Dezasseis

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-Bom dia André Miguel!! - Disse saltando para cima de si.

-Alice Maria, estou todo partido do jogo de ontem... - Resmungou.

-Mariquinhas... - Fiz uma careta.

-Eu digo-te quem é mariquinhas! - Disse ele e fez-me um ataque de cocegas.

Depois de irmos comer, pedi ao André que me levasse a casa, fiz uma mala e vou passar uns dias a Matosinhos com os meus pais. O André ofereceu-se para ir comigo mas eu disse que ir sozinha e assim pensava no que tem acontecido. Os meus pai nem sabem que vou, vou fazer uma surpresa.

-Faz boa viagem pequena. Quando chegares diz qualquer coisa! - Disse ele dando-me um abraço.

-Sim, eu digo!

Entrei para o carro, liguei-o e quando estava para arrancar o André já estava a ir para o seu carro.

-André! - Chamei-o e ele olhou oara trás. - Adoro-te!

-Também te adoro!

Segui viagem. Parece que durou uma eternidade, talvez pelo facto que estar constantemente a olhar para os carros de trás e a ver se algum me seguia. Fiz uma pequena paragem para comer algo pelo caminho mas quando vejo um carro vermelho, olho lá para dentro e vejo o Duarte, recuei logo. Entrei para o carro e arranquei dali o mais depressa que pude mas ele veio atrás de mim.

Não sei que fazer, vou lugar ao André? Mas assim ele vai ficar preocupado. Ligo à policia?

-Boa tarde, eu queria apresentar uma queixa. -Disse. - Estou neste momento a ser seguida por um carro opel vermelho, o senhor que está a dentro chama-se Duarte Gonçalves e já me tentou agredir diversas vezes e persegue-me constantemente.

Eles disseram que um mandar um carro da policia a meu encontro mas para não parar o carro em circunstância alguma. Assim o fiz e de repente passam dois carros da policia, encosta-se ao meu lado e o outro encosta-se ao Duarte obrigando-o a parar.

Tomaram conta da ocorrência, e depois de ambos fazer-mos depoimentos foi-lhe aplicado uma restrição de que não pode estar a menos de 100 metros de mim. Caso isso aconteça deve ser levado à esquadra e ficará em prisão até julgamento. Sim porque eu apresentei queixa contra ele, do dia do parque, da minha casa, do carro e até falei do dia do restaurante. Falei-lhes que à dois anos atrás já tinha feito uma queixa contra ele mas que como ele fugiu nunca foi levada para a frente e acabaram por desistir. Dei o nome do André, do Afonso e dos meus pais para fazeres depoimento. Claro que primeiro perguntei se eles estavam dispostos a isto e eles disseram logo que sim. O André ficou muito preocupado.

Depois desta formalidade toda só tenho de esperar receber carta do tribunal para saber o que vai acontecer ao Duarte. Segui para Matosinhos, quando cheguei a casa expliquei o que se passou nos últimos dias, eles ficaram muito chateado por eu não ter dito nada logo mas acabaram por dizer que iam fazer de tudo para que este pesadelo acabasse.

Já é de noite, estava a jantar com os meus pais quando toca a companhia.

-André?!

-Alice! - Disse ele dando-me um abraço apertado. - Estás bem? Ele fez-te mal? Eu devia ter vindo contigo.

-Não, eu chamei logo a polícia quando o vi. Correu tudo bem. Entra.

-Alice, quem é querida? - Perguntou a minha mãe.

-Boa noite, sou o André!

-Eu sei meu querido, eu sei! - Disse ela e nós rimos. - Sou a Francisca, a mãe da Alice. - Apresentou-se. - Oh homem vem cá conhecer o amigo da Alice.

-Boa noite, sou o André! - Disse o André assim que o meu pai chegou.

-Boa noite, Alberto Mendes. - Disse,estendeu a mão para um aperto de mãos. -Já jantas-te rapaz?

-Não, eu vim assim que pude ver a Alice e acabei por não jantar.

-Anda, nós estávamos mesmo agora a jantar. - Disse eu.

-Alice, não me disseste que conhecias o André Silva, nem que eram amigos. - Sussurrou ele.

-E conheço todos os outros. - Ri-me. - Já almocei com eles e vou aos treinos deles.

-E não me dizias nada Alice Margarida! - Ri-me.

O André jantou lá em casa, ele e o meu pai deram-se lindamente. Só falaram de futebol mas pelo menos falaram. Depois nós dois subimos para o quarto, sentamo-nos na cama a conversar.

-Bem, eu vou voltar para o Porto ainda hoje por isso é melhor ir andando senão fica muito tarde. - Disse ele.

-Vais hoje?

-Sim, não tenho onde dormir, nem pensei nisso. - Confessou. - Só queria ver-te e saber se estavas bem...

-Dormes aqui André, no quarto de hóspedes claro. - Ri-me.

-E não vou incomodar?

-Claro que não. Vou só perguntar lá a baixo, esperas ai? - Ele assentiu.

Desci e estavam ambos na sala a ver tv, e claro que disseram que ele podia ficar. Ficamos mais um pouco no meu quarto.

-Obrigada por teres vindo André...

-Não tens de agradecer, eu só não vim logo porque não consegui, a minha vontade era vir logo para te ter nos meus braços e sentir que estavas bem. - Ele disse, e eu abracei-o.



10 | André Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora