Prólogo

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QUANDO você é criança sempre escuta coisas sobre o certo e o errado. Você tenta levar esses ensinamentos para a vida, mas uma parte do seu cérebro sempre lhe faz questionar o porquê de tudo aquilo que te foi passado.

Porque você não pode encarar demais alguém? Porque vai demonstrar muito interesse! (E se eu estiver interessada, hein?!).

Por que você não pode ficar com alguém, se essa pessoa está comprometida? Isso em alguns casos é proibido devido a religião e, em alguns casos, o caráter. O meu foi religião, mas não vamos entrar nesse contexto aqui.

Por que você não pode ficar com alguém mais velho que você? Sempre tem que ser o namoradinho ou a futura garota.

E se eu quiser ficar com o adulto, qual o problema?

São muitos "porquês" para cabeça de uma garota de catorze anos.

É, catorze anos, eu tinha na época de grandes questionamentos e tenho algum deles até hoje, por mais que o cérebro não quisesse deixar os ensinamentos entrarem,e entraram e criaram raiz, tenho força pra arrancar eles, mas nem sempre é fácil!

Vamos voltar ao meu décimo segundo ano de idade quando comecei a notar a beleza dos homens mais velhos que, na época, eram os adolescentes de dezesseis/dezessete anos. Na época, dois em questão atraíram minha atenção. Um era lindo, branco, cabelo loiro escuro e olhos claros, o outro do mesmo jeito, só que com traços diferentes e ao mesmo tempo familiares. Primos.

Nenhum deles olhavam pra mim, eu tinha doze anos, claro que não iam olhar.

Então aproveitei para continuar as encaradas quando podia... Rua, igreja, supermercado, feiras e por foi durante os anos.

Fui crescendo e amadurecendo física e mentalmente, pensamentos novos criaram raízes, olhares de deboches se foram e olhares de admiração chegaram, e não foi – ou foi surpresa – quando dois olhares que tinham 'sumido' do meu foco me tomaram como alvo.

Primeiro veio o de surpresa, depois reconhecimento e admiração, e o que está demorando mais: o olhar de desejo.

Não fico triste em dizer que os olhares são de ambos... Mas... Ah, o mas... Ele sempre vai estar aqui e em outras tantas histórias! Ele sempre vai estar lá, incomodando, tentando impedir que a história continue como o personagem quer.

E o meu mas é... Eles são casados. Os dois, com filhos e lindas mulheres com sorrisos felizes no rosto.

O que eu faço agora? O que eles farão agora?

Eu penso nas minhas irmãs mulheres? Não tenho compromisso com nenhuma, eu sei, mas a luz vermelha no cérebro pisca ERRADO! ERRADO! Maldita raiz que não saiu por completo.

Ou eu sou egoísta e penso só no meu desejo e prazer? Meu não, dos três, pois sei que os dois querem. Seria tão ruim? Eu seria tão mau caráter?

Creio que sim, eu seria, eu sou.

O meu caráter é diferente de muitas pessoas. O meu certo é o errado da maioria da população.

Não vou matar e creio que não vou magoar ninguém se colocar meu prazer em primeiro lugar durante uma noite, apenas uma noite. É só o que quero e é só o que eles terão.

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