Capítulo 13 - Após a tempestade, mais tempestade...e a bonança, quando vem?

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Chegamos ao meu prédio por volta das seis da tarde. Todos estavam eufóricos para pôr o plano em prática. Alex já havia nos mostrado as fotos na câmera e estavam perfeitas. Uma do tapa violento e minha queda dramática, uma da minha cara sofrida no chão e uma de Lucy com cara de cão raivoso. Se bem que essa poderia ter sido batida em qualquer momento.

Já estávamos pensando em como colocaríamos as fotos nas redes sociais. Não podia ser na minha conta de Facebook, então pensamos em colocar nas páginas dos próprios fãs. Entramos eufóricos em casa, todos correndo para o quarto de Diana. Meu pai foi o único que ainda se preocupou em mandar todos lavarem as mãos.

Quando Alex se sentou para resolver, o computador não ligou.

– Ué?

– AH, FALA SÉRIO! – gritei, indignada – Mandei essa porcaria para a revisão semana passada!

Meu pai coçou a cabeça.

– Mas eu ainda usei ontem...

Diana agachou ao lado da tomada e ergueu-se com um rosto sombrio e apavorado.

– O fio... foi cortado...

Ela ergueu a mão em que segurava o cabo do computador. Realmente não havia o conector.

Um silêncio se abateu sobre nós.

– Será que... a pessoa que fez isso...

– Está aqui? Está, sim.

A voz de Megan nunca havia soado tão sinistra. Ela estava na porta, bloqueando nossa passagem para fora do quarto. Na mão segurava uma arma. Seu corpo estava apoiado sutilmente no umbral da porta, como quem só está escutando uma conversa animada.

– Megan, o que...

– Quase me enganaram... estão de parabéns! Nossa, essas fantasias! Quem pensaria que uma mulher que trabalha em televisão e rádio poderia ser ludibriada dessa forma! Impressionante! Eu bateria palmas, mas poderia disparar, você sabe.

Engoli em seco. Diana lentamente aproximou-se da estante e pegou seu urso de pelúcia, que eu lhe dera na infância. Minha pobre menina pode bancar a adulta muitas vezes, mas no fundo ainda é uma criança.

Alex levantou-se lentamente, ficando na nossa frente.

– Megan, você não quer fazer isso.

– Na verdade, quero. Estou cansada dessa teimosia de vocês. Mas você é uma fonte de renda inesgotável. Acredita que já nos ofereceram um papel no cinema? Só que mesmo que agora queira sair dessa, não dá mais. Se tentar sair, nunca mais irá conseguir um emprego sequer. Você, Camila, nem se fala. Vou fazer questão de acabar com todos os seus contatos, difamá-los, colocá-los em risco. Você não quer isso, quer, Alex?

Ele não respondeu, apenas rangiu os dentes.

– Como você descobriu? – perguntou meu pai, contendo-se. Já vi que ele estava mais preocupado por mim e por Diana.

– Bem, eu costumo pesquisar a vida de meus funcionários. Como você, Camila. Assim que os dispensei, mandei colher as câmeras de segurança do hotel e vi as suas imagens. Eu já havia visto fotos da sua sobrinha e do seu pai. Que bola fora... estou decepcionada. Percebi na hora que devia ter dedo de todos vocês na história. Então vim direto para o apartamento de Camila; eu sabia que não iriam para o de Alex, já que ele estava sendo vigiado.

Realmente pisamos na bola. Mas não pensamos que ela iria tão longe.

– Agora passe a câmera.

Nem se eu quisesse!Onde histórias criam vida. Descubra agora