Capítulo 8

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Rá'as Mehkalab

- Senhor cavaleiros da legião que mandou com Kaas Iomhi estão na frente do palácio e desejam velo. – Declarou o arauto do Faraó.

- Peça para que entrem depressa. – Ordenou – E quanto a vocês, peço que aumentem o trigo e o leite que tem pago como parte do imposto. – Impôs a Regisanto que estava em sua presença enquanto o Arauto desaparecia da sala do trono.

- Mas já pagamos tributo, o que mais quer de nós é um exagero sem dúvidas. – Replicou olhando para Itimonoey que estava a seu lado.

- Itimonoey, explique. – Pediu a Alteza.

- Suas lavouras e seu leite é o sustento das vilas e cidades da região. Infelizmente por culpa do Nilo estão todos passando fome. O Faraó precisará de mais do seu provento para manter o povo vivo. – Explicou Itimonoey.

- Se fizer isso, meus trabalhadores, meus servos passarão fome. – Disse preocupado.

- Acredito que está exagerando. – Sorriu o Faraó – Você acabou de mostrar os números de sua colheita, revelando que não sofreu praticamente nada com os problemas do Nilo, o que é bom. Sendo assim um pequeno racionamento para você não fará cocegas em sua parcela do povo, mas fará milagres na outra. O Palácio esta racionando comida, como prova de que todos padecemos do infortúnio da fome. – Esbravejou no final – Então faça o que seu Faraó ordena e confie que é para o bem do povo de Rá.

- Sim alteza. – Reverenciou rangendo os dentes Regisanto.

- Nunca mais faça isso! – Bradou Itimonoey apontando uma espada do sol na garganta de Regisanto.

- Fazer o que? – Dissimulou o Vassalo desrespeitoso.

- O que devo fazer Alteza com a insubordinação desse infeliz? – Questionou Itimonoey olhando para Mehkalab.

Nesse instante Mehkalab ficou confuso. Não sabia como reagir a tal situação. Punir com a morte o Rá por não gostar de uma ordem era um ato de selvageria, mas não puni-lo poderia representar fraqueza. Deveria ser rápido em decidir e teria que ser esperto para não perder a confiança do Vassalo que oferece comida para o povo faminto, caso contrário poderia ter problemas maiores.

- Cem chibatadas no pátio da Guarda Real. – Ordenou.

- Mas Alteza eu acatei sua ordem. – Tentou justificar enquanto quatro guardas reais lhe agarravam os braços.

- Acatou com severas objeções. Por acaso não é o mesmo sangue que corre nas veias dos que passam fome, o que passa nas suas veias? – Indagou o Faraó.

- Sim. – respondeu enquanto dependurado pelos braços, nas mãos fortes dos guardas reais.

- Então por que sentir-se mal por compartilhar o que tem em demasia? – O Faraó estava apertando o cerco.

- Estou preocupado com aqueles que cuido Alteza. – Balbuciou derrotado.

- E eu cuido de todos. Pode um pai dar mais para um filho que para outro? – Nesse instante a resposta "pode" lhe veio à mente. Seu pai deu tudo o que podia para si, mas para Mehkdrill deu o cárcere em um exilio distante. A culpa lhe sobrepujou fazendo-o desviar o olhar de Regisanto.

- Não vossa Alteza. – Respondeu abaixando a cabeça.

- Não abaixe a cabeça enquanto na presença do Faraó. – Ordenou Itimonoey.

- Concorda com a punição ou acha severa? – Mehkalab se recompôs e viu dois soldados com armaduras douradas adentrarem o recinto, eram os cavaleiros de Iomhi. – Aguardem um instante – Pediu, e eles imediatamente ajoelharam e ali ficaram.

As Cronicas do Príncipe Rá - Uma Historia do Universo de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora