Introdução

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Vou sempre conseguir escrever sobre ti. Mesmo quando não há mais nada a dizer, encontro palavras enterradas em memórias de momentos que tudo tornam a pôr em movimento. Não é pela certeza de que te ame, é pela certeza de que o fim custou e continua a custar. É porque ainda há muito a dizer - tudo aquilo que te diria se ainda fossemos o que fomos.

Agora, não sei o que somos... A distância dos corpos entra em conflito com a proximidade das almas e o passado entra em conflito com o presente - foi tudo aquilo que precisavamos enquanto o tivemos e tudo o que poderiamos pedir (foi felicidade) mas, agora, já não o é e já tinha deixado de o ser; deixou de ser o que precisamos e, especialmente, tudo o que poderiamos pedir. Agora, o que me assuta é que começa a fugir para nada - o que restava guardavamos nos nosso corações e, enquanto a tristeza se dissipa, muito disso dissipa também.

Sinto que já não te amo plenamente (nem posso) e isso assuta-me, faz-me questionar a verdadeira fragilidade do nosso amor que sobreviveu à primeira mas não à segunda; deixa-me triste e sem chão, longe da minha realidade porque há uma nova realidade a aceitar - aquela em que aprendo a viver com o amor com o qual vivia mutilado pela vivência e posto de parte, nomeado como "passado".

Como Seguir em Frente: Um GuiaOnde histórias criam vida. Descubra agora