Saviors

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Acordei assustada no meio da noite, faz tanto tempo mas ainda sim tenho pesadelos com aquele dia; meus pais lutando pela vida e sendo devorados por aqueles sacos de merda. Eu sei que a morte é algo inevitável, mas ainda me dói muito lembrar da quele dia e saber que não posso mais ter meus pais comigo ao meu lado, sentir o cheiro delicioso das panquecas da mamãe, ganhar do papai no xadrez ou passar a tarde de sábado com eles brincando no balanço no quintal de casa, nunca mais vou fazer nada com eles porque foi isso que sobrou, nada. Uma lágrima solitária carregada de sentimentos deslizava sobre minha face, Carl acordou no mesmo instante mas antes que percebesse limpei a lágrima, ele parecia saber o que estava acontecendo mas voltou a dormir e eu agradeci mentamente por isso pois não estava pronta para dividir meus sentimentos com outra pessoa, pelo menos não agora.

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No dia seguinte levantei-me mais cedo que Carl, o mesmo dormia como um anjo com seus cabelos bagunçados, não pude deixar de notar que era muito bonito, não consegui evitar um sorriso bobo no rosto.Eu conheci outros garotos de acampamentos que já estive mas nunca os olhei como olhava para Carl, ele tinha algo de diferente e especial que me atraía de uma forma inexplicável. Afastei-me de meus pensamentos quando o mini xerife acordou.

-Bom dia!-disse Carl arrumando suas coisas na mochila- acordou cedo.

-você que acordou tarde.- sorri tentando disfarçar

-Bom, de qualquer jeito é melhor irmos logo meu pai costuma pegar muito no meu pé, as vezes ele me trata como uma criança mas eu sei me defender sozinho!

-Pelo menos você tem um pai, ele te ama e só quer o seu bem deveria dar mais valor a ele.- disse pegando minha mochila e saindo da casa onde estavamos.

Fiquei alguns minutos sozinha lá fora a contemplar a imensidão azul que era o céu, logo em seguida a porta atrás de mim se abre e Carl vem em minha direção sentando ao meu lado nos degrais da casa.

-Sinto muito.- disse ele sem jeito - Ontem à noite, era com seus pais que estava sonhando?

-Tá mais pra pesadelo, mas prefiro não falar disso.- disse encolhendo os braços

Silêncio.

-Minha mãe também morreu- ele disse com o olhar baixo- Eu a matei, logo após o nascimento da minha irmã, eu a amava e por isso não poderia deixá-la se transformar então eu fiz, porque foi preciso.

-Os meus pais morreram, logo no começo.Foi bem na minha frente, os mortos acabaram com eles, não sobrou mais nada, não tenho mais ninguém, tive medo mas aprendi a me virar sozinha e desde então sou apenas eu.

-Eu sinto muito pelos seus pais. -Carl disse colocando a mão em meu ombro

-Eu também sinto muito por sua mãe - dei um pequeno abraço nele - Agora é melhor irmos antes que seu pai venha atrás de você! - sorri fraco

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-Falta muito pra chegar? - perguntei cansada

-Duas horas, no máximo.- disse Carl andando na frente

-Carl! Espera! - gritei para que ele podesse me ouvir

Encontrei um carro abandonado no meio da estrada, mas ainda dava pra usar, tinha gasolina no tanque então eu fiz uma ligação direta no carro.

 Walking Dead || Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora