Quadro: "Garry".

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 Escovei os dentes e nem me preocupei muito em me trocar, pijama é a roupa mais adequada para o feriado em casa; confesso que televisão é um saco, nunca tem nada de bom nisso e quanto as minhas redes sociais... bem, elas simplesmente poderiam ser melhores, eu quase não tenho amigos desde que "enlouqueci".

 Parei por alguns segundos para olhar as rosas que eu guardava em meu quarto... aquela galeria escondia tantas coisas. Por que tudo simplesmente tinha vida? Por que Mary existe? Guertena no mínimo é interessante, será que ele foi amaldiçoado? Eu não entendo nada mesmo, eu simplesmente parei lá e uma de suas obras me odiava?! Mesmo depois de tanto tempo tem tantas perguntas que não foram respondidas.

 Parece que ao pensar nessas coisas acabo atraindo-as, chegou uma mensagem da Mary 2. "Eu preciso conversar com você Garry, posso ir vê-lo?" Essas visitas dela têm se tornado frequente, eu não estou de bom humor mas... eu preciso descobrir se ela é realmente Mary, quero dizer... tudo o que passei na galeria não poderia ter sido mais real, mas as vezes eu fico meio paranoico. "Tudo bem, pode vir", respondi a mensagem.

 Hoje é mais um daqueles dias que me questiono sobre o que aconteceu há tanto tempo... talvez eu devesse procurar mais sobre a vida desse tal Guerterna, ou talvez eu simplesmente devesse deixar o passado de lado e viver uma vida normal. Me troquei e fiquei na sala esperando que Amanda chegasse, eu tinha uma ideia de como descobrir se ela era Mary, é uma ideia um tanto curiosa, mas quem sou eu para duvidar? Eu tive que fugir de quadros vivos, e quem acreditaria nisso, não?!

 "DING DONG!" Eu fui até a porta e ela estava lá, seus olhar parecia carregado de melancolia, ela estava usando um vestido azul marinho cheio de brilhantes, combinavam com seus olhos; seus longos cabelos loiros estavam cobertos por tranças e a presilha no topo da sua cabeça era uma rosa azul... que é a rosa que Mary mais gostava, é difícil não ser paranoico. 

 —Pretende ficar me encarando? Não vai me chamar para entrar? —Ela disse logo entrando para dentro. — Eu precisava falar com você, sobre o modo que me trata. 

—Eu não deixei que viesse aqui? Pensei que tivesse lhe tratando bem. —Me sentei ao lado dela no sofá. 

— Desde que te conheci eu sinto que quero sua atenção, mas eu sempre... sempre sou ignorada. Você me trata assim por pensar que sou a personagem daquele livro?! AQUILO É FICÇÃO GARRY!

—Eu vivi aquilo Amanda, eu e Ib estávamos lá. Você também estava, não precisa fingir, eu sei que é Mary, não sei como... quadros não tem vida.

— Você é completamente insano, o que faço para provar que eu sou apenas a Amanda? — Ela disse com a voz triste, eu tinha certeza de que ela iria chorar a qualquer momento.

—Eu não te odeio, fique tranquila. — Eu a abracei e ela começou a chorar em meus braços. —Talvez você não se lembre que era Mary, mas isso é bom para recomeçar... talvez eu também devesse esquecer que eu sou o Garry da galeria e viver como Garry o jornalista.

— Garry se tudo aquilo é real, precisa fazer com que Ib saiba a verdade... eu sei que é estranho, mas mesmo gostando de você eu irei te ajudar com ela, afinal ela é a única amiga que tive. —Ela ainda soluçava um pouco, parecia mais calma. Meu plano de fazê-la lembrar-se de quem era teria que ser adiado, eu tenho certeza de que isso só traria mais dor a ela. 

 Talvez ela esteja certa, ou talvez eu... devesse deixar o Garry ser um quadro da galeria, e deveria viver o agora, tudo o que eu passei lá já tem sido um peso grande de mais para carregar sozinho.

Notas minhas -q: Gente então, agora além da história do presente deles eu vou envolver um MONTE de teorias na minha fanfic, então espero que gostem. 

Ps: Desculpa não ter postado na data que eu havia falado, talvez eu poste um cap depois desse ainda! XOXO


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