Todos os feiticeiros são bem unidos. Eu costumo dizer que fazemos parte de uma "Associação Mundial de Feiticeiros". Costumamos nos ajudar bastante e eu tenho um amigo cuidador de ovelhas (que mora na pequena casinha no alto do morro), que sempre me doa uma de suas bichanas nessas épocas.
Cheguei em sua casa e ele já estava me aguardando na porta.
_ Saudações, querida irmã - disse e eu estendi minha mão para que ele a beijasse. Sempre nos saudamos assim.
_ Saudações, irmão - respondi, fiz uma pequena reverência e lhe ofereci um sorriso.
Ele sussurrou um "Entre, entre!" e me deu passagem. Passei pela porta e ele fechou-a com um leve movimento de cabeça.
_ Como tem passado? - indagou, enquanto eu o seguia para o cercado de ovelhas em seu quintal.
Passamos pela sala, pela cozinha e por uma porta grande e de uma madeira bem escura (nunca entrei alí, mas também nunca perguntei o que havia alí).
_ Você sempre encara essa porta - constatou meu amigo, virando a cabeça ligeiramente para mim e sorrindo ternamente.
_ Estas bem feliz hoje, Lucius - exclamei, rindo logo em seguida.
_ Algumas pessoas me deixam assim - piscou para mim e virou-se para frente, abrindo a porta que levava até o quintal.
Corada, continuei seguindo-o até o cercado. Enquanto observava os cabelos longos e cinzas do meu amigo, percebi o quanto o mesmo havia mudado. Ele está mais feliz, mais solto.
_ Pode escolher qualquer uma delas - indicou as ovelhas com a mão - Eu preciso entrar para preparar-me para o meu ritual - veio até mim, encarou-me com aqueles lindos olhos amarelos e, subitamente, selou a tua boca na minha. Apenas um roçar de lábios. Logo em seguida, caminhou rapidamente para dentro de sua casa.
_ É o que?! - eu disse para o nada, estarrecida.
Foi rápido de mais, não tive tempo de raciocinar. Me sinto um peixe em Marte.
_ Por Lúcifer! - gargalhei e escolhi uma das ovelhas. Decidi esquecer o ocorrido. "Não foi nada de mais", pensei. Mas não posso negar que senti as famosas borboletas no estômago.
Peguei a corda em minha mochila (agora vocês irão entender a função de cada item) e amarrei-a, não muito forte, no pescoço do animal. Fechei cuidadosamente o cercado e fui puxando a bichana comigo.
Segui para a continuação da trilha, descendo o morro no sentido contrário ao que eu vim. Tropecei várias vezes no trajeto, pois a ovelha ficava parando e eu tinha de arrastá-la.
Já eram 23:30h. Eu precisava iniciar o ritual antes da meia-noite.
Ao final da trilha em que eu estava, outra começava. Porém, essa levava até o cume de uma pequena montanha, o local onde sempre faço os meus rituais e feitiços. Consigo finalizar essa distância em dez minutos.
Arrastando a ovelha, comecei a última etapa da minha caminhada.
_ Aqui vou eu, novamente - repeti minhas palavras e arrumei a mochila em minhas costas.
NOTAS
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Horror"A chegada do Halloween. Pessoas enfeitam suas casas, crianças procuram por fantasias, jovens organizam festas e alguns pais participam - enquanto outros enlouquecem. Alguns só pensam nos doces, outros nas travessuras. É uma época de agitação e eufo...