Capítulo XXXIV

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Capítulo 34

Regina estava fitando aquela vela por um longo tempo.A cera escorria preguiçosamente até o encontro do castiçal e isso lhe trazia uma paz sublime.Se perguntou o porquê de tal sensação.Chegou a conclusão que não era a figura das velas,e sim o calor emanado destas que lhe conferiam a sensação de conforto.

Todavia,ela foi embora.Quando a barraca foi aberta,o álgido vento adentrou nesta e a vela apagou.O ambiente ficou escuro e ela reacendeu o castiçal, enquanto o vento batia em suas costas e passos eram ouvidos.

REGINA:Preciso ficar sozinha, Robin.—Disse calmamente.—Tenho certeza que não irás querer outra discussão,uma vez que estás sempre fugindo delas.

TUCK: Sinto informar,mas não sou o Robin.—Proferiu com um ar risonho.

Ela virou-se rapidamente,quando ouviu a voz que não pertencia a Robin e xingou-se por sua falta de educação.

REGINA:Me desculpe—Ela o encarou.—Não sabia que eras tu.

TUCK:Sem problemas—Ele sorriu.—Não me parece do feitio de Robin fugir das coisas.—Declarou,apertando os olhos para enxergar no local escuro.

REGINA:Ele o mandou vir aqui.—Presumiu,ignorando-o.

TUCK:Sim,ele pediu que eu a examinasse.Está preocup...

REGINA:Eu não precisaria ir sozinha se ele tivesse me deixado ir junto a ele.Nada disso estaria acontecendo—Interrompeu.

TUCK:Foi desta discussão que ele fugiu?

Regina reprimiu o convite para ele sentar-se à mesa a fim de conversarem;desta vez,ela que estava fugindo.

REGINA:Foi.—Ela levantou-se e começou a acender as demais velas.—Realmente,Robin não foge das coisas,mas,—Ela fez uma pequena pausa enquanto ia em direção à mesa.—como qualquer outro homem,busca por fim nos assuntos com palavras de ordem.O que no final,é a mesma coisa que fugir.Isto acontece quando eles não tem mais argumentos.

TUCK:E qual era a palavra de ordem?Ele a mandou ficar calada?

REGINA:Não.Robin,mandou que eu ficasse:"Tu não irás",ele repetia.Não sou um cachorro para receber comandos,Tuck.—As palavras jorraram rápida e friamente.

TUCK:Tenho certeza que não,mas acredito que ele apenas estava preocupado.Ponha-se no lugar dele,Regina.—Ela lançou-lhe um olhar bravo e sentou-se na cama,emburrada.—Ele ama-te e tem medo que aconteça como aconteceu com Marian.Ele tem medo de não conseguir protegê-la.—Declarou enquanto apertava a alça da velha maleta de remédios.

REGINA:Diga ao Robin que estou bem e que não preciso ser examinada.Passar bem,Tuck.-Falou,esperando que saísse,mas ele não o fez.

TUCK:Regina.—Ele suspira.—Aparentemente não são só os homens que terminam conversas com mandados.

Ela riu da contradição.

Ele parecia mais velho sob as luzes das velas,devia ter trinta anos a mais que ela,todavia,naquele momento,ele parecia ter mais; fazendo Regina se sentir uma criancinha preste a ser advertida.

REGINA:Acomode-se,por favor.—Disse,cedendo enfim ao exame.

Tuck puxou uma cadeira e colocou em frente do local onde ela estava sentada.Abriu vagarosamente a maleta,fazendo os potes de  vidro tintilarem.Ele pegou um pano branco e o banhou com um líquido verde,o qual Regina não identificou.

Ele entregou o tecido para ela e indicou que o colocasse sobre a boca machucada.

TUCK:Há mais algum corte ou hematoma?

Púrpura Régia Onde histórias criam vida. Descubra agora