Púrpura Régia

Capítulo XX

Capítulo 20

Peguei  meu arco,recolhi minhas flechas e voltei para casa.O lugar estava silencioso quando cheguei.Tentei fazer o menor barulho possível.Me deitei e fiquei pensando em como iria falar com Regina no dia seguinte.

17 DE MAIO

Já eram quase 10:30 da manhã,Roland já estava na escola e Regina ainda não tinha saído do quarto.Minhas mãos estavam suando de nervoso.E cada segundo parecia se prolongar até se transformar em longos momentos de nervosismo.

Eu estava acabando de tomar o meu café quando ela surgiu na sala.Hoje ela parecia estar mais bonita.O grande cabelo ondulado caía sobre os seus ombros de forma delicada,o vestido bem passado e o seu perfume eram uma perfeita combinação.

ROBIN:Bom dia!

Fui ignorado.Ela se dirigiu a cozinha e lá tomou seu café da manhã,uma vez que eu estava ocupando a mesa e eu tinha certeza que ela não queria ficar perto de mim.

Depois de um tempo ela apareceu novamente na sala.E eu tive coragem para falar.

ROBIN:Regina,precisamos conversar.

REGINA:Precisamos?

Ela deu de costas para mim e fez menção que ia subir as escadas.

ROBIN:Regina,eu sinto muito. –disse me colocando em sua frente,bloqueando o caminho.

REGINA:Me de licença .

ROBIN:Eu não aguento mais essa situação entre a gente.

Ela se manteve em silêncio.

ROBIN:Eu já lhe pedi desculpas pelo o que fiz e me arrependo a cada momento em que tu não olhas para mim.

Ela tentou passar por mim, todavia eu bloqueei o caminho novamente,fazendo com que nós ficássemos muito perto.

Regina...

Seu rosto estava  centímetros do meu.Eu podia,devia,me afastar  de sua proximidade repentina,mas eu não conseguia parar de encarar aqueles olhos que me hipnotizavam.

ROBIN:Me perdoe. –ele sussurrou.

E em seguida seus lábios encostaram com muita delicadeza nos meus.O sangue ferveu sob minha pele,minhas bochechas ruborizaram e o calor ardeu em nossos corpos.Minha respiração estava cada vez mais descompassada a medida que ele aumentava a velocidade do beijo.Meus dedos exploravam e se trançavam,timidamente, em seu cabelo,trazendo-o para mim.Eu não queria que aquele beijo se rompesse.No entanto o ar se fez necessário e  os nossos lábios se separaram enquanto eu respirava seu cheiro inebriante.

Ele se afastou delicadamente.Suas mãos ainda estavam pousadas em minha cintura.Naquele momento não havia nada para se dizer.Sem pensar,me aproximei ainda mais dele,em uma medida desesperada de sentir seus lábios de novo. Todavia,desta vez,ele recuou ,me afastou e me encarou com um semblante indecifrável.

Agora seus braços  estavam ao lado de seu corpo.As áreas nas quais ele tinha me tocado pareciam se arrepiar sem o calor de suas mãos.Ele foi o primeiro a romper o silêncio.

ROBIN:Te permito ir embora.

REGINA:O que?

Eu não esperava por aquilo.Ele se moveu rapidamente em direção a porta.

ROBIN:Tu podes pegar meu cavalo.

Eu estava sem reação.

ROBIN:Não quero que André te faças mal.Tu podes ir,Regina.Vá antes que eu volte,porque eu não conseguiria ver tu partir e ir para longe de mim.