Capítulo Sete

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Henrique

   Eu não era uma pessoa ruim. Só uma pessoa que aproveitava da melhor forma as oportunidades de fazer o meu trabalho certo e, se divertir um pouco, enquanto fazia isso.

   E eu tinha aproveitado da melhor forma ontem à noite com Adélia. A mulher sabia o que estava fazendo tanto quanto eu sabia. Só as minhas intenções no final que ela não sabia, e isso era o meu trabalho sendo executado com perfeição.

   Tendo um par de folhas nas minhas​ mãos sobre os documentos aos quais Leandro havia dado para ela, me dava a certeza de que ela estava envolvida. Mas não envolvida do jeito real da coisa, como o babaca do primo dela estava.

   César, que aparecendo no apartamento, não me deu a chance de sair de lá sem despedidas mais prazerosas.

   Adélia, era um show que eu queria repetir e pedir um bis por mais uma, mesmo que ela fosse a mulher a qual não poderia ter mais de uma vez. Já que envolvida no caso, mesmo que inconsistente, fazia parte do lado de Leandro.

   Mas isso não deixava eu esquecer sua face ruborizada em conjunto com seus cabelos flamejantes após o sexo. Ela tinha ficado deslumbrante, não poderia negar...

   Mesmo que eu afirmando isso poderia não ser valido, pois eu ter uma queda há mais por ruivas, poderia ser suspeito.

   Tanto quanto eu tinha uma queda por ruivas, por me lembrar a primeira mulher que amei de verdade, Leandro também tinha. E eu tinha mais essa certeza, por ele ter duas administradoras completamente ruivas...

—Sr. Henrique. —ouvi meu nome assim que pisei no saguão branco do prédio de Júlio Sales, meu amigo e companheiro, como Hugo, nesse caso. —Sr. Júlio disse que o senhor poderia subir.

—Assim você me faz parecer velho, Afonso. —brinquei com o porteiro de meia idade antes de me encaminhar para o elevador.

   Já dentro dele aperto o andar e abaixo meus olhos para as duas folhas que peguei na bolsa de Adélia, enquanto ela dormia. Bisbilhotar não era o que eu queria, mas era que eu precisava para ver quais papéis estavam com ela.

   Assim que as portas do elevador abrem saio para o corredor indo em direção a porta, que eu sei ser do apartamento de Júlio. Bato rápido e entro sem esperar sabendo que, esse mês pelo menos, Júlio não está com o rabo preso na cama com sua mulher; Lívia.

   Gostava bastante de Lívia, até me identificava com a mesma. Ela tinha tido uma vida de merda antes de conhecer todos nós e se incorporar na Interpol. Exatamente como eu, que tinha tido uma vida de merdas constantes antes da Interpol...

—Cheguei a pensar que tinha esquecido o que tinha ido fazer lá. —gracejou Hugo, assim que bati a porta as minhas costas.

—Esqueci, por alguns minutos e horas... —respondi enquanto me encaminhava para sentar no sofá cinza da sala de Júlio, onde Hugo estava.

—Me poupe dos detalhes, por favor. —disse Júlio que, diferente de Hugo, se encontrava em pé perto da janela aberta, que clareava toda a arejado sala.

—Ele está meio rabugento está manhã, porque a Lívia não ligou para ele ontem dos Estados Unidos.  —disse Hugo para mim, como se Júlio não estivesse bem ali o ouvindo.

—Nossa, teve ter sido uma noite difícil sem ela não ter te mandado um nude.

—Calem a porra da boca seus inúteis.  —resmungou Júlio nos fazendo rir.

—Inútil? —indaguei após uma boa risada da cara de meu amigo rabugento. —Um inútil que conseguiu isso aqui.

   Balancei o par de folhas chamando a atenção imediatamente dos dois que, sem demora, pegaram as folhas de minha mão.

Lutando pelo CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora