Capítulo Seis

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—Eu sei que todo mundo fala para não reparar na bagunça, mas agora realmente, não repare! Está literalmente uma bagunça! —eu disse quando coloquei a chave na fechadura da porta de madeira.

—Sem problema.

   Sua resposta final me fez abrir a porta e adentrar no apartamento escuro por causa da falta de luz do sol, que já tinha se posto totalmente no horizonte. Liguei a luz e fiz menção para ele entrar.

—Bem-vindo ao meu pequeno, mas muito confortável e aconchegante, apartamento.

   Estendi os braços dando ênfase em minhas palavras quando joguei minha bolsa em cima do sofá coloridamente quadriculado e tirei a sapatilha de salto baixo dos meus pés. Vi ele olhar para todas direções analisando meu pequeno apartamento que, com ele ali perto da porta, parecia bem menor.

—Que sofá mais interessante.

—Você quer dizer a cor. —eu ri indo para cozinha tentado arrumar um pouco da bagunça instalada ali. —Ele é peculiar assim mesmo, mas eu acabei me apaixonando por ele no momento que o vi.

—Deve ter sido uma paixão avassaladora.

—E foi mesmo. —admiti rindo quando desisti da pia e decidi que aquilo só melhoraria se eu lavasse, mas no momento eu tinha proposto lavar outra coisa.

   Voltando para sala em alguns pequenos passos olhei para ele que, com sua atura e corpo forte, tomava praticamente quase todo o sofá.

—Você pode me dar sua blusa para que o sabão e água faça sua mágica?

—Claro.

   Ele se levantou e já foi levando os dedos aos botões de sua camisa a abrindo lentamente. Meus olhos, sem eu perceber, se prenderam ali na lenta abertura de sua blusa e a mostra de seu peito e seu abdômen definido.

   Tive que tomar uma boa respiração para que os hormônios femininos se acalmassem, pois não estava sendo fácil ter um sonho de consumo bem no meio da minha sala.

   Eu poderia lavar a blusa nesse tanquinho a minha frente...

—Aqui.

   Ele estendeu a blusa escura e manchada na minha direção que, não olhando para o seu rosto, a peguei para tentar não me constranger mais do que já estava, pois a minha secada tinha sido possivelmente vista.

—Eu vou lavar e já volto!

   Já fui logo saindo da sala para o corredor passando pelo meu quarto entreaberto até chegar no cômodo onde a minha máquina de lavar ficava. O cômodo afastado da sala me dava a segurança perfeita para colocar tudo de volta no lugar!

   Quando terminei de colocar sua camisa e não havia mais nada o que fazer ali decidi que era hora de voltar e encarar Henrique. Respirando fundo e pondo abaixo todo aquele fogo, comecei desamarrando meu cabelo do coque, que havia domado todo meu cabelo ruivo até o momento.

   Cheguei na sala no instante que todo meu cabelo se projetava selvagem novamente e doma-lo seria uma tarefa que hoje, com certeza, eu não realizaria.

—Só alguns minutos e sua camisa estará como nova! —eu disse chamando sua atenção, que parecia estar nos detalhes do meu pequeno apartamento de paredes beges.

—Sem pressa

—Eu te emprestaria uma blusa, mas ela não entraria nem no seu braço.

   Sorri e não pude conter os meus olhos, que foram apreciar a vista sem meu consentimento, quando ele se levantou e tomou seu foco em mim. De frente o analisei atenta e logo notei uma cicatriz cortando do seu ombro esquerdo até a metade de seu peitoral.

Lutando pelo CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora