No meu coração

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Com isso tudo atrasei-me claro, comer à pressa, sair à pressa, fazer o caminho até ao jogo à pressa,   já estavam no aquecimento quando cheguei. A Joana olha par mim com ar completamente desconfiada, nem me atrevo a dizer-lhe nada, só me ia enterrar. Perdemos o jogo, ficamos todas com azia. Como tinha carro Joana voltou comigo para o sítio onde imos jantar toda a equipa.

J: Tudo bem?

M: Sim tudo bem.

J: Com Clara quero eu dizer. Que se passou desta vez?

Bolas, não tinha pensado nisso. Joana conheci-a muito bem, não podia dizer uma coisa qualquer muito fora do normal senão ela percebia logo e nada me vinha a cabeça.

M: Falamos depois sobre isso, ainda não interiorizei bem tudo e agora estou enervada é como o jogo

J: O quê??

Olha-me com ar completamente surpreendida e admirada.

J: Ok, como queiras.

Meti os pés pelas mãos. Se ela já desconfiava de algo acabei de lhe meter um tapete vermelho em direção a porta que lhe dava para desconfiar.

O restaurante não era longe, foi a minha sorte, consegui evitar e desviar a conversa para outro lado, no jantar evitei-a, no caminho para casa dei boleia também a outra colega e sabia que Joana não ia tocar no assunto frente a ela.

Domingo tivemos almoço em casa dos meus pais, depois fomos ver o Beira-Mar jogar, passou-se o domingo sem falar com Ema. Segunda de manhã mal saio de casa, envio-lhe logo uma mensagem, de bom dia e perguntar como tinha corrido o fim de semana, ela não responde. Ligo-lhe a meio da manhã, não me atende. Começo a ficar preocupada. A hora de almoço liga-me ela.

M: Está tudo bem?

E: Sim, tive muito trabalho e várias coisas a tratar. Precisamos falar Mara.

M: Ok, quando quiseres.

E: Hoje ao fim de trabalho estou aí ok?

M: Sim, ótimo.

Depois de desligar veio-me a sensação boa de que ia estar com ela, não passou na minha mente nada que ela quisesse falar comigo de mal, só pensava que como eu, ela também queria estar comigo.

Marcamos num miradouro perto da praia. Chego ao parque ela já estava lá, saio do meu carro, entro no dela.

M: Olá.

Abraço-a enquanto a beijo na face e nos lábios, ela afasta-me e com ar sério diz:

E: Mara temos de falar.

Naquele momento percebi que algo se passava.

E: Fomos longe demais já. E isso não podia ter acontecido.

M: Sim. Mas aconteceu. E agora?

E: Agora fomos longe demais e temos que acabar com isto antes que alguém se magoe a sério.

M: Já viste que não somos muito boas a ficar longe uma da outra para "acabar com isto".

E: Pois mas vamos ficar longe agora. Um escritório de advogados em Genebra esta com muitos clientes portugueses, querem meter pessoas e fizeram-me uma proposta que não posso recusar. Vou para lá amanhã a noite.

M: Como? Assim de repente?

E: Sim, recebi o convite sexta, estive a pensar no fim de semana, hoje cedo depois de uma reunião com o meu patrão decidi que era o melhor, que para evoluir tenho de fazer isso.

Infinitos  (História Lésbica) -completa-Onde histórias criam vida. Descubra agora