martírio

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-Pietro sou eu de novo assim que receber essa mensagem me ligue estou preocupada com você.

Os dias se seguiram depois do meu aniversário, e Pietro estava cada vez mais estranho, à dias ele fora fazer uma viagem.Consegui contato com ele poucas vezes.
Não me disse o motivo de sua ida nem onde estava, única informação que tinha era que ele estava resolvendo alguns assuntos de interesse próprio.

Estava deitada quase dormindo quando meu celular tocou.

-Pietro, o que está acontecendo com você? Por que está agindo assim?

-Escute Jade há muita coisa que você não irá entender ou ao menos aceitar mas te peço um pouco de compreensão.

-Do que está falando?

-Minha querida eu te amo de mais, mas no momento não posso voltar, existem muitas coisas que eu preciso entender e resolver aqui, mas por favor me espere logo estarei de volta . Eu te amo minha pequena...Adeus....

-Pietro por favor eu...

Desligou o telefone, algo me dizia que aquele não era um simples até logo.

Os dias se passaram nada era como antes a falta que ele me fazia rasgava minha alma. Na saída da escola ele não estava mais lá, nos fins de semana não o via em baixo da minha janela me esperando , ficava horas e horas sentada no jardim a sua espera, e quando ouvia um barulho de moto meu coração se enchia de esperança, mas não era ele.

Não me atendia.Não respondia minhas mensagens, não havia sinal recente de suas atividades em redes sociais, nada...Era como se ele não existisse.

Estava disposta a descobrir o que havia acontecido..Fui até sua casa na esperança de encontrar algo que me ajudasse.

Chegando lá a casa estava completamente vazia não havia sequer uma agulha, absolutamente nada.Entrei em desespero, fui até o porteiro e desesperada perguntei.

-Peito Fulleer essa casa e dele, por favor, é meu noivo e eu preciso saber onde estão suas coisas.

-Perdoe me senhorita, mas há semanas o senhor Fulleer ordenou que vendesse todos os seus bens.Esse apartamento não pertence mais a ele outra pessoa o comprou e ainda hoje se mudará para cá.

Fiquei em estado de choque.

-Onde ele está, onde ele está?

Avancei para cima do homem que tentava me conter.

-Eu não sei..
Senhorita a única coisa que sei é que ele pediu que se desfizesse de tudo e deu a entender que não voltaria a cidade.

-Por favor me diga onde ele está.

Senti minhas pernas barbearem e tudo ficou escuro...

-Ela acordou...Como se sente querida?

Perguntava minha mãe.

-Mãe chama o Pietro para mim, por favor.

- Filha ele está viajando, mas logo voltara.
Tentava me acalmar.
-Não! É mentira ele não virá, ele me deixou, por que me deixou...Pietro! Cadê você por favor fica comigo, não me deixa por favor...

Eu gritava loucamente desesperada me levantando da cama.

-Segurem na ela está tendo uma crise psicótica, pais por favor se retirem do quanto.

O médico tentava me conter com a ajuda de uma enfermeira.

-Não! Eu preciso encontra lo ele não pode me deixar, não, me solta.

Senti uma pontada em meu braço e não enchergava mais nada...

Aquilo não podia estar acontecendo não podia.Pietro simplesmente desapareceu sem deixar pistas, simplesmente me abandonou como se tudo o que vivemos não tivesse tido a mínima importância para ele.

Passei dias no hospital sedada,os médicos diziam que eu estava tendo crises psicóticas e que era arriscados me deixar sozinha, sempre tinha alguém no quarto, o que me incomodava pois não queria ver ninguém.

Tudo me lembrava ele, palavras gestos tudo me lembrava meu amado o que me levava cada vez mais a ruína.

-Senhora Marta, darei alta s sua filha mas a qualquer sinal de recaída me ligue, e não a deixar sozinha em hipótese alguma. Ela precisará muito da família nesse momento...

Chegando em casa fui para meu quarto, era tão doloroso tão devastador...A dor que se instalou em mim aumentava cada segundo, o via em tudo,o sentia em tudo estava ficando louca já não raciocínava, estava entorpecida...Cai em um choro profundo, soluçava, gritava, implorando para que tudo aquilo fosse um pesadelo. Vi a porta do quarto se abri.

-Soubemos que teve alta, vinhemos te ver.

As meninas estavam todas ali querendo me ajudar de alguma forma.

-Jhena ele se foi,ele me deixou, por que, eu o amo tanto.

-Eu sinto muito, Jade eu não sei o que dizer...
-Eu quero morrer, não vou suportar essa dor aqui dentro está me matando aos poucos, um mês que não o vejo... Eu juro que não aguento mais.

-Vai passar...
-Eu sinto tanta falta dele.

Chorei, como se a dor fosse sair junto com as lágrimas, minha alma se afundava cada vez mais em una depressão que parecia não ter fim.

Os dias se passaram arrastados, eu não saia do quanto desde que cheguei do hospital, não ia a escola, não me preocupava com a aparência...Nada mais me importava...Era como se ele nunca tivesse existido a única coisa que me fazia acreditar nisso era o buraco que estava aberto em meu peito.

"-Oi pequena.
-Pietro onde estava eu te procurarei tanto.
-Eu vim me despedir, vim dizer Adeus.
-Não por favor! Já te perdi uma vez... Não posso te perder de novo.
-Mas isso é só um sonho minha pequena eu não sou real, eu nunca fui real.
-Sim você é real e tudo o que vivemos?
-Não passou de uma ilusão criada por sua mente assim como esse sonho...
-Não eu te amo isso é real.. Eu...
-Adeus pequena... Logo você voltará a realidade e verá que tudo nunca foi real.
-Não Pietro não!"

Acordei gritando, mais um sonho, mais una noite sem dormir. Era o meu limite daria um basta em tudo.

Já era dia os primeiros raios de sol adrentravam minha janela.Me direcionei ao espelho, eu estava extremamente pálida, olheiras tomavam conta do meu rosto, meus cabelos estavam horrivelmente bagunçados. Parecia uma louca. Com muito ódio de mim soquei com toda minhas forças o espelhou o estilhaçado em cacos que caiam no chão, senti uma dormência em minha mão. Estava sangrando, abaixei me e apanhei um dos cacos que estavam aos meus pés. Me sentei na cama e com toda a calma do mundo passei vagarosamente o caco sobre meu pulso. Senti minha carne sendo rasgada e fios de sangue escorrendo.Não sentia dor estava adormecida, louca, fora de mim, troquei o caco de mãos e com certa dificuldade repeti o feito contando o outro pulso.

Senti meus sentidos se perdendo, já não doía mais a imagem de Pietro. Seu sorriso me acalmava. Vi a tão esperada morte se aproximando. Meu coração diminuía suas atividades cada vez estava mais fraco. Deitei me na cama e olhando para o teto me recordei da última vez que esteve em meu quarto no meu aniversário. Sorri ao lembrar do quanto eu era feliz.

Ouvi algumas vozes mas não as distinguia mais de que era.

-O que você foi fazêr... Chama o médico, ambulância, faz alguma coisa..
Era tudo o que ouvia.

Enfim ela chegou, a morte me aguardava e junto a ele Pietro me estendia a mão.

O nada se fez presente... Me entreguei a ela, não me importando com o resto do mundo que já não existia mais.

E foi esse o meu último suspiro.

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⏰ Última atualização: Mar 21, 2017 ⏰

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