Capítulo 8

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POV. Christian

Quando meu relógio desperta às cinco e meia me levanto depressa e vou ao banheiro, tomo um banho e sigo para a cozinha:
- Senhor Grey fiz bacon e ovos mexidos hoje!
- Ótimo Gail, quero suco de laranja.
- Imaginei que fosse, aqui está senhor.
Ela me serve e tomo meu café lendo o jornal do dia, assim que acabo faço minha higiene e  Taylor já está a minha espera:
- Senhor Grey. - ele cumprimenta.
- Taylor vamos ao local que vi Anastasia ontem.
- Certo.
Entramos no carro e ele segue para as coordenadas que coloquei no GPS e eu pego meu celular:
- Grey Enterprise & Holdings bom dia.
- Andrea bom dia, quero que cancele meus compromissos da manhã, tive um contratempo, remarque para amanhã.
- Certo senhor Grey, algo mais?
- Apenas.
Desligo e foco nas ruas, olhando para todos os lados atrás dela, assim que vamos aproximando do Vegas peço para Taylor parar, fico olhando fixamente e nada dela aparecer. Cinco minutos e nada...
- Vamos Taylor segue a frente.
Assim que o carro começa a andar vejo seu reflexo e sinto um calafrio percorrer meu corpo:
- É ela, acelera.
Ele pisa no acelerador e quando percebe que ela vai atravessar sem olhar para os lados ele freia bruscamente, desço do carro e ela me encara com os olhos fervendo de raiva:
- Você não vai fugir de novo.
- Eu não quero conversar com você.
- Olha aqui Anastasia quem dita as regras sou eu. - falo num tom mais alto.
- Não guita com a minha Annie. - o menino com olhos azuis iguais os de Anastasia me enfrenta.
- Christian você tá assustando Ian, então por favor se me der licença tenho que entregar um currículo.
- Ian? Ele é Ian? Foi você e ele que seu pai expulsou de casa?
- Você tá investigando minha vida?
- Não Anastasia, se você puder entrar no carro e ir conversar comigo eu posso responder suas perguntas.
- Eu não sei porque você está vindo atrás de mim, me perseguindo...
- Eu também não sei Anastasia, vamos por favor.
- Christian não precisa, eu aceito suas desculpas.
- Onde você está morando?
- Não é dá sua conta.
- Você pode me dizer ou eu posso descobrir. - ela revira os olhos e eu seguro o riso.
- A gente molava na rua. - meu coração dá um nó quando o pequeno menino fala.
- Vocês ficaram muito tempo na rua? - o remorso me consome.
- Não, um casal nos ajudou e emprestou um lugar para nós. - ela me responde.
- É aquela casa amelela lá. - Anastasia aperta os olhos quando o menino aponta o prédio.
- Já que não quer entrar no meu carro podemos conversar na sua casa?
- Depois disso você vai me deixar em paz? - não quero deixar ela em paz.
- Podemos ver isso.
- Então vamos.
Vou ao carro e peço Taylor para estacionar em um lugar que não seja proibido e sigo ela, assim que entramos no prédio ela desce as escadas e chegamos ao subsolo, ela destranca a porta e é um local muito pequeno​, o quarto tem um banheiro do lado esquerdo e do lado direito a cozinha, não tem muita coisa para se comer, só vejo biscoito na mesa:
- Vocês tem se alimentado direito?
- Leila e Jack nos ajudam com isso sempre que podem mas agora complicou e por isso estava naquele lugar ontem, não suporto ver Ian me dizer que a barriguinha está doendo.
Meu maldito passado vem na memória, eu fiquei quatro dias sem comer nada e eu tinha a idade desse menino, eu não podia deixar isso acontecer.
- Quem são Leila e Jack?
- O casal que emprestou aqui, eles moram no terceiros andar, são pessoas com coração enorme.
- Posso imaginar.
O garoto vem correndo com um papel na mão:
- Annie olha meu desenho, esse é aquele papai mau, essa é a mamãe indo embora e aqui é você cuidando de mim e esse é aquele papai do céu bom que você me disse.
- Seu desenho é lindo amor, agora deixa eu terminar de conversar com o moço para a gente sair.
- Tá bom. - ele me olha e agarra ela. - Será que ele também é mau igual aquele papai? - Anastasia ri.
- Não amor, ninguém é igual aquele homem.
O menino corre para o lugar que as folhas estão espalhadas e eu volto minha atenção a Anastasia:
- Porque veio atrás de mim Christian?
- Eu quero que trabalhe na minha empresa Anastasia. Assim que você saiu dá minha sala eu me senti a pior merda de homem na face da terra, uma coisa do passado veio em minha memória e eu descontei em você, e por minha culpa vocês estão assim.
- Não dá Christian, eu não posso mais...
- Me dê um motivo Anastasia.
- Pegue esse copo. - ela me estica.
- Pronto.
- Joga no chão...
- Mas vai que...
- Joga.
Solto o copo no chão e ele vira vários pedacinhos.
- Agora pede desculpas para o copo... - fico paralisado entendendo o que ela quer dizer. - Ele não vai voltar a ser um copo quando você pedir desculpas Christian.
- Eu sei que eu errei muito mas por favor deixa de ser cabeça dura e pense no menino, tem coisas sobre mim que você não sabe, assim como tem coisas sobre você que eu não sei, a gente não teve um primeiro encontro agradável mas isso não significa que não podemos tentar de novo.
- Como sabe tanto de mim?
- Fui no seu endereço e a vizinha me disse que seu pai expulsou vocês de casa.
- E como sabia de Ethan? Foi ela também?
- Quem é Ethan?
- Meu ex.
- Não Anastasia, seu namorado foi uma dedução equivocada.
Uma batida na porta nos tira a atenção e eu atendo é Leila e Jack:
- Ana querida conseguimos uns pães, trouxe dois, um pra você é um para Ian...
- Obrigada Leila, entrem.
- Desculpa não sabia que estava com visita.
- Ele não é uma visita.
- Quem é ele Ana? - o homem loiro pergunta.
- Christian.
- Ele tá te incomodando?
- Não, na verdade ele veio se redimir pois nosso primeiro encontro foi um tanto complicado.
- Então tá!
- Ana, Jack e eu vamos subir para dar o café de Henry, qualquer coisa é só chamar.
- Tá bom Leila e obrigada pelos pães.
- Não tem de quê.
Eles saem e ficamos a sós de novo:
- Eles gostam mesmo de você.
- Sim.
- Anastasia você não me deu uma resposta.
- Eu vou aceitar Grey com uma condição e dois motivos: primeiro Ian não pode passar fome por um capricho meu e segundo não quero vender meu corpo.
- Ótimo, e qual a condição?
- Jack está desempregado, você poderia ajudar a ele? Ele e Leila tem um filho e não merecem passar tantos apuros.
- Posso conseguir algo para ele também... Mas também tenho uma condição.
- Qual?
- Vou achar um lugar para vocês morarem mais próximo da empresa.
- Eu posso ir de ônibus.
- Anastasia por favor, aqui é um teto mas esse cheiro de mofo faz mal, você já pensou que isso pode fazer mal pro menino?
- Tudo bem, mas ache algo que meu salário pague.
- Sim senhorita Steele, vou te esperar lá em cima.
- Pra que?
- Você começa hoje.
- Mas eu nem tenho um uniforme.
- Eu vou mandar buscar um Anastasia, você veste o que? P ?
- Acho que sim.
Pego meu celular e disco para Taylor:
- Senhor Grey.
- Vai a GEH e peça a Andrea para mandar uniformes P o mais rápido possível.
- Sim senhor.
Desligo e ela fica me encarando como se eu fosse um animal exótico:
- E Jack? Você vai ajuda-lo?
- Podemos ir ao apartamento dele, eu nem sei qual é a experiência dele.
- Vamos la, Ian meu amor quer brincar com Henry?
- Quero Annie.
- Então vamos.
O menino se levanta e abraça a irmã, eu os sigo e no terceiro andar ela bate na porta o homem atende:
- Ana tá tudo bem?
- Sim Jack podemos entrar?
- Claro.
Entramos e o homem fecha a porta e eu puxo assunto:
- Senhor Jack eu queria saber qual sua experiência profissional...
- Ele é Christian Grey. - Anastasia intervém e ele abre a boca.
- Senhor Grey... Eu sou formado em ciências da computação.
- Muito bom, eu tenho uma vaga e adoraria ter o senhor na minha empresa.
- Sério? - ele diz espantado.
- Sim, vocês ajudaram ela é nada mais justo eu ajudar vocês. - isso soou meloso demais.
- Senhor Grey é claro que eu aceito, eu preciso cuidar dá minha família.
- E sua esposa trabalha?
- Não, prefiro que ela cuide do nosso menino.
- Se importa se ela trabalhasse cuidando do garoto Ian?
- Leila cuidaria dele com prazer.
- Christian não quero que intrometa com Ian.
- Anastasia seu irmão precisa de cuidados e se já tem uma pessoa conhecida é melhor e eu tô fazendo isso pelo garoto e não por você. - e lá estava eu sendo rude de novo. - Sua esposa aceitaria?
- Amor. - ele grita.
- Oi meu bem.
- O senhor Grey tem uma proposta.
Ela surge na sala e me encara espantada:
- Esse é o senhor Grey?
- Sim.
- Prazer.
- Eu ofereci um emprego a seu marido e ele aceitou, assim como Anastasia também irá trabalhar mas preciso que alguém cuide de Ian, você aceita? Será o salário de uma babá.
- Eu posso cuidar dele sem cobrar nada senhor Grey.
- Eu entendi que vocês têm o coração enorme mas você pode ter sua independência financeira e assim comprar coisas para você e seu filho.
- É... Isso é mas não posso tirar dinheiro da Ana, ela mal começou.
- Eu que vou pagar.
- Tudo bem eu aceito.
- Ótimo, Jack você começa amanhã.
- Obrigado senhor Grey. - apenas sorrio para ele.
Descemos as escadas e Taylor me liga:
- É o Grey.
- Senhor a roupa está aqui.
- Estamos indo aí.
Desligo e olho para ela:
- Seu uniforme chegou, vamos almoçar e depois você se veste.
- Você é muito mandão.
- Um pouco, vamos! E eu não estou pedindo. - ela revira os olhos e minhas mãos coçam de vontade de espancar essa malcriada.

Em busca da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora