Novo rumo

366 71 8
                                    

Por algum tempo ela caminhou atenta aos lados tentando ouvir o mínimo barulho, mas tudo indicava que não tinha sido seguida por aquele estranho de língua esperta.

Mais aliviada por ele não estar em seu encalço, e depois de ter tomado uma boa distância do forasteiro, Inara procurou uma árvore frondosa e sentou se apoiando no tronco para descansar e esperar o dia amanhecer completamente.

Comeu da reserva da bolsa e suspirou preocupada ao ver que tinha mais moedas do que alimento, definitivamente precisava encontrar civilização já que sem línguas soltas para lhe dar informações não teria lugar para seguir.

Havia muitas possibilidades em uma pequena vila, porém teria mais sorte se encontrasse um aglomerado de estranhos oriundos de vários lugares, uma taberna com uma refeição quente poderia ser útil já que a procedência nunca era notada e ninguém se importava com os que entravam e saíam menos ainda com quem estava ouvindo seus assuntos, desde que a bebida continuasse a surgir em seus canecos.

Inara começou a planejar seu próximo passo, sentar para comer e ouvir conversas de bêbados, talvez flertar com viajantes, basicamente o mesmo que já vinha fazendo e que era garantido que traria algum fruto. Sim, isso seria bom para descobrir mais sobre essa criatura nas mãos dos guerreiros negros. Poderia ser o dragão do equilíbrio, um dragão de chumbo ou poderia ser qualquer outra coisa. Torceu a boca chateada, sentindo o desânimo de voltar a estava zero novamente, não dava para ter certeza de nada, não depois de tantas decepções.

Isso se aquele maldito intruso estivesse falando a verdade, ele podia muito bem ter mentido para tirá-la da corrida pelas escamas azuis, se fosse isso ele tinha vencido, de todo modo ela não podia ficar na floresta já que tinha chamado a atenção. Sem contar que se fosse analisar o que ele tinha dito, podia ser alguma coisa já que magnifico não era um adjetivo que qualquer criatura receberia, tinha que ser algo útil aquele comentário, ou... Inara suspirou já com raiva. Poderia novamente ser absolutamente nada.

Como todas às vezes nesses três meses, Inara não tinha mais nada a perseguir, novamente estava sem opções, sua pista eram as escamas, mas agora... Ouviu o barulho conhecido de asas e se alegrou. Ônix pousou o mais silenciosamente possível e abaixou o cotovelo.

Inara subiu contente no osso da junta e deslizou a mão com carinho por sua barriga enquanto era levantada. Não podia deixar de conversar, gostava da normalidade de poder falar com alguém, mesmo que não obtivesse qualquer resposta.

— Se alimentou direitinho? Vamos lá me conte quantos veados encontrou por ai, hein? Um gamo gordo pela floresta? Algum carneiro ou um boi magro dos moradores das Salinas?

Inara balançou a cabeça e reprovou. — Já falamos sobre isso garotão, nada de tirar alimentos daquele que não tem.

Ônix olhou taciturno para Inara e um som amoroso saiu de sua garganta. Soltou o ar pelo nariz e com um impulso alcançou voo, deixando o vento criado pelos movimentos de suas asas, fazer dançar algumas árvores na floresta.

Inara sorriu. — Não me responde hein? Mas sabe como é, enquanto eu não tiver Lisse e Ana por perto novamente, terá que me ouvir gralhar o tempo todo, pelo menos não fico maluca e também não esqueço como se forma palavras, minha língua pode perder a sabedoria com a falta de falar com alguém sabia? Então eu ficarei muda.

Inara abaixou no pescoço de Ônix e perguntou. — Gostaria disso? De finalmente me ver em silêncio voando com você por ai garoto?

Ele continuou subindo sem lhe dar a menor atenção, e assim que passou por algumas nuvens Inara ficou séria.

— Para o leste Ônix. Iremos a cidade de Bendize.

*****

Pequenino eu sei *-* Mas eu não quis encher linguiça escrevendo e escrevendo somente para engordar o cap. Espero que não fiquem tristes pela avareza de palavras hoje *-*

Sanoar 3- Herança Cósmica- (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora