Capítulo 12 (Final)

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-S/n -Jimin exclamou dando um passo na sua direção - Por favor me deixa explicar.

-Eu vim aqui para isso - você disse sorrindo fraco.

Ele automaticamente sorri ao ver o seu sorriso. Ele tinha sentido sua falta.

-Vamos sentar - você diz gesticulando para o sofá.

Ele vai até você e se senta no sofá e você senta ao lado dele. Alguns segundos se passam e nenhum de você falam nada.

-Me explica - você diz quebrando o silencio - Eu quero saber.

Ele solta um longo suspiro.

-Não é uma história muito agradável, afinal você morre - ele diz com olhos fechados. -Mas por favor não me odeie depois que ouvi-la. -Ele respirou fundo e continuou - Eu era médico recém-formado. Eu já tinha lidado com pacientes antes, mas era a primeira vez que eu estava na emergência. O dia tinha sido tranquilo até que... - ele fez uma pausa - Chegaram duas pessoas com queimaduras seríssimas, havia acontecido um acidente, um incêndio em um restaurante. Na hora eu travei, não pelas queimaduras em si, mas era a primeira vez lidando com uma situação dessas. Como disse, não tinha muita experiência nessa, o máximo que eu havia feito era receitar remédios e ter que lidar com algo assim tão intenso. Mas mesmo assim eu fui. Eu examinei e não parecia correr perigo. Eu estava com isso - ele diz apontando para o objeto em suas mãos - O estetoscópio quando eu ouvi o coração parar. Eu literalmente ouvi o coração bater uma última vez.

-Sinto muito - você diz acariciando o braço dele.

Você só podia imaginar como deve ser difícil ver alguém morrendo na sua frente, morrendo daquele jeito, mesmo para um médico.

-Não sinta - ele disse te olhando - Eu podia ter salvado, mas ouvir o coração parar me congelou eu não consegui fazer nada, uma enfermeira tentou reanimar, mas já era tarde demais. Mas eu continuei trabalhando, por uma semana, mas o som, o ultimo batimento sempre me assombrava por isso me demiti.

-Mas e.... - você começa.

-A pessoa que eu matei? - Ele pergunta - Como disse, houve um incêndio o corpo estava irreconhecível. E quando eu saí não haviam encontrado ainda e mesmo quando descobriram eu não quis saber, não quis dar um rosto, uma vida a pessoa que eu havia matado. Eu fiquei duas semanas naquela cidade após minha demissão, mas eu não aguentava ficar lá, parecia que todos estavam me julgando, então eu me mudei para cá e você apareceu.

-Você sabia quem eu era? - Você pergunta com e voz baixa.

-Não, eu não sabia. - Ele disse com culpa na voz - Eu só... eu achava que você era a fruto da minha imaginação, uma representação da minha culpa. E continuei achando até ver a primeira reportagem, mas eu ainda não tinha certeza quem era você. Eu só comecei a suspeitar quando Catarina disse "Ela foi sua primeira e ele seu último", por isso eu sai cedo naquele dia.

-Você não foi fazer pesquisas que disse que faria? - Você pergunta curiosa.

-Não - ele exclama - Eu fui, fui para biblioteca, mas eu passei em outro lugar. - Catarina disse que você não podia sair daqui e eu precisava fazer algo e não queria que você soubesse, não até eu ter certeza.

-Oque? -Você pergunta.

-Eu liguei para um colega meu, que ainda trabalha no hospital e perguntei sobre a identificação da pessoa que eu havia matado - ele responde em um tom sombrio.

-Ele disse? - Você pergunta quase em um sussurra.

-Não na hora - Jimin responde - Era um caso antigo e ele foi procurar nos arquivos, por isso eu fui na biblioteca e Marilu disse que tinha achado uma outra reportagem sobre você, sobre um acidente no seu restaurante, um incêndio na abertura. Eu saí correndo de la, não podia ser verdade, mas era. Quando eu estava no carro, meu colega ligou e só confirmou o que eu já sabia ao dizer seu nome. Naquela hora eu soube qual era o objeto, o objeto que te ligava a esse mundo. O estetoscópio, o objeto pelo qual eu ouvi seu último batimento.

Além da vida (Jimin Long Story)Onde histórias criam vida. Descubra agora