_ Lilith! - exclamou Lucius ao me ver. Pela sua voz, pude perceber que não esperava me ver alí - O que faz aqui? - indagou.
Abri meus olhos e empurrei-o para dentro, fechando a porta logo em seguida.
_ Eu te explicarei tudo, mas... nós podemos tomar um chá? - mais afirmei do que perguntei, ainda com a respiração descompassada.
Ele me encarou e assentiu. Estava preocupado. Puxou-me para a sala de jantar e me fez sentar. Joguei minha mochila no chão.
_ Vou preparar o nosso chá. Já volto - corei pela nossa proximidade e, enquanto o mesmo se dirigia para a cozinha, a memória do nosso casto beijo me veio em mente.
_ O que está acontecendo? Todos estão super preocupados comigo hoje! Nem minha mãe é assim - resmunguei, enquanto prendia o meu cabelo em um rabo de cavalo.
Após alguns minutos, Lucius retornou com o chá e algumas bolachinhas (N/A: É bolacha SIM! Nem vem com essa de biscoito -_-)
_ Pode ir falando! Se pensa que vai me assustar assim e deixar-me sem nenhuma explicação, está muito enganada - exclamou, depois colocou as coisas em cima da mesa e sentou-se ao meu lado.
Me remexi na cadeira. Não quero envolvê-lo nisso. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com Lucius. Ele sempre me ajudou, cuidou de mim, me aguentou... é como um irmão que eu nunca tive.
Sem saber o que fazer, enfiei uma bolacha na boca.
_ Não posso falar agora. Estou comendo - exclamei com uma voz estranha, pois estava mastigando.
Ele gargalhou, me fazendo rir também. O diferente, foi que eu quase morri engasgada.
Depois que nos acalmamos, Lucius me encarou, esperando pelas minhas explicações.
Estendi minha mão para pegar mais uma bolacha, mas ele tirou-as de mim.
_ Ei! - disse, fazendo bico.
_ Nem vem, Lih! - chamou-me pelo apelido, com um olhar de cachorro sem dono - Você sabe que eu odeio que escondam coisas de mim. Principalmente você - completou, acabando comigo por dentro.
_ Eu nunca escondi nada de você, Lu - falei, encarando-o de volta.
_ Então me conte! - pediu, fazendo com que eu sentisse uma enorme vontade de abraçá-lo. Ele foi o meu único amigo, desde que eu fiquei "estranha", segundo o que as pessoas ao me redor dizem sobre mim.
_ Esse chá aqui é do quê? - perguntei, tentando mudar de assunto novamente.
_ De morte - ele respondeu, sorrindo maliciosamente para mim, fazendo-me arregalar os olhos.
_ Nem brinque com isso! - disse, nos fazendo rir novamente e contribuindo para o clima tenso acabar.
Derrotada, expliquei para ele tudo o que aconteceu, enquanto comíamos as bolachas e bebíamos o chá de "morte" (camomila). Ele me aconselhou, me confortou e disse que estaria lá para o que eu precisasse.
Senti-me aliviada. Foi como se um enorme peso fosse retirado das minhas costas. As coisas sempre foram assim: eu ficava triste, contava para o Lu e, automaticamente, eu me sentia melhor.
Fui retirada de meus pensamentos ao ouvir meu amigo me chamando.
_ Lilith? Ei, você ouviu o que eu disse? - perguntou-me.
_ Ahn...? Oh, sim, claro - respondi rapidamente.
Ele revirou os olhos e me abraçou fortemente. Surpreendida, retribui o carinho, perdendo-me naqueles braços calorosos e aconchegantes.
_ Lih, me desculpe por ter te beijado mais cedo - me disse - Eu... eu sempre gostei muito de... Ah, não - balançou a cabeça negativamente - Eu sempre te amei muito, mas nunca criei coragem para contar. Mas, ao te ver hoje, não pude me controlar. Perdoe-me se te magoei ou te ofendi, querida - finalizou, desvencilhando-se de meus braços.
Demorei um pouco para assimilar as coisas. Acho que ele pensou que eu estava brava, pois sua expressão tornou-se extremamente triste.
Eu não podia negar: Lucius sempre mexeu comigo. A tua beleza, a tua inteligência, o teu jeito de ser e de fazer as coisas tão graciosamente sempre me intrigaram. "Como alguém pode ser tão perfeito?", eu me perguntava. Em nenhuma ocasião ele me tratou mal ou me abandonou nos momentos difíceis. Pelo contrário, mostrou-se sempre presente e pronto para fazer tudo o que fosse necessário.
Nunca pensei que ele pudesse nutrir qualquer sentimento, além de amizade, por mim. Talvez seja por isso que sempre escondi os meus verdadeiros sentimentos por ele.
Respirei profundamente e, com uma mão em cada lado de seu rosto, fiz o mesmo olhar diretamente para os meu olhos.
_ Eu te amo, Lucius. Eu te amo mais do que tudo nesse mundo. Agora que eu sei que é recíproco, sinto uma enorme alegria e honra por estar dentro do teu coração por todo esse tempo - tirei uma de minhas mãos de seu rosto e coloquei-a sobre o seu peito - Você sempre esteve no meu coração e na minha mente. Sonhei com você, fantasiei um futuro com você e, mesmo agora, com muitas coisas ruins iniciando, eu apenas consigo pensar em você. Pensar em nós - soltei todas as palavras que eu vinha guardando há muito tempo.
Lucius fitou-me profundamente e sorriu. Aquele sorriso que faz eu sentir as típicas borboletas no estômago e todos os problemas sumirem da minha mente.
Então, sem pestanejar, ele me beijou. Foi quente, foi calmo, foi carinhoso, foi apaixonado, foi sensual, foi malicioso e, acima de tudo, foi sincero.
Enquanto trocávamos selinhos e carícias, somente um pensamento passava pela minha mente...
"Eu tenho uma luz para me guiar".NOTAS
• Oi, turu bom? 🌚🍷
• Hoje eu tive alguns imprevistos, então, acabei postando de noite. Me deculpe, caso alguém tenha esperado pela manhã.
• O que estão achando? Me digam! Comentem, por favor. Deem seu voto também. É imensamente importante para mim :3
• Não teremos muitos capítulos melosos como esse aahsuhauahsu
• Até quinta, kissus 🌚🍷
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Os Demônios Também Dizem: "Gostosuras ou Travessuras?"
Horreur"A chegada do Halloween. Pessoas enfeitam suas casas, crianças procuram por fantasias, jovens organizam festas e alguns pais participam - enquanto outros enlouquecem. Alguns só pensam nos doces, outros nas travessuras. É uma época de agitação e eufo...