Dezesseis

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Olho mais uma vez para a tela do meu celular aflita, ele ta atrasado 15 minutos e eu estou nervosa, poxa ele realmente vai furar comigo? Tou me sentindo uma idiota.

- Se acalma Noelle, ele vai aparecer - Peter diz puxando o celular da minha mão.

- Aí aí, ele ta atrasado 15 minutos, daqui a pouco minha mãe chega e o nosso plano de fuga vai por água a baixo, mesmo assim ainda acredito que ele não vem... os homens são tão estúpidos, ridículos, idiotas, babacas, excêntricos, cruéis, manipuladores, insubordinados aargh - bufo começando a ficar irritada, olho para Peter que me fitava com uma sobrancelha arqueada, eu definitivamente peguei pesado.

- Não vamos generalizar né fofa, eu sou um amorzinho - diz com um sorriso cínico no rosto.

- Você não é uma exceção Peter - respondo voltando ao meu estado depressivo, apoio meu cotovelo no parapeito da janela e repouso minha bochecha em minha mão para fitar a linha do horizonte do mar pensativa. - Se você fosse hetero, namoraria comigo? -

Espero a sua resposta e fecho os olhos ao perceber que ele estava pensando no que dizer, depois de alguns segundos sua resposta veio bem como eu esperava:

- É... h-hum... bem... você... é legal, eu namoraria contigo sim - reviro os olhos depois dessa resposta mais falsa que as minhas bolsas Armani.

- Ah sim... se você tivesse dito não eu acreditaria bem mais - suspiro.

- Você é linda Noelle, esse cabelo se fosse um pouco mais cuidado, esses olhos azuis brilhantes que combinam perfeitamente com a cor da sua pele e quantas poucas pessoas são abençoadas pela suprema Afrodite com 1, 74 de altura com apenas dezessete anos, você é uma delas amiga, deveria agradecer. O seu problema é que você é muito boba, lerda, aérea, ultrapassada, tímida, estranha... - paro instantaneamente de prestar atenção no que Peter dizia ao perceber um carro sedan preto parar em frente a minha casa, sinto que meu coração acelerar feito louco.

- Ó senhor ele veio! - penso.

Contudo, enrugo o nariz ao ver a pessoa que sai do carro, minha expressão é de pura perplexidade, entreabo a minha boca e escuto um "quê?" Saí baixinho dela, eu não acreditava no que via e por pouco não aconteceu uma tragédia e eu não caí janela a baixo.

- Merda Peter ele tá aqui aaah!! - me afasto da janela e pulo desesperada no ruivo que se assustou e imediatamente parou com seu blá blá blá que eu já não ouvia a segundos.

- QUÊ? AAAAH - ele grita eufórico, para em seguida o barulho agudo da campainha soar por toda a casa. - Aí meu Deus Noelle passa o batom, eu trouxe halls e preservativos para você levar na bolsa! - continuo com pressa indo até a minha penteadeira para pegar o batom, minha reação foi de puro espanto.

- Mas quê?! - arregalei os olhos. - Peter NÃO é o MASON! - gritei com as mãos na cabeça já agoniada com a campainha que tocava persistente.

- É o... - ele não esperou eu terminar de falar e correu para fora do meu quarto em direção a escada, corri atrás dele. - Cuidado com a escada Pete... -  era tarde de mais, meus olhos quase saltaram para fora ao vê-lo quicar escada abaixo sentado.

- PETER!! - grito preocupada, quando ele se levanta com a mão na costa e uma careta de dor.

- Eu tou bem... ain minha bunda - ele passa a mão na bunda e eu não consigo evitar e começo a gargalhar, Peter amostra o dedo do meio pra mim e vai até a porta a abrindo de forma rápida.
- Matthew? - a surpresa de Peter era tão evidente quanto a minha, desci a escada com pressa e passei por debaixo do braço do meu amigo para ficar frente a frente com Matthew, semicerrei as sobrancelhas o olhando com raiva, não acredito que esse garoto esteja mesmo aqui, depois da Vick ele é a pessoa que eu mais odeio.

Diário De Uma FracassadaOnde histórias criam vida. Descubra agora