▶50 - Final◀

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*Fernanda on*

Eu me sentia péssima, minha cabeça doía muito e eu estava sentindo como se alguém tivesse chutado a minha barriga um milhão de vezes. Era algo incomum eu nunca tinha sentido aquela dor antes.
-Daryl?- Susurro para ele que estava ao meu lado.
-Oi amor- Ele diz fraco.
-O que aconteceu comigo?- Pergunto colocando a mão na cabeça.
-Você... Estava... Não, está- Ele diz e pausa para pensar.
-Fala por favor- Digo agora pegando na sua mão.
-Ah,Fernanda- Ele suspira- Você estava ou está grávida.
-Hã? Grávida?- Pergunto sem entender nada.
-Sim,mas pelo grande esforço que você fez hoje,tem grandes chances do bebê ter morrido- Ele diz meio cabisbaixo.
-Ei,calma- Digo segurando seu queixo- Mesmo que esse bebê não esteja vivo,eu prometo que teremos outro.
-Eu achei que você não queria- Ele diz me olhando sério.
-Se você quiser, eu quero- Digo e sorrio.

~Horas Depois~

Depois de Denise me liberar fomos para casa,quando cheguei lá encontrei Carl e Carol me esperando,eu não resisti e corri para abraçar os dois.
O restante do dia eu fiquei deitada pois todos estavam enchendo meu saco falando que 'nada de fazer esforço'!

Quando eu estava prestes a dormir,ouço a porta do quarto se abrir lentamente e vejo Carl entrando em silêncio.
-O que foi Carl?- Pergunto.
-Nada,vim cuidar de você,te vigiar- Ele diz e cruza os braços.
-Ata- Digo e rio.

Ele ficou ali comigo no meu quarto por várias horas,eu não me importava nem um pouco de ter que ficar ali com ele, criamos uma ligação forte, como irmãos, acho que criei isso com cada um daqui, acho que a convivência com eles me deu essa oferta de ter novos irmãos.
Eu ficava ali deitada apenas prestando atenção em cada palavra que saia da boca de Carl,mas ai alguém bate na porta e logo a maçaneta se vira e Denise e Rick entram no quarto.
-Oi gente- Digo para eles.
-Oi Fernanda- Denise diz sorrindo.
-O que vieram fazer aqui?- Pergunto curiosa.
-Precisamos ir para Hilltop,a comunidade de Jesus- Rick diz.
-Para que?- Pergunto sem entender.
-Para ver se está tudo bem com o seu bebê- Denise diz me olhando séria.
-Agora?- Carl pergunta olhando para seu pai.
-Sim,quanto mais rápido soubermos será melhor- Denise diz me olhando.
-Tudo bem,vou me arrumar- Digo me levantando da cama.

Depois de eu ter me arrumado,Rick preparou um carro e fomos eu,Daryl,Denise e Carl para Hilltop,que não era absurdamente longe de Alexandria, o caminho todo eu senti fortes enjoos e tivemos que parar no máximo duas vezes para mim vomitar.
Quando chegamos em Hilltop,Jesus nos recebeu mas não quis nos apresentar para seu líder e nos levou direto para aonde estava o médico de sua comunidade, quando entramos em uma sala,pude ver um aparelho que os médicos usavam para verem os bebês no útero das grávidas. Pude perceber o sorriso de Denise quando viu o aparelho.
Poucos minutos depois um homem entra na sala e me pede para me deitar na maca e levantar um pouco a minha blusa,feito isso ele coloca um tipo de gel na minha barriga e começa a mexer com um aparelho pequeno sobre o gel em cima da minha barriga,seguro na mão de Daryl que estava tremendo mais que eu mesma.
-Conseguem ver?- O médico pergunta apontando para a pequena tv que estava conectada ao aparelho.
-Não to vendo nada- Carl diz e rimos.
-Calma pirralho- Daryl diz.
-Ele ainda é pequeno mas se prestarem atenção podem ver que aqui está a cabeça dele- Ele diz e aponta para algo na pequena tv.
-Então ele está vivo?- Pergunto sorrindo.
-Vamos tentar ouvir se há batimentos- Ele diz e aumenta algo no aparelho.

Ficamos em silêncio prestando atenção para tentarmos ouvir qualquer pequeno batimento cardíaco que fosse.
Até que ouvimos um batimento, e logo depois outro,e outro,consecutivamente.
-Acho que o pequeno está bem- O médico diz e todos sorriem.
-Ah meu Deus- Daryl diz e me beija.
-Parabéns para vocês- O médico diz e me entrega um foto do pequeno feto dentro de mim,do pequeno bebê.

Quando terminamos o médico fez exames rápidos em mim para ver se estava tudo certo e sim estava. Nos despedimos de Jesus e seguimos nosso caminho de volta para Alexandria.
No caminho de volta Denise se ofereceu para digirir,e eu fiquei deitada no ombro de Daryl no banco de trás do carro.
-Nosso bebê- Digo pegando na sua mão.
-Já pensou em algum nome?- Carl pergunta olhando para nós no banco de trás.
-Eu gosto de Destiny- Digo olhando para Carl.
-Eu gosto de Mike- Daryl diz me olhando.
-Pronto,se for menina Destiny, se for menino Mike- Denise diz.
-São bons nomes- Carl diz sorrindo- Parabéns para vocês.
-Valeu pirralho- Daryl diz.

Faltavam poucos quilômetros para chegarmos em Alexandria, Carl dormia no banco da frente e eu ainda sentia os enjoos que eram horrivelmente desagradáveis. Quando estávamos mais próximos ouvimos um som de tiro,vinha da direção de Alexandria.
-Ouviram isso?- Denise diz acelerando mais o carro.
-Sim,veio de Alexandria- Daryl diz.

Quando finalmente vimos os muros de Alexandria, Denise acelerou o mais rápido que pode e quando paramos na frente do portão Eugene abriu e entramos em Alexandria. Saímos do carro,e rapidamente Enid corre até nós, até Denise.
-Ainda bem que você chegou- Ela diz rápido.
-O que aconteceu?- Denise pergunta para ela.
-E-eu acidentalmente a-atirei na M-maggie- Ela disse gaguejando.
-Ah meu Deus- Digo preocupada.
-Como você fez isso?- Carl diz com uma expressão brava.
-Foi sem querer,eu e-estava treinando e e-ela...- Ela disse e não continuou.
-Vamos lá logo- Daryl diz olhando para Enid.

Ela começa a correr e seguimos ela,chegamos atrás da casa de Maggie,a mesma estava sentada num banco com Glenn e Rick ao seu lado.
-E-eu encontrei a Denise- Enid diz ainda nervosa.
-Enid se acalma- Maggie diz calma.
-Aonde acertou?- Pergunto olhando para Maggie.
-No braço, mas foi de raspão- Denise diz examinando o braço esquerdo de Maggie.
-Então vai ficar tudo bem?- Enid diz com as mãos no rosto.
-Sim,foi só um susto- Glenn diz para Enid.
-Ah,eu sou um desastre- Enid diz e todos rimos,incluindo Maggie.

Quando tudo se resolveu, Daryl me levou para fora de Alexandria, caminhamos pela floresta lentamente de mãos dadas,eu não sabia para onde estavamos indo,mas confiava nele.
-Chegamos- Ele diz,estavamos parados em frente à uma árvore.
-Uma,árvore- Digo pausadamente.
-Você vai subir nela- Ele diz calmo.
-Eu? Pra quê?- Pergunto sorrindo.
-Vai ver- Ele diz- Vamos eu te ajudo.

Depois de um sacrifício conseguimos subir na árvore e sentamos no galho mais alto da árvore, eu estava com medo do galho seder. Mas a vista era linda,conseguia ver o horizonte alinhado,estava com tons de amarelho e alaranjado, o Sol estava quase se pondo,quando olhei para baixo da árvore vi um walker andando e sorri sem motivo.
-A vista aqui é boa essa hora- Daryl diz pegando na minha mão.
-É lindo- Digo voltando a olhar para o horizonte.
-Sabia que iria gostar- Ele diz me olhando.
-Aé? Como sabia?- Pergunto arqueando uma sombrancelha.
-Simples,por que à partir de agora aqui é o nosso lugar- Ele diz e sorrio.
-Isso não faz nenhum sentido- Digo rindo.
-Ah qual é- Ele diz e ri junto.
-Eu te amo,sabia?- Pergunto o olhando.
-Eu sei,do mesmo jeito que sei que você sabe que eu amo você- Ele diz sorrindo.

Coloco minha cabeça em seu ombro e ficamos ali em silêncio,olhando o extenso horizonte.
Me lembrei do walker lá em baixo,e olhei novamente para baixo,ele não estava mais lá, aquilo me fascinava,o fato de estarmos no meio de um apocalipse zumbi mas mesmo assim conseguindo ver as coisas simples e belas que restaram no mundo,eu estava grávida, quer dizer,mesmo nisso tudo construímos uma vida,e pensar que foi preciso o mundo praticamente acabar para mim realmente entender o significado de 'amor'.

Eu faria de tudo,para não estragar isso,eu não sou mais uma mulher quebrada, eu sou uma mulher sobrevivente e totalmente completa e satisfeita nesse apocalipse zumbi que acabou com o mundo,mas lhes garanto dentro de mim ainda tem esperança e eu sei que nunca mais estarei sozinha e perdida nesse caos todo,graças a esse amor que me fez sentir viva!

broken - the walking dead Onde histórias criam vida. Descubra agora