9 - Estarei Aqui Para O Que Precisar

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Corri na direção de Lilith.
_ Lih! Lih! Você está bem? Lih! - urrei, vendo o amor da minha vida olhar-me profundamente.
_ Me ajude! - disse e caiu no chão, sem que eu pudesse segurá-la.
Eu já havia sentido uma energia ruim ao seu redor e quando eu previ o seu futuro... Não completamente, pois alguma coisa, ou alguém, estava me bloqueando. Na hora, disse para Lilith que não era permitido contar tudo. Mas era mentira. Fiz aquilo porque não queria assustá-la.
Sim, eu sou Behemoth. Essa é a minha forma humana, que criei apenas apenas para poder aproximar-me de Lilith. Fiz um corpo semelhante ao meu verdadeiro e sei que ela nos acha parecidos.
Desde a primeira vez que a vi, estudando milhares de livros para invocar-me, já me apaixonei. "Um demônio se apaixonado? Ta bom. Sei", é isso que todos pensam. De onde vocês tiraram que não podemos nos apaixonar?
Os seres humanos são realmente estranhos...
Carreguei Lilith para dentro e coloquei-a em minha cama. Ela estava sangrando pelo nariz, pela boca e até pelas orelhas. Percebi uma mancha avermelhada em sua perna e fui averiguar.
_ Por Lúcifer!
Levantei a barra de sua calça, podendo ver toda a sua canela, cheia de hematomas e vergões.
_ O que fizeram com você, querida? - sussurrei.
Eu queria tanto poder protegê-la de tudo e todos! Até uns dias atrás, eu conseguia rastreá-la. Porém, de uma hora para outra, a sua alma simplesmente sumiu!
Ela remexeu-se na cama e eu deixei para pensar depois. Sabia que Lilith ficaria furiosa quando acordasse, mas eu precisava fazer aquilo. Retirei as suas roupas e observei a gravidade dos machucados. Havia muito sangue. Se eu não me apresasse, poderia perdê-la. Levantei minhas mãos, deixando-as suspensas sobre o corpo nu de Lih. Iniciei um simples ritual de cura demoníaco, que apenas nós, Príncipes do Inferno, conhecemos.
Minutos depois, o sangramento parou, deixando para trás apenas as cicatrizes que, com o tempo, sumiriam. Removi o sangue com um pano úmido e cobri o corpo dela com um lençol. Puxei uma cadeira e sentei-me ao lado da cama.
_ Nós iremos descobrir quem fez isso, meu amor - murmurei, segurando a mão de Lih em seguida. Ela estava gelada - E eu vou fazê-lo pagar - constatei, apertando levemente os dedos da mesma.
Decidi preparar o almoço, pois ela deveria estar com fome.
Quando já estava terminando um delicioso lanche com bacon, alface, queijo e outras coisas, ouvi barulhos de passos na escada. Olhei para o lado e tive a melhor visão da minha vida: Lilith apenas com um lençol cobrindo o seu adorável corpo - muito bonito, por sinal.
_ Oi - falou, começando a corar.
_ Olá, querida - sorri, desligando o fogão e indo em sua direção.
Eu sabia que ela teria vestido as suas roupas se quisesse e o fato de não ter vestido me deixou ligeiramente animado.
Ela ficou sem jeito, apertando o lençol contra si. "Não sei porque se esconde. É tão bela", pensei.
Puxei-a rapidamente para mim e dei-lhe um beijo. A nossa diferença de altura me deixava louco. Queria pegá-la fortemente e levantá-la em meus braços. Percebi que a mesma ficou surpresa, porém, logo correspondeu-me, enroscando seus braços ao redor de meu pescoço. Com esse movimento, o lençol caiu no chão.
_ E-Eita - gaguejou, parando o beijo e cobrindo-se.
Gargalhei, vendo Lilith sorrir para mim. Não sei como consigo me controlar.
_ Está com vergonha do quê? Eu já vi tudo isso aí - falei, mordendo o lábio inferior.
Ela ficou vermelha como uma pimenta e me deu um soco no ombro.
_ Ai! - reclamei, esfregando a mão no local dolorido.
_ Obrigada por cuidar de mim, mas você precisava mesmo tirar as minhas roupas? - indagou, cruzando os braços emburrada.
_ Obviamente, não poderia deixar você sangrar até a morte - respondi.
Estava preocupado caso ela perguntasse como consegui curá-la tão rápido. Então, mudei de assunto.
_ Aliás, você planejava me contar sobre esses hematomas? - indaguei, com a voz um pouco alterada. Vê-la machucada era terrível para mim - O que aconteceu, Lih?
Ela encolheu os ombros e olhou para os lanches.
_ Eu vou me trocar e nós vamos nos sentar para comer. Então, eu te conto tudo - sussurrou, indo para o andar de cima.
"E eu pensava ser bom em mudar de assunto", pensei.
Lilith estava muito triste e cansada, era evidente. Então, parei de pensar apenas em mim, coloquei os lanches na mesa e sentei-me. Quando ela chegou, começamos a comer. Esperei a mesma sentir-se confortável.
_ Tudo começou ontem a noite. Antes de me deitar, limpei isso aqui do chão do meu quarto - puxou o celular não sei de onde e mostrou-me uma mensagem escrita com, provavelmente, sangue.
_ Ah, Lih. Por que não me ligou? A sua mãe está bem? - perguntei, recebendo apenas um sinal para me calar.
_ Eu dormi e tive um pesadelo. Estava em um quarto escuro, deitada e amarrada em uma maca, apenas de roupas íntimas. Então, um homem estranho apareceu, chamando-me de "passarinho" e dizendo coisas que, para mim, não faziam sentido - fez um pausa para morder o lanche - De alguma forma, ele sabia sobre você e chamou-te de "falso feiticeiro". Disse que apenas me deixaria sair quando meu corpo estivesse coberto pelas suas digitais e quando eu desse um grito de dor - fungou, começando a chorar.
Fiquei tenso. "Esse homem sabe de mais", pensei. Contudo, estava mais preocupado com Lilith. Meu coração doía por vê-la daquele jeito. Sentei-me ao seu lado e abracei-a afagando os teus cabelos.
_ Se não quiser continuar, meu amor, não precisa - falei rente ao seu ouvido, beijando-a na testa.
Ela balançou a cabeça negativamente e prosseguiu, contando-me sobre o final do pesadelo, a escola, a descoberta de que o homem era, na verdade, um demônio e, também, mostrando-me mais uma foto.
Ao final, senti-me horrível. Eu não pude ajudá-la quando ela mais precisou de mim! Enquanto observava Lilith terminar de comer, pensei seriamente em dizer-lhe sobre a minha verdadeira identidade. Não gostaria que ela soubesse por aquele demônio - que eu irei descobrir quem é e o motivo para estar fazendo aquilo - que eu sou Behemoth.
_ Lu? - escutei Lih me chamar. No começo, foi difícil acostumar-me com esse nome. Mas agora é automatico.
_ Diga, meu amor - respondi, olhando-a nos olhos.
_ Eu te amo.
Sorri ao ouvir aquelas doces palavras. Estávamos na porta da minha casa, com Lilith pronta para ir embora.
_ Eu também te amo - respondi - Tem certeza de que não quer dormir aqui hoje? Quero cuidar de você - falei, torcendo para que ela aceitasse.
A menor ponderou por um tempo e suspirou.
_ Tudo bem, vou ligar para a minha mãe - disse, derrotada.
Assenti e selei nossos lábios, desejando que aquele momento nunca acabasse.
_ Estarei aqui para o que precisar - murmurei, sentindo Lilith arrepiar em meus braços.




NOTAS
Oie. Deveria ter postado de manhã? Deveria! Postei? Não! É a vida hauabuahs
Revelações, altas revelações 🌚🍷
Digam-me o que estão achando, por favor!! Votem e tirem dúvidas, deem sugestões e os caralho a quatro.
Até terça-feira, kissus 💙

Os Demônios Também Dizem: "Gostosuras ou Travessuras?"Onde histórias criam vida. Descubra agora