É claro que eu quero, nasci pra ser médico

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Conheço aquele monstrinho desde que eu era projeto de feto, acho que a amizade que meus pais tinham com os pais de Baek Hyun era contagiosa, tanto é que ele virou meu melhor amigo quando tínhamos menos de três anos. Acabamos por sempre ser vizinhos, então eu sempre pulava minha janela, indo direto pro quarto dele e vice-versa. Eu sempre gostei mais daquele anão de jardim do que deveria.

Já era seu costume me chamar de poste de orelhas ou dumbo, nossa diferença de altura após a adolescência ficou bastante evidente, assim como a fartura nas coxas e na comissão de trás, mas, veja bem, minha bunda também é ótima. Só que o orgulho do chanzão aqui é a melhor barriguinha de chopp que alguém possa ter. Não é de bebida, mas de todos os omeletes que eu fiz de café da manhã, desde que vim morar com Baek.

Olha eu fugindo do assunto...

Eu já tenho meus bons vinte e um anos, mas caralho, me fingir de adulto controlador dos instintos não é definitivamente meu forte.

Baek Hyun era gostoso. Não, desse jeito parece que estou menosprezando seus dotes. Baek Hyun era incrível, o que tinha de bonito, inteligente e delicinha, o universo tinha de tamanho e conspirador contra mim. Bom, acho que agora deu pra perceber o penhasco que eu tenho por aquele bobão, que não é tão bobão assim.

Esse é um breve resumo da piscina de merda sem fim que Park Chan Yeol nada todo dia.

Obviamente, que minha situação podia ficar bem pior, assim como Baek ficar doente. Digamos que depois daquele merda ter voltado ensopado da balada porque tivera aquela bela tempestade no meio do caminho, ele acabou por ficar resfriadinho.

Mas meu bebê não pode ficar doente. Isso é uma regra de Park Chan Yeol, nisso eu acabei indo cuidar de Baek, mas não é como se eu tivesse feito um puta esforço.

— Ahh.... Aahh... Chiim — assim que ouvi o mínimo espirro já corri pro quarto.

Ah, sim. Eu e Baek morávamos juntos desde a adolescência, por ser mais cômodo para nossas faculdades.

— Baek, tudo bem?— eu só queria derreter vendo aquela mini bolinha de gente toda enrolada em edredons, PORQUE DIABOS ESSA CRIATURA TEM QUE SER TÃO FOFA???

— Yeoooolliee! — ai meu cu, a criança choramingou. É hoje que teremos problemas. Chama a ponte que eu quero pular.

— Fala, neném. Que que você quer, drama queen?

— Aiin, Chan Yeol, assim parece que eu sou dramático.

— Mas você não é? — ri com gosto da cara do anão de jardim. E acabei não resistindo e beijei seu adorável biquinho.

— Chan Yeol, não faz isso — ah, caralho, a manha desse menino me mata. Ele ficou vermelho até as orelhas. Nós tínhamos o costume de dar pequenos beijinhos desde uma vez que, quando fomos nos despedir, acabou acontecendo um.

— Desembucha criatura, eu tenho que ir encontrar o Kai e o Soo, lembra?

— O quê???? Não. Você não quer cuidar de mim? — me olhou com a cara de cachorro perdido.

— Baek, para de jogar baixo desse jeito, essa carinha não me convence.

— Nha. Tá, desculpa — e cruzou os braços. Claro que eu tive que puxá-lo até meu colo e dar um puta abraço (esmaguei) nele.

— Não precisa de desculpa, bebê, mas ainda dá tempo de eu fazer uma sopinha pra você. Pode ser?

— Ai, eu tô com uma fome.

— Tá melhorando, oras, já está com fome...Então eu vou lá pra cozinha antes que eu me atrase — tirei a coisinha do meu colo e deixei-o para que se acomodasse na cama.

Você não quer cuidar de mim?Onde histórias criam vida. Descubra agora