Capítulo 8- Amigas são para todas as horas...até mesmo as detentas

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Não foi tão ruim. Passeei em um carro com sirene. Sempre quis andar em um. Os guardas foram gentis em não me algemar quando disse que não poderia fugir de salto mesmo.

Mentira. Só não sou melhor que a Bryce Dallas correndo do tiranossauro no filme Jurassic World, mas sou boa. Só que eu não queria mais escândalo.

Felizmente a imprensa cansou de mim, então eram só eu e os guardas. O delegado me questionou sobre minha invasão de domicílio.

– A senhora sabe as consequências de uma invasão como essa?

– Hum.. vocês vão me dar uma dura e me mandar para casa pedindo por favor para eu nunca mais fazer isso?

O delegado massageou as têmporas.

– A pena é de um a três meses e multa. Mas se alguém pagar sua fiança poderá sair.

– É? De quanto é?

– São de cinco salários mínimos.

– Mas... são mais de quatro mil reais!

– A senhora achou o quê? Que estava roubando balinha na banca? Invadiu a casa de uma celebridade!

– E daí? Eu não gosto dela mesmo!

O delegado ergueu uma sobrancelha para mim. Péssima escolha de palavras.

– Digo... eu não queria prejudicá-la de forma alguma! Vá fazer um exame de corpo de delito na casa dela!

– A senhora agrediu alguém?

– Não!

– Então como vou fazer exame de corpo de delito, minha senhora?

Dei de ombros. Ele apertou a ponte do nariz.

– Já vi que a senhora não fazia ideia do que estava fazendo. É alguma fã?

– Já disse que não... – segurei o veneno – que não sou fã dela. Só achava que ela estava me traindo com meu noivo. Eu encontrei uma ligação dele no celular dela, daí...

– Crime passional?

– Não! Eu só queria algo pra jogar na cara dele!

– Aah, entendo – o delegado soltou um suspiro cansado – Já passei por isso. Só que eu estava enganado. Suspeitei da minha esposa e aí... – ele se conteve antes de confessar um crime. Gostei desse delegado – Só que a melhor maneira é conversar com seu noivo. Não invadir a casa dos outros.

– Sim, seu delegado.

– Pode ir. Vou fixar sua pena em um mês, mas só poderá sair antes mediante o pagamento da fiança.

– Mas eu não tenho dinheiro...

– Espero que tenha amigos.

– Tenho, mas são pobres.

O delegado deu de ombros.

– Tenho direito a uma ligação, não é?

Ele fez sinal para um policial, que me conduziu até um orelhão.

Pra quem eu ligaria? Se eu ligasse para Ruan, teria que me explicar... e não sei o que ele faria. Diana já sabia e não poderia fazer nada. O único que teria dinheiro para pagar a fiança seria... bem, Alex. Mas ele me entenderia. E se eu confessasse...

Liguei para o número dele tremendo. Respirei fundo duas vezes enquanto o telefone tocava. Uma voz atendeu.

Uma voz feminina.

Nem se eu quisesse!Onde histórias criam vida. Descubra agora