemos aqui mas se preferir vamos embora...
- Não mãe, desculpa minha grosseria, hoje foi um dia puxado, vocês já comeram?
- Não mas eu tomei a liberdade e pedi para a Gail fazer algo para nós.
- Tá bom Kate, eu vou tomar um banho e me junto a vocês tudo bem? - eles acentem. - Pai nem te cumprimentei.
- Oi filhão. - ele me dá um abraço de macho. - Vai relaxar e depois conversamos.
- Isso bichona vai tomar seu banho de beleza.
- Vai se foder Elliot.
- Christian Grey olha a boca. - minha mãe me repreende.
- Foi mal dona Grace.
- Bem feito. - suspiro derrotado.
Sigo pro meu quarto e tiro minha roupa, enrolo a toalha em volta dá cintura e entro pro banheiro, eu adoraria me afunda na banheira mas com eles me esperando não vai dar. Tomo um banho na ducha quente e visto um moletom e uma camisa branca e volto para a sala:
- O jantar está pronto maninho.
- Vamos comer então. Kate onde está Elliot?
- Foi comprar um remédio para mim, estou com muita dor de cabeça.
- Acho que aqui tinha. Vamos esperar ele então...
- E então filho como foi com tailandeses?
- Foi ótimo pai, conseguimos comprar as ações deles e a GEH agora é acionista majoritário.
- Muito bom...
- Christian você tá tão abatido, tá trabalhando demais meu amor.
- Ah mãe eu gosto de trabalhar.
- Precisa se divertir.
- Amanhã eu vou planar.
- Toma cuidado.
- Sim mãe eu tomo, se preferir eu posso apenas sobrevoar a cidade no Charlie Tango.
- Tudo pra mim é perigoso.
- Dona Grace relaxa, Mia vai voltar para Paris?
- Vou mas só para buscar meu namorado, vocês vão adorar o Luke Sawyer, ele é maravilhoso.
- Faz o que dá vida?
- Ele é advogado.
- Hum.
Elliot volta e se junta a nós, as vezes é bom ter eles por perto, posso não demonstrar mas gosto deles, Elliot e eu nos conhecemos desde o orfanato e ele era um bom amigo, Mia chegou depois que já estávamos com os Grey's, ela era linda e gorda e eu a amava, ainda amo mas antes ela não falava e era melhor assim, Kate conheceu Elliot na universidade e eles desde então namoram, na verdade estão noivos a alguns meses e preparando o casamento, eu gosto da minha cunhada, ela cuida bem do meu irmão e isso é o que vale.
Jantamos em meio a conversas e eles ficam ali por mais algumas horas falando de futebol, nunca fui ligado a isso mas para agradar meu pai sou torcedor do Manchester United, eles estavam falando de alguma vitória e eu apenas ouvia tudo atentamente porém lembrando daqueles olhos azuis, será que ela vai me perseguir agora para eu me lembrar todo o tempo do homem de merda que fui? Eles eram tão claros e expressivos, ela parecia tão triste e eu fui um desgraçado. O mais estranho é que nunca me arrependo dos atos que cometo mas essa porra de olhos azuis como o oceano me olhando tristemente ao sair da sala me fez ficar como um merda todo o dia.
Logo eles decidem que está tarde e precisam dormir e me despeço deles e sigo pro quarto, analiso uns contratos e vejo novos e-mails e não há nada de novo.
Desligo meu notebook e me deito, remexo um pouco na cama e quando encontro uma boa posição acabo relaxando e deixando que o sono venha ao meu encontro e então adormeço.

Em busca da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora