• capítulo um •

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— Se o burro não é seu espírito animal, eu não sei dizer qual é. — Yoongi bateu na própria testa. — Sério Namjoon, eu te chamei aqui para me ajudar a solucionar um mistério e você me vem com teoria da conspiração?

— Desculpa, Sherlock Holmes, mas meus conhecimentos não são suficientes para solucionar tamanha façanha. — O mais novo assumiu um semblante sarcástico.

Yoongi havia saído para comprar um chinelo novo, já que o seu havia desaparecido misteriosamente, e quando voltou encontrou uma enorme caixa da Gucci no meio de seu quarto.

Pensou que era algo de Seokjin, porque o companheiro de dormitório adorava colecionar caixas e embalagens, mas ao se aproximar melhor, notou que estava endereçado a si.

Ficou com medo de abrir e encontrar uma bomba ou um cadáver, por isso chamou Namjoon, o problema do amigo foi começar a criar teorias mirabolantes de que a Cicada havia mandado algo o testando e ele não deveria abrir sem desvendar códigos e enigmas, porque poderia resultar no fim do mundo ou na explosão da faculdade.

Yoongi ficou tão irritado com o Kim que resolveu rasgar a caixa e acabar de vez com aquela merda.

— A Cicada te presenteou com roupas caras?! — O rosado parecia estupefato e ultrajado.

Yoongi revirou os olhos, analisando melhor as roupas que estranhamente eram do seu número. Não havia pedido nada pela internet — nem gastaria com coisas tão caras —, então de onde vinha aquilo? Hoseok estava interessado em si, ele sabia, mas não achava que o amigo tinha dinheiro para comprar tudo aquilo.

Haviam blusa, moletom, calça, tênis, boné, relógio e um cachecol! Era um visual completo e o garoto estaria mentindo se dissesse que não vestiria aquilo. Poderia ser uma pegadinha e tanto, contudo não era burro de deixar aquelas roupas no canto do guarda-roupa. Aquela jaqueta era maravilhosa!

— Tem um bilhete! — Namjoon exclamou, desviando o monólogo que Yoongi tinha consigo e pegando o papel com uma velocidade alarmante. Ele realmente achava que a tal da Cicada vigiava o amigo. — Caralho, se for uma garota, a decepção vai ser grande.

Yoongi puxou a mensagem das mãos do colega, lendo atentamente aquilo que parecia ser uma câmera escondida.

“Espero que goste, escolhi tudo pensando em como você ficaria ainda mais bonito com essas roupas.

Xoxo, V de Vou te conquistar.”

Yoongi riu. Não sabia se era do bilhete ou da situação desgraçada em que se encontrava, mas tinha que assumir, aquilo tudo tinha um toque levemente cômico.

— A pessoa foi inteligente, cara. — Namjoon comentou. — O bilhete foi impresso.

(…)

Se tivesse a mania de roer unhas, Taehyung estaria sem dedos no momento. Jisoo, Jennie e o irmão, Taemin, estavam sentados consigo no dormitório.

— E se ele não gostar?

— Eu que te ajudei a escolher, óbvio que ele vai gostar! — Jennie parecia genuinamente ofendida.

— E se ele for hétero? — Essa alternativa fazia Tae querer se encolher dentro do armário.

— Ele com certeza não é hétero. — Jisoo riu.

— Além disso, ninguém resiste ao seu charme, V de vou te conquistar. — Taemin piscou. O irmão já estava a par da história e ele estava achando tudo muito hilário, principalmente porque tinha alguns amigos em comum com Yoongi.

— Se te aquece o coração, eu posso ir falar algo com Jin mais tarde. Aproveito e observo a posição do seu “crush” com seus presentes… — Jisoo sorriu cúmplice, a mais velha adorava a ideia de estar naquela missão de amor em que Tae havia lhe metido.

Os amigos entraram em um assunto qualquer sobre a faculdade, enquanto Tae, o mais novo dali, se mantinha concentrado em criar adversas reações para Suga.

Ele não parecia do tipo honesto e humilde que devolve presentes caros, mas também não parecia do tipo que aceitava presentes sem saber do remetente.

Na verdade, Min Yoongi parecia muitas coisas, mas Taehyung só tinha coragem de imaginar. Pelo menos ainda não se sentia corajoso o suficiente para encarar o imponente Min, mesmo sabendo que o garoto não é um monstro.

Tae também não sabia de onde havia vindo toda aquela timidez, sendo um aspirante a ator ele deveria ser um exemplo de coragem e desinibição. Entretanto o Min mexia consigo de uma maneira inexplicável, deixando ele de formas que nenhuma outra paixãozinha boba fora capaz.

— TAEHYUNG! — Jennie gritou no seu ouvido.

— Que porra?!

— A gente tá aqui gritando e você ignorando totalmente. Quer morrer, caralho? — A morena estapeou seu rosto.

— Desculpe, qual o assunto?

— Não é colocando pressão, mas você sabe o que vai fazer agora que já enviou o primeiro presente? — Dessa vez, quem perguntou foi Jisoo.

E não, Taehyung não sabia ou tinha certeza de qual seria seu próximo passo, mas ele também não se preoupava. Se fosse fazer por e para Yoongi, mesmo que o outro não soubesse, já valeria a pena.

gucci est le nouveau cupidon » taegiOnde histórias criam vida. Descubra agora