Capítulo 36O colo adornado pelo colar foi um ímã para os olhos dele.Por seu rosto,um misto de expressões transpassaram, mas a estupefação era a mais evidente.Regina esperava por isso.Provavelmente,nos pensamentos dele,o colar ainda estaria pousado em cima de uma caixa,largado e empoeirado.Mas não,ela guardara,assim que ele dissera,antes de saírem de casa e dar começo a essa jornada,o que significava tal objeto.Oh,Deus,queria voltar àqueles tempos.Renunciar sua liberdade em troca de sua segurança parecia um boa opção para ela naquele momento.No entanto,sabia,ou pelo menos esperava,que tudo desse certo.
ROBIN:Pensei que não viria.—falou duplamente surpreso.
Todos subiram em suas montarias e seguiram pela mata fechada.Não sabia ao certo o que eles achavam de sua presença.Era difícil julgar suas reações por meio das diferenciadas expressões faciais.Eram um grupo pequeno.Regina sentiu-se grata por isso.Se ela falhasse,poucos veriam o seu fracasso,esse era o seu consolo.Embora soubesse o quanto havia treinado e aperfeiçoado o manuseio do arco ao longo de todas essas semanas,um fio de nervosismo fazia-se presente em sua mente.
TUCK:Não devia ter vindo.
Tuck a repreendeu quando pôs-se a cavalgar ao seu lado.Ele possuía um olhar de reprovação e inquietude.
TUCK:Quando contar a Robin,—Tuck lançou um olhar para esse,que cavalgava ao lado de João—ele não vai gostar nada de saber que arriscou a vida de seu filho.Se alguma coisa acontecer a essa criança,durante este assalto, não diga que eu não avisei.Tu estás sendo irresponsável!—a sua voz grave sendo sussurrada causava arrepios em Regina.
Com essas palavras,esporeou o cavalo e retirou-se.Ela contemplou Tuck afastar-se e por um momento desejou que ele caísse.Repreendeu-se e focou na estrada.
O caminho fora longo e cansativo,todavia Regina não ligava para isto.Quando ela finalmente conseguiu vislumbrar a oficina,uma ponta de medo misturado com excitação tomou conta dela.Nunca vira aquele local na vida,embora,no passado,visitara inúmeras oficinas de ourives e algumas casas de cunhagem.
REGINA:Não sabia que era tão grande.—falou baixo.
JOÃO:É a maior do reino,surpreendo-me ao saber que nunca veio aqui.—confessou João,que colocou-se ao seu lado.
ROBIN:Amarrem seus cavalos,os deixaremos aqui—disse ao grupo em um sussurro.
REGINA:Rei Leopold não era o tipo de homem que gostava de ser acompanhado em seus negócios.Para falar a verdade,quase nunca o acompanhava em qualquer coisa que seja—disse enquanto amarrava o animal à árvore.
JOÃO:Fico feliz que esteja nos acompanhando hoje.Sei o quanto tu querias isto.
Ela sorriu para ele e voltou a fitar o enorme muro da oficina.A sua volta as árvores eram quase escassas,para dar aos arqueiros um campo de visão mais abrangente.Em cada extremidade havia uma torre sem janelas.Na verdade,todo o lugar era escasso de janelas,Regina conseguiu visualizar apenas duas e isso a afligiu.Mas em contra partida,ela também não conseguiu avistar muitos guardas.No meio,erguia-se uma contrução alta e imponente.Na sua totalidade,o local era simples,mas o seu extenso tamanho atraía olhares.
Só parou de admirar aquela fortaleza quando viu as flechas voando na direção dos arqueiros nas torres de vigia.Fora um ato tão síncrono que todos foram alvejados juntamente.Alguns corpos simplesmente desapareciam de seu campo de visão quando acertados,já alguns despencavam e tingiam o suntuoso murado da cor de seu sangue.
JOÃO:Está vendo isto?Essas marcar vão permanecer e só a chuva poderá apagá-las,porque os homens muito dificilmente subiram nesses enormes muros.Será a lembrança do dia que eles falharam e os Merry Men triunfaram—João vangloriou-se.—É uma pena que esteja chovendo tanto ultimamente.
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Púrpura Régia
RandomNão há nada mais detestável no futuro que sua incerteza típica.São as coisas fruto de uma mera coincidência ou ao final, há sempre alguém por traz de tudo? Regina estava sendo perseguida,sua vida parecia estar desmoronando. Robin tinha um segredo,e...