Capítulo 10: A poesia da alma

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  Fazia um frio suportável na velha ponte de madeira que dava acesso aquele bosque, Oliver estava encostado do lado de fora do carro, com uma caneca de café na mão enquanto esperava por sua parceira de caminhada. Apesar do frio, para ele estava bem agradável, nunca fora adepto ferrenho do calor, apesar se saber aprecia-lo bem.

 Logo, seus pensamentos são interrompidos pela voz que ele bem conhecia e que muito amava:

 - Você chegou muito cedo!

 - É sim, eu estava ansioso! Disse ele abraçando-a, que perguntou:

 - Ora! Por que?

 - Você sempre me deixava nervoso, e ainda deixa! Mas é bom sabe!

  - É! Disse ela se aninhando nele um pouco mais - Sei como é.

 Após se afastarem, os dois se puseram lado a lado e olharam para a ponte, ele suspirou profundamente, e por fim, o silêncio fora rompido por ela perguntando:

 - Como se sente?

 - Bem! Esse ar puro e o cheiro de vermes mortos! Respondeu ele com um sorriso que era possível sentir a resiliência com genuína emoção, é como se, naquele momento, Oliver estivesse em par com Deus! Rachel estendeu a mão para ele que a pegou sem olhar para ela, e por fim, começaram a caminhar em passos longos ruma ao bosque verdejante.

 Não haviam se passado nem dez minutos, e eles já estavam ansiosos pelo destino, saltando de raízes expostas e admirando flores e bichinhos que estavam por ali por perto, ela observava o amigo, e inevitavelmente o comparava com o garota de quinze anos, depressivo e carente por atenção de quem não gostava dele, enquanto ele parecia realmente sintonizado em outras vibrações, foi quando ela perguntou:

 - Quando você vai casar com Glória?

 - Tô ouvindo muito essa pergunta ultimamente! Indagou ele desviando um olhar esperançoso para ela - Por que querem tanto que eu case com ela?

 - Duas razões bonitinhas pra isso! Disse ela se aproximando - Razão um: Vocês são apaixonados um pelo outro, razão dois: Ela é linda de doer a alma!

 Ele sorriu, não havia nada ali que fosse passível de negação, e a medida que prosseguiam na caminhada, ele a indagava:

 - Tá, eu a amo, e sim, pode ser que ela me ame, mas e se o que ela sentir por mim não for o suficiente para casarmos?

 Os dois saltaram de uma raiz exposta, e assim que se ajeitaram, ela responde:

 - Se for isso, ela manja de mentir com a alma!

 Logo, Rachel se adiantou alguns passos, e gritou:

 - Veja só, chegamos!

 Um charmoso chalé escondido em meio a árvores e arbustos, feito todo de madeira rústica e detalhes do século dezenove, e a julgar pelo bom estado, havia alguém morando ou cuidando dele. Oliver e Rachel se aproximaram, então ele diz:

 - Isso é fantástico!

 - É sim, gastei uma grana para salvar algumas partes dele, mas pelo local onde está e pelo manteria de que é feito, valeu cada centavo!

 Os dois entraram, e o lugar realmente havia parado nos anos de 1800, cada detalhe, móvel, tudo era do jeito que Oliver gostaria de viver. Eles se dirigiram ao sofá e lá se sentaram, e por fim, ele disse:

 - É um lugar fantástico!

 - Obrigada! Então, quando eu der uma sumida das vistas ai, eu estarei aqui, e quero muito trazer você e Glória aqui, mas casados! Só vai pisar aqui de volta se casar com ela!

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