10 - Boa Noite, Querida

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Minha mãe me deixou dormir na casa de Lucius sem pestanejar. Ela apenas pediu para que eu ligasse para a mesma quando acordasse no dia seguinte. Talvez seja porque eu nunca cheguei a sair com um garoto antes ou coisa do tipo. É, a vida não é fácil para ninguém.
Concordei, desejei-lhe uma boa noite e desliguei.
Lu estava sentado no sofá da sala, tomando uma taça de vinho. Sentei-me ao seu lado e apoiei a cabeça em seu ombro.
_ Quer um pouco? - inclinou o copo na minha direção.
_ Não, obrigada. Eu sei que você quer me embebedar para abusar de mim, mas não será fácil - ironizei, rindo em seguida.
_ Não havia pensado nisso. Porém, é uma ótima ideia - disse maliciosamente, colocando a taça em cima da mesinha de centro.
_ Tipo mudar o idioma do celular de algum amigo para árabe? - brinquei, observando Lucius ficar confuso.
_ Não entendi - respondeu.
Revirei os olhos e joguei as mãos para o alto, gargalhando.
_ Voltando ao que interessa - continuei - É uma ótima ideia me embebedar ou abusar de mim? - perguntei, segurando seu rosto com a minha mão, fazendo-o me encarar.
_ Fazer amor com você - corrigiu, fazendo-me corar.
Então, sem mais delongas, o mesmo me beijou euforicamente. Suspirei e enrosquei os braços ao redor do pescoço de Lu, puxando levemente alguns fios de seu cabelo. Como resposta, o mesmo apertou a minha cintura possessivamente.
Tudo foi fluindo e acontecendo tão naturalmente que, quando percebi, estava sentada no colo de Lucius, só que agora em seu quarto.
As minhas mãos percorriam o corpo inteiro dele, enquanto eu sentia doces beijos serem depositados na minha clavícula. Aquela vontade incessante de tocá-lo era indescritível. Contudo, ir rápido de mais era a última coisa que eu queria. Se eu quisesse parar com aquela incrível sensação, de ser queimada por dentro por aqueles toques e por aquele olhar repleto de luxúria, teria que ser logo.
_ Amor - sussurrei ofegante, ouvindo Lu gemer no meu ouvido.
_ Querida - respondeu, arrancando a minha camiseta.
Eu gemi e rapidamente segurei as suas mãos. Ele não sabia se olhava para o meu corpo, deitado e entregue abaixo de si, ou para os meus olhos. Isso me fez rir.
_ Desculpe-me, Lih. Eu te machuquei? - indagou preocupado.
Neguei e acariciei seu rosto.
_ Não. Estava sendo incrível, mas...
_ Oh, sim. É que eu não consigo me controlar quando estou perto de você - confessou, beijando uma de minhas mãos.
_ Aceitarei isso como um elogio - respondi, enquanto vestia a minha camiseta de volta - Não me entenda mal, Lu. Eu nunca fiz isso e também não quer...
_ Não se preocupe, meu amor - interrompeu-me, colocando o seu dedo indicador sobre os meus lábios. Particularmente, achei esse gesto muito fofo - Eu entendo. Não te forçarei a fazer nada que não queira.
Assenti e lhe abracei, murmurando um "Eu te amo". Comecei a descer da cama e fui puxada de volta.
_ Ow! - reclamei, olhando para Lucius.
_ Aonde você pensa que vai?
_ Ué, para o sofá! Eu já quero dormir.
_ Ficou maluca? Você vai dormir aqui comigo - rebateu, colocando-me debaixo de seu corpo novamente. Ele começou a fazer cócegas em mim e seu cabelo comprido roçava nas minhas bochechas, me fazendo rir mais ainda.
_ Não quero incomodar - assoprei entre um fôlego e outro. Havia conseguido segurar os seus braços longe de mim e estava tentando respirar normalmente de novo.
_ Eu te amarrarei se for preciso, Lilith - exclamou, me fazendo arregalar os olhos.
_ Ei, ei! Estou brincando! Ha ha! - ri forçadamente - Não me amarre, pelo amor da Nossa Senhora dos Fones de Ouvido.
Lucius gargalhou e beijou a minha testa. Soltei as suas mãos e ele deitou-se ao meu lado. Rodeou a minha cintura com um braço e arrastou-me para perto de seu tórax.
_ Quer comer alguma coisa? Ir ao banheiro? Tomar um banho? Conversar? Me beijar? - disparou, enfatizando a última sugestão.
_ Agradeço mas dispenso, meu amor. Almoçamos muito tarde - respondi, ignorando a maioria dos comentários e virando-me de frente para ele.
Ele sorriu e eu percebi que nunca estive tão feliz antes, e encrencada também, como naqueles dias. Tê-lo ao meu lado me fazia mais forte.
_ Seus machucados ainda doem? - mudou de assunto, enrolando uma mecha do meu cabelo entre seus dedos.
"Desse jeito eu não durmo", pensei.
_ Não, amor. Obrigada por perguntar.
_ Ótimo, fico aliviado.
Nos ajeitamos na cama e ele nos cobriu. Agredeci mentalmente. Estava morrendo de cansaço.
_ Não hesite em me chamar. Estarei aqui a noite toda, okay?
Sorri e lhe dei um selinho, aconchegando-me em seu peito. Acho que aquela seria a melhor noite da minha vida, rodeada pelos braços que vinham me protegendo e cuidando de mim a todo momento.
_ Pode deixar - respondi - Boa noite, meu amor.
_ Boa noite, querida - sussurrou contra a minha nuca e eu caí em um sono profundo e necessitado, sentindo a respiração quente de Lucius na minha orelha.




NOTAS
Konbanwa, minna ^^
Capítulo um pouco menor, mas eu quis dedicá-lo a esse casal maravilhoso ( antes que as tretas comecem heuehuehueheu )
Postando de noite meixmo hehe :3
Digam-me o que estão achando, as suas teorias, as suas dúvidas, críticas, etc.
Fiz um poema depois de escrever esse capítulo:

Eu só queria alguém para abraçar
nos dias frios
Alguém para andar de mãos dadas,
até os dedos soarem
Um amigo, um parceiro
Uma outra metade de mim"

Eiita, ficou bom? :)
Enfim, ta ficando muito grande isso aqui. Até sexta-feira ;)

Os Demônios Também Dizem: "Gostosuras ou Travessuras?"Onde histórias criam vida. Descubra agora