A BOMBA

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Deco estava inquieto e agitado e um tanto diferente, e isso não era nada bom, algo ia mal com ele.

- Bom dia. - seu tom de voz soou indiferente.

- Bom dia amor. - falei na expectativa de enchê-lo de beijos em seu pescoço, porém ele se levantou, fazendo pouco caso, indo na direção do banheiro.

- Aconteceu alguma coisa Deco? - questiono cruzando os braços, e observo.

- Nada Ariel, só quero espaço, você é muito grudenta.

Ok, não vou me expressar, mas aquilo doeu, ouvir isso foi como levar um balde de água fria.

- Se é espaço que você quer, é espaço que você vai ter. -digo tentando manter o tom de voz firme.

Vocês devem está se perguntando por que ele tá agindo assim, eu tenho cobrado algumas coisas a ele que é necessária sabe, estamos quase casados, não que eu queira mudar ele, mas eu não vou tolerar ele agindo como se estivesse solteiro, eu também posso mandar nas coisas, e decidir o que é bom ou não pra gente.

- Você tá assim por conta da conversa de ontem né?

Ele me olhou, uma expressão indecifrável, mas eu sabia, algo o estava incomodando.

- É Ariel, eu não vou ficar aturando você mais batendo de frente comigo não. - exasperou me olhando e pegando uma toalha.

— Você quer ser minha mulher né, casar e essas coisas que você tanto fala, então tu vai ter que me obedecer. -continou.

Respirei fundo, desejando que eu estivesse escutado errado o que ele disse. Eu odiava esse seu lado, o seu grande ego atrapalhando tudo.

- Até parece, você tá achando que eu sou essas piranhas que você comia né ou os seus parceiros, se eu achar que eu posso sim falar qualquer coisa que seja para o nosso relacionamento eu vou falar sim Deco, goste você ou não.

- Ok Ariel, faça as coisas do seu jeito, isso, fica batendo de frente comigo mesmo, pode ficar.

- É isso mesmo Deco, é isso mesmo.

Nisso ele sai batendo a porta e me deixando falando sozinha, o que eu mais odeio nesse mundo é ser ignorada. Mas se ele quer espaço ele terá. Desse quarto aqui eu não saio hoje o dia todo.

- Saiba que hoje tu dorme na sala, eu não vou pra merda de baile nenhum mais, pode ir se quiser. - gritei esperando que ele ouça.

Eu não ia baixar a guarda.

Deco não iria pôr controle sobre mim.

- Tá Ariel, tá, chega, durmo na rua até se eu quiser nessa porra, fica com o quarto todo pra você. -respondeu no limite, sua voz elevando em vários tons.

Estava irritado. Eu estava irritada.

E isso era péssimo.

As horas iam se passando, apesar de estarmos brigados, eu fiz almoço, ele almoçou junto comigo, sem trocar uma palavra, mas ainda sim me alisava, e me beijava, Deco não é de acumular nada, a raiva dele passa rápido, mas o bicho é orgulhoso.

— Quer que eu passe a sua blusa pra hoje?

Tentei puxar assunto.

— Pra que? Quero me exibir pra ninguém não, vou ficar numa sacada só com o JP e o bene, sem ninguém mais, apenas observando o movimento, e não devo demorar não, 3h já vou estar em casa.

- Hum, ok então. - dei de ombros indo até a cozinha.

- Estranho tu não tá com ciúmes, e não querer ir comigo, vamos amor, por favor, vai ser o primeiro baile tu como minha mulher pra todo mundo ver.

O Dono Do BoreuOnde histórias criam vida. Descubra agora