Capítulo 9: A possuída

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" As consequências de alguns erros são tão berrantes, intensas, macabras... simplesmente pelo fato de serem irreversíveis."
( Telbin Alves)

Eu fui transferida para outro quarto do hospital depois daquela cena macabra que acabara de acontecer, Elise permanecia ainda desacordada, amarrada firmemente a seu leito, eu estava angustiada pois não sabia o que estava acontecendo a Elise, implorei para que os médicos não apagassem as luzes na hora de dormir, eu estava apavorada demais e não conseguia andar, pois meus pés estavam bastante queimados, mas eles não me deram ouvidos, um cedativo fortissimo se apoderou de minhas veias me fazendo adormecer ligeiramente, mesmo aparentemente inconciente eu previa o perigo, um estrondo vindo do quarto ao lado, alertou a todos os funcionários do hospital, o enfermeiro que estava em meu quarto saiu para ver o que ocorria, eu queria saber o aue estava havendo, mas não conseguia me mexer nem falar, ou se quer abrir meus olhos, mesmo ciente de tudo a meu redor, após lutar bravamente, consegui me libertar daquela paralisia sinistra na qual me encontrava, ao abrir os olhos vi meu quarto escuro, eles apagaram as luzes e me deixaram sozinha, agarrei as extremidades da coberto levando-a ao meu rosto, cobrindo até o nariz, meus olhos se focaram no canto esquerdo, próximo a porta havia algo, meus olhos ainda não haviam se acostumado a escuridão, a luz do corredor piscava frenética, forcei a visão em direção a coisa, e ela começou a se mover de forma assustadora pelo teto, curvada como um animal a espreita, esperando o momento certo para atacar sua presa, eu soltei o grito mais alto que pude naquelas condições, antes que Elise caísse sobre meu corpo, apertando meu pescoço me sufocando com toda sua força, meus olhos saltavam da órbita, os olhos dela se foram, restaram apenas buracos negros vazios, e muito sangue escorria por seu rosto, enquanto eu sufocava, as únicas coisas que se passavam em minha mente eram as lembranças da vida antiga e feliz, de toda a história que compartilhamos eu e Elise, de todos os momentos juntas, eu olhava para ela suplicando e tentando falar, eu me debatia embaixo de seu corpo pesado, sem mais forças fui apagando, lentamente.
Meu último vislumbre, foi Elise sendo retirada de cima de mim a força por varios médicos que estavam ali de plantão naquela noite fatídica, logo após eu apaguei.

Ainda um pouco tonta abri os olhos com a luz que invadia meu quarto naquela manhã.

- Que bom que a senhorita acordou, sente alguma dor? -Disse o doutor.

-Não, eu estou bem. Onde está...

Ele não me deixou concluir a frase.

-Elise? Já vamos falar sobre isso, agora a senhorita trate de se recuperar, mais tarde conversamos outra vez.

Ele saiu me deixando sozinha no quarto, peguei o celular que estava na pequena comoda branca ao lado de minha cama, eram 7:00 da manhã, a neve havia cessado e o dia estava mais claro que de costume, minha preocupação com Elise só aumentava a cada momento, eu não conseguia mais senti-la no mundo, era como se ela tivesse desaparecido da face da terra, a imagem macabra dela sangrando, e sem os olhos me arrepiava até os ossos.

-E então mocinha, como você está?

Perguntou o doutor enquanto me examinava, arregalando meus olhos, observando.

-Eu estou bem, o que houve com Elise doutor?

-Amely ela está sedada, e presa em uma camisa de força, ela estava incontrolável, fomos obrigados, ela tentou mata-la duas vezes, você se lembra?

-Sim.

- Um enfermeiro que estava no quarto de Elise aparentemente se jogou pela janela, em seguida ela veio ao seu quarto e tentou... você sabe! - Disse o medico bastante sem graça.

Eu comecei a refletir sobre a morte, talvez ela não fosse tão ruim, seria apenas silêncio, paz, será que eu estava desistindo da vida? Eu não tinha mais medo da morte, ela era algo tentador para mim a essa altura, eu não queria mais voltar a minha casa, aquele lugar que sugava toda minha energia, e me deixava mal, o diário... Eu queria mesmo saber o que mais havia nele? Para mim a primeira página foi o suficiente para ter nojo do pai de minha mãe, é... Talvez eu quisesse morrer, e acabar definitivamente com aquilo.

E AÍ ESTÃO GOSTANDO DA TRAMA?
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BEIJOS E BONS ARREPIOS.

Os Fantasmas De Amely WilliamsOnde histórias criam vida. Descubra agora