36 | Night.

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Sento-me em uma mesa no canto, um pouco escondida para não ser tão vista assim. Alguns dos fãs do 5 Seconds Of Summer já estão entrando no bar de pouco a pouco e tomando seus lugares. E mesmo que eu tenha tentado me esconder, muitos dos que percebem que estou aqui, vem passivamente falar comigo... e eu gosto.

Quando o lugar já está cheio de adolescentes, adultos e até crianças, eles sobem ao palco. A maioria das músicas que eles cantam são de Sounds Good Feels Good, mas algumas como She Looks So Perfect e Don't Stop, também tocaram. E eu sei que deveria olhar para eles num contexto geral, mas eu não consegui tirar meus olhos de Luke. Ele parecia bem; parecia vivo. Os olhos azuis estavam brilhantes e ele olhava para mim, escondida. E eu gostava. Eu queria olhar para ele e permanecer assim. Até o fim do show.


"Oi." Sorrio, assim que ele aparece perto de mim depois de atender a todos os seus fãs.


"Olá." Suas mãos rondam a minha cintura. "O que achou?"


"Sinceramente?" Semicerro os olhos. Minhas mãos afagam sua nuca.


"Por favor." Luke sorri.


"Eu já vi melhores..." Brinco.


"Bem, é o que temos para hoje." Ele beija a minha bochecha.


"Você está feliz." Toco seu nariz.


"Eu estou feliz, America." Seu rosto fica sério. "Muito feliz."


Luke me beija sobre a meia luz da luminária da mesa, quando ouvimos gritos do fundo. Eu sorrio entre o beijo. Por vergonha, felicidade, medo, receio, ansiedade. Uma mistura pesada de tudo isso, que causa o frio na barriga, onde as borboletas que voam no meu estômago, conseguem viver sem congelar.


"Vamos sair daqui." Luke sussurra.


"Vamos aonde?" Franzo o cenho.


"À qualquer lugar." Ele afirma, puxando minha mão por entre as pessoas ali.


Saímos do lugar e corremos pela rua molhada pela água da chuva. Corremos pelo meio da rua, ainda maos agora, que é meia-noite.


"Tome." Ele me entrega sua jaqueta. "Vai se resfriar." Luke beija a minha testa e tenta colocar a jaqueta em meus ombros.


"Aonde vamos, Luke?" Rio.


"Vamos sair. Vamos passar a noite na rua." Ele volta a correr, ainda me puxando.


"Nunca fiz isso, eu acho."


"Agora vai. Eu fazia quando era adolescente, mas era sozinha. Agora eu tenho você." Ele para em frente à uma mercearia de posto de gasolina.


"Até parece que não teve várias namoradas antes." Reviro os olhos, entrando atrás dele.


"Não muitas. Eu era meio esquisito, lembra? E depois da banda, mal tinha tempo par namoradas." Ele entra pelos corredores e pega uma cesta. "Doces." Luke põe chocolates na cesta. "Sua mãe ficaria decepcionada se soubesse que vou te embebedar pela terceira vez desde que nos casamos?"


"Ela não precisa saber." Abro o refrigerador, de onde ele tira duas garrafas de uma bebida trasnparente.


"E para você não ficar com fome, salgadinhos." Luke puxa dois sacos de salgadinhos de uma prateleira alta.


Pagamos tudo e seguimos voltando a andar pela rua. Paramos em uma calçada vazia e nos sentamos. Luke me dá uma garrafa após abrí-la.


"Tenho algo para você." Ele retira sua carteira do bolso.


"Um presente?" Sorrio. "Eu amo presentes."


"Eu sei." Luke diz e retira uma aliança da sua carteira.


"O que é isso?" Franzo o cenho, bebendo mais um pouco.


"Amme, quando nos casamos, foi porque fomos obrigados a isso. Eu admito que eu não havia te pedido em casamento com nenhum sentimento, e eu sei que isso machucou." Ele suspira. "Mas agora, eu gosto de você. Eu gosto muito, para ser sincero. Você é uma mulher inteligente, doce, altruísta, gentil e legal, além de ser linda pra caralho. Por isso, por mais que sejamos casados, quando eu pus essa aliança no seu dedo, foi sem nenhum sentimento. Talvez eu esteja atrasado em pôr algo além de ódio e frustração no que temos, mas acho que a intenção é o que vale." Ele pega a minha mão e retira a aliança, jogando-a na rua. "Aceita se casar comigo, sabendo que eu gosto de você?"


"Você é tão idiota." Sorrio. "Sim, Luke."


Ele põe a aliança no meu dedo e beija a minha mão. Ele não me beija de imediato, como eu pensei que faria. Ele olha para mim por uns cinco minutos e depois me beija. Um beijo simples. Um selinho.


"Não tenho nada para você." Resmungo.


"Olha, se você me fizer uma dança sensual, juro que será o bastante." Luke ri e eu soco seu ombro. "Não acredito que você é virgem."


"O que há de errado?" Arqueio as sobrancelhas.


"Nada. Nada, na verdade." Ele afaga minhas costas e passa seu braço pelo meu ombro. "Você é incrível. Não dá pra não imaginar que nenhum cara tenha ao menos tentado e conseguido."


"Tentaram. Muitos." Dou os ombros. "Sabe, famosos, garotos da escola. Mas eu sabia que eu seria só a transa de uma noite. Nunca foi o que eu quis. Sabe, aparecer nos jornais como a garota de um famoso ou servir de prêmio para um idiota do colegial, como quem conseguiu pegar a nerd certinha e puritana. Eu sei que pareço um clichê, mas queria amar quem fosse a minha primeira vez." Deito minha cabeça em seu ombro. "Você só lembre de coisas que foram boas demais ou que foram ruins demais. Essa é uma coisa que quero lembrar por ser bom demais. Como o meu primeiro beijo, que mesmo que tenha sido desastroso, foi com quem eu gostava. Ou o meu primeiro namorado, que foi horrível em todos os sentidos." Rio. "Não se lembra de coisas que foram só coisas. Simples. Tem de haver algo especial."


"O que vai lembrar do nosso casamento?"


"O dia, em si, foi horrível. Vou lembrar por ter sido horrível." Digo e Luke ri. "Mas, sabe, de todo o contexto restante, vou lembrar por ter sido desastroso, mas bom." Olho-o. "Muito bom."


Luke assente, sorri e beija a minha testa. E eu e ele passamos a noite assim: Bebendo, comendo salgadinhos, rindo, fazendo umas idiotas competições de arroto, nos beijando e dizendo como nos sentimos. E eu me senti e me sinto bem. Ainda sentada nessa calçada, às seis da manhã, segurando a sua mão, com a cabeça deitada em seu ombro, ouvindo-o cantar velhas músicas do Foo Fighters.

Faking | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora