Henrique.
Queria que ela não lutasse?
Por que esse pensamento me atingira?
Não sabia! E nem queria pensar mais sobre isso enquanto dirigia com a moto emprestada de Hugo pelas ruas vazias em plena madrugada.
Mas, mesmo que não quisesse pensar, o final de semana estava bem cravado nos meus pensamentos. Lembrar de cada sorriso e atitude de coragem de Adélia, estava sendo como um combustível há mais para pensar nela.
Porra!
Isso não era o que eu queria no momento, era o que eu deveria evitar! Pensar nela, sair com ela, ficar perto dela! Essas eram coisas as quais deveriam ser evitadas para que Adélia não se machucasse e me odiasse num futuro não tão longe quando eu fosse a causa de ela perder o emprego, e ainda de seu primo ir preso.
Me importar com ela após isso acontecer não deveria ser uma preocupação, mas quanto mais eu pensava o quanto ela me odiaria, mais uma preocupação se tornava consistente na minha cabeça.
E isso era tudo o que eu não precisava no momento. Me importar com a ruiva que eu só deveria ter pego informações. Ter as pego sem qualquer envolvimento há mais.
Mas quando a vi daquele jeito acanhado não consegui parar minhas seguintes ações. E mesmo nãos as entendo, a levei para um dos mais gostosos fins de semana...Desisto de tentar raciocinar essas coisas quando já avisto o teto da casa de Hugo e Julia.
—Tudo bem, não vou precisar usar esse pé de cabra. —disse Hugo assim que desci de sua adorada moto.
—Como eu disse, você pode confiar em mim.
Tirei o capacete negro da minha cabeça e entreguei o que Adélia havia usado para ele.
—Minha mulher teve suas dúvidas e me deu isso aqui.
Bufei quando Hugo levantou o pé de cabra que leva consigo. Após solta-lo ele pegou os capacetes e voltou para depositar na simples varada da casa.
—Olha, já está falando como estivesse casado.
—Ele está treinando, já que está prestes a fazer o pedido. —disse Júlio que acabara de chegar e sair de seu BMW.
—Não acredito que você vai colocar as algemas. —gracejei rindo enquanto nós três nos encaminhávamos para o meu carro que, algumas horas atrás, eu havia deixado para a corrida de moto.
O quintal espaçoso da casa de Hugo acomodava os dois carros e ainda a moto dele preguiçosamente. A casa que ficava ao fundo era o que qualquer um iria querer: bela e de aparência aconchegante. O que me lembrava a minha antiga casa na Alemanha....
—Assim você vai assusta-lo. —Júlio acompanhou meu escárnio quando entramos no meu SUV Lifan.
—Eu não me assusto fácil. Então podem ficar tranquilos, eu sei o que estou fazendo! —garantiu Hugo sentando no banco do passageiro ao meu lado e Júlio atrás.
—É melhor saber mesmo é da minha irmã que você está falando. —cutucou Júlio, como um típico irmão mais velho. —Trate-a como Henrique trata as putas dele e eu vou acabar com você.
—Hahaha. —riu Hugo da ameaça explícita de Júlio. —Henrique anda tratando uma diferente das outras. Uma ruiva...
—É melhor você não estar se referindo a Adélia de puta. —cortei antes que pudesse me parar.
A palavra puta não se encaixava em Adélia, então cortar Hugo e não dar um soco nele foi o que fiz. Além de que, estar dirigindo em meio a uma rua escura, soltar o volante, mesmo que por uma boca causa, não parecia uma ideia inteligente.
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Lutando pelo Caminho
Aksi"Se você não lutar por alguma coisa, vai morrer por qualquer coisa!" Livro independente! Mas se antes quiser conhecer os personagens secundários desta, as suas histórias estão completas em meu perfil! Fica a critério de vocês ★-★