Capítulo XXXII

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Capítulo 32

DIA 11 DE JUNHO

Eles seguiam como uma alcatéia.

Os mais debilitados iam à frente,ditando o ritmo.No final ficavam os arqueiros e espadachins mais habilidosos.No meio seguia o restante do grupo.É assim que os lobos se locomovem,os fracos à frente e os alfas protegendo o resto da matilha na retaguarda.

Robin seguia no final,era o líder,o lobo alfa.Regina seguia no meio,de modo que só podia ver Robin quando paravam para montar o acampamento.

No primeiro dia de caminhada o grupo estava desorganizado.Eles não seguiam pela estrada real,por via de dúvidas.No entanto,o atalho tornou-se a causa dos problemas.Os galhos sinuosos cobriam a passagem,refreando o sol.Sem falar nas pedras e raízes,que projetavam-se para fora da terra,funcionando como perfeitos imãs para os pés,gerando alguns tropeços.Todos tinham dificuldade em se locomover, até os cavalos.O ápice da confusão se deu quando a roda de uma carroça prendeu em uma raiz.A mesma estava carregada com todos os alimentos.

A carroça parecia que não se moveria e isso gerou insatisfação entre alguns homens.

"Isso irá nos atrasar".

"Irão nos encontrar".

"Teremos que levar os alimentos à mão".

"Colocaremos nos cavalos".

"Mas os cavalos já estão ocupados".

"O que faremos agora?".

A mente de Regina gritava que a culpa era dela.Ela havia indicado o caminho.O plano era dela.Inspirou e expirou.Tentou manter a calma.Mas essa não perdurou por muito tempo.Quando Scarlet começara a culpá-la,sentiu a raiva sendo bombeada pelo seu corpo e sendo concentrada nas pontas dos seus dedos.Daria uma soco nele,pensou.

TUCK:Ajude-nos,Scarlet,e pare de tagarelar.

Tuck,um homem de meia idade e cabelos tão brancos quanto o saco de arroz que carregava,lançou-lhe um sorriso e Regina murmurou um "Obrigada".

Regina começou a ajudar, carregando alguns sacos de alimentos,mas logo foi interceptada por João.

JOÃO:Isto é muito pesado,Regina.Dê-me aqui,eu levo.—Disse indo em direção à ela.—Tu podes levar aqueles menores.

Regina semicerrou os olhos.Estava cansada de ouvir críticas sobre sua capacidade lógica e física.

REGINA:Eu estou bem,João.Obrigada,mas consigo levar isto.

JOÃO:Tudo bem.—disse dando de ombros.

Depois de muito esforço,retirando todos os alimentos com a finalidade de aliviar o peso,eles conseguiram mover a carroça.E o trabalho continuou,foi necessário mais um tempo para recolocar tudo no seu devido lugar.

(...)

Nos dias seguintes,eles estavam cercados de altos arbustos,os quais cingiam o caminho e eram ideais para encobrir-los.No entanto,eles também escondiam alguns animais.

Quando doninhas,esquilos e lebres irrompiam do mato,eram capazes de assustar somente Roland,que se escondia atrás das pernas de Regina;mas no final todos aqueles pequenos animais eram caçados.A própria Regina matara inúmeros.

Regina andava sempre com o arco em mãos e aljava cheia.Sua mira e habilidade com a arma aumentara demasiadamente.

Certa vez,uma lebre atravessou na frente de Regina e João;a morena puxou a flecha,mirou e matou o animal tão rapidamente,que João não havia nem mesmo levantado o arco.

Púrpura Régia Onde histórias criam vida. Descubra agora