O Dono Do Boreu

Escolhas

Me debati tentando sair do seu aperto causado pelos braços fortes de Leon, consegui me soltar, fui rápida e direcionei um chute no seu saco, ele se encolheu de imediato no chão, me virei não queria ficar ali encarando a sua cara nojenta. Comecei a me afastar andando na direção do elevador, ainda consegui o ouvir soltar um gemido de dor e resmungando alguns xingamentos indecifráveis. Soltei uma risada alta, queria que ele tivesse consciência que saberia me defender caso ele tentasse algo desse tipo novamente.
Mas por precaução eu falaria com Deco, apesar de nos conhecermos a pouco tempo, acredito que ele ficará indignado quando saber o que Leon tentou fazer comigo. Sabia que o carinho que sentia por ele, era reciproco. Algo muito grande estava crescendo entre a gente, conhecia muito pouco sobre ele, mas conhecer mas sobre sua vida se tornaria meu hobbie preferido.
Outro assunto que tenho que resolver com Deco é sobre as investigações de papai, eu preciso contar logo para ele. Tinha duvidas se isso era o certo, mas não queria que a possibilidade de desenvolver um relacionamento com Deco acabasse porque dessa suposta investigação. Será mesmo que é Deco que meu papai está procurando, torcia para que não fosse.
As semanas passaram corridas, tinha muita coisa para fazer da escola, parece que todos os professores combinaram de nos encher de trabalhos ao mesmo momento. Isso dificultou um pouco a possibilidade de o encontrar. Porém, sempre que podia, percorria aquele caminho que já se tornou tão familiar para mim.
Podia perceber que Deco a cada vez melhorava e levava nosso relacionamento a sério, discordava de algumas atitudes dele, sei que isso era muito novo para ele, mas para mim também era.
Em um desse encontros Deco teve a ideia brilhante de assumir nosso relacionamento a publico.
- Deco, isso séria um sonho para mim - Fiquei pensativo durante um tempo, aquilo realmente era o que eu queria, mas tinha que resolver alguns assuntos antes - Mas antes preciso conversar com minha família a respeito de tudo.
- Porra Ariel, eu estou botando muita fé nesse nosso lance - Ele suspirou, conseguia perceber certa frustração na sua fala.
- Eu sei Deco, você está sendo maravilhoso nesse período que estamos juntos - Disse, pois realmente era verdade, ele me surpreendeu em vários momentos - Mas tem que entender que as coisas são bem mais complicadas.
- De boa Ariel, não vou mas falar disso não, você sabe o que faz.
Era sempre assim, ele era meio esquentado e tinha um sentimento de posse sobre mim. Sei que grande parte dele querer assumir um relacionamento comigo é dado graças a isso. Entravamos em alguns embates graças a isso, queria que ele entendesse que não era propriedade dele.
Passamos a tarde juntos, quer dizer, parte da tarde. Deco a cada 10 minutos recebia alguma ligação, informando algo que aconteceu no morro. A cada dez minutos era exagero meu, mas essas ligações estavam me irritando.
Sei que esse tipo de relacionamento é algo novo para ele, mas eu tinha muitas esperanças de um futuro juntos.
Quando olhei para meu relógio, já marcavam 17h45min. Me desesperei, esse horário meus pais já deviam está em casa. Teria que arranjar uma ótima desculpa.
Me remexi inquieta no sofá, Deco percebendo minha inquietação me olhou.
- O que houve Ariel? - Disse ele com um olhar confuso.
-Deco já são 17:45min, meus pais já estão em casa - Disse com a voz assustada para ele - Eles com certeza iram estranhar meu desaparecimento.
-Seus pais não sabem que você está aqui - Me respondeu e em seguida franziu a sobrancelha.
- Obvio que não - Disse me levantando do sofá, precisava correr para chegar logo em casa - Eles não podem nem sonhar, isso me lembra que temos um assunto muito importante para conversar depois, mas agora eu preciso ir.
Precisava contar logo a ele sobre minhas suspeitas da investigação de meu pai.
- De boa, pedirei para um dos meus homens te escoltarem até a saída - Disse já pegando o celular, achava tudo aquilo desnecessário, mas não queria iniciar uma briga naquele momento.
Ele me seguiu até a porta da sua casa, lá já tinha um dos seus capangas me esperando. Nem reparei direito nele, estava com pressa, sair andando sem me despedi. Tenho certeza que isso renderia uma discussão, queria só chegar em casa e tentar convencer meu pai com alguma historia.
O que iria ser uma tarefa difícil, já que ele era um ótimo investigador.