Despertado as três da manhã por um bando de pensamentos que o sacudiram da cama, Oliver sentou-se na beira da mesma e esfregou o rosto, ao que parece, seria mais uma de suas inúmeras noites de insônia, e o que um escritor faz quando tem insônia? Isso! Conversa consigo mesmo.
Ele vestiu-se como quem ia sair e fora até a sacada e se debruçou no parapeito, o hotel ficava no centro da cidade, e lá, havia vários estabelecimentos charmosos, bares, cafeterias e restaurantes. Oliver estava realmente com vontade de ir, mas estava cheio de coisas para fazer no dia seguinte, odiava viagens de trabalho por esse motivo, foi quando uma ideia surgiu-lhe, decidiu ir até aquele barzinho mais animado agora, naquele exato momento, seu coração o puxava para aquele canto " Algo de bom vai acontecer! " Pensou Paul saindo de sua suíte e descendo pelo elevador.
Quando chegou na recepção, apenas cumprimentou o porteiro com um sorriso jovial e seguiu seu caminho rumo ao lado de fora. Ainda bem que saíra bem agasalhado, estava um tremendo frio naquela noite! Ele caminhou pelos cantos da estreita rua que dava acesso ao bar, lá, as pessoas cantavam e dançavam numa genuína alegria, algo que fazia o coração de Oliver bater de um jeito diferente. Assim que ele chegou, fora recebido por uma garçonete baixa, que aparentava ter seus vinte anos, e como era linda! Assim que ela levantou seus olhos verdes para Paul, sorriu ao dizer:
- Sr. Oliver! Sou uma grande fã de seu trabalho!
- Fico feliz que minha escrita tão antiga atinja os jovens!
- Lisonjeiro do senhor! Disse ela rindo - Mas já não sou tão jovem assim. Gostaria de alguma coisa?
- Um vinho suave seria ótimo.
- Certo, pode escolher uma mesa e sinta-se á vontade.
Oliver agradeceu a moça e sentou-se na cadeira que dava acesso a enorme janela, era naquela parte de fora que as pessoas estavam dançando, e Oliver, com sua velha mania de ver poesia em tudo, decidiu para para admirar as mulheres que levavam seus corpos a uma conversa química e corporal com o som, era perfeito!
Logo, a jovem voltou com seu pedido, e ele agradeceu, mas antes que ela pudesse ir embora, ele perguntou:
- Qual é seu nome?
- Ana.
- Ana. Repetiu Oliver sorrindo - Lindo nome!
Após ela se afastar, a banda local se animou ainda mais, e as mulheres, já um tanto bêbadas, iam a exaustão, ele acabou por pensar o quanto Rachel iria adorar, ela sempre amou dançar. De súbito, uma morena de corpo escultural e rosto familiar surgiu atraindo todas as atenções masculinas na pista de dança, inclusive a de Oliver, que sentia que conhecia de algum lugar..
A moça dançava com fervor, girando sem perder o equilibro, até encontrar o rosto de Oliver, sua expressão mudou, seu sorriso sumiu, o que surgiu no lugar fora um grandioso desprezo, desprezo esse que feriu Oliver de uma tal maneira que ele se virou para dentro do salão e não ousou olhar para fora durante quase uma hora.
Eram quase quatro e meia e Oliver tinha acabado de jantar, e estava papeando com Ana, que já havia terminado seu turno, foi quando a moça morena que o desprezava jogou-se na cadeira ao lado, tonta de tanto beber, ela se virou para Oliver e perguntou com uma impressionante clareza:
- Que porra que você tá fazendo aqui?
Oliver não respondeu, por que, por mais que o desprezo dela doesse, estava feliz em vê-la, tanto que acabou deixando escapar um sorriso no canto dos lábios, nisso, ela se alterou mais uma vez:
- Qual é teu problema porra? Ta rindo de que?
- Estou feliz em vê-la Srta, Bennett. Respondeu Oliver, Hillary o aplaudiu dizendo:
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A poesia da alma
PoetryUm poeta famoso e recluso de quarenta e poucos anos estava na quase solidão de sua casa, quando é convidado a dar algumas palestras em Veneza, após muita relutância, ele finda por ceder. Já em Veneza, ele reencontra uma pessoa que amara demais em...