Onze

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Ainda não sai da cama hoje. Não comi nada, apenas me deixei ficar deitada a pensar no que ele me disse. Até que algo me obriga a levantar da cama. A campainha, só espero que não seja o André.

-Joana. - Disse ao abrir a porta.

-Vem cá! - Disse ela e abraçou-me. Ela sabia que eu ia chorar. - O André foi falar comigo ontem.

-Porque?

-Ele chorou Alice, com medo que o afastasses dele... Ele gosta mesmo de ti.

-Eu também gosto dele mas eu tenho medo Joana...

-O André é diferente e tu sabes disso, confia nele.

-O que faço agora?

-Diz para ele vir aqui e falam, conta-lhe sobre o Duarte. - Disse-me. - Ele vai ajudar-te a superar isso, acredita em mim. 

Ela tinha de se ir embora para Vila Nova de Gaia e por isso não ficou muito mais tempo. Se calhar ela tem razão, vou tomar banho e pensar se mando mensagem ou não. Já está a ficar de noite e sim, vou mandar a mensagem. Pelo menos para lhe dar uma explicação, ele merece.

Eu: André?

André: Alice... 

Eu: Podes vir ter comigo ao parque ao pé da minha casa daqui a meia hora?

André: Meia hora estarei lá

Eu: Até já

André: Até já

Fui até ao parque uns 10 minutos mais cedo, eu sei que disse meia hora, mas primeiro queria ficar um pouco sozinha, apanhar ar fresco e pensar no que iria dizer e fazer quando tivesse o André à minha frente. Sentei-me no baloiço, e baloicei-o devagar. Tudo passava pela minha cabeça que nem reparei que alguém se aproximava de mim. 

-Olá Alice. - Diz uma voz atrás de mim. 

-Duarte? - Entrei em pânico. - Que queres? Como me encontras-te?

-Falar. - Disse ele com um ar irônico. - A nossa história acabou mal não achas que devemos resolver as coisas. 

-Não, afasta-te de mim. - Gritei. Mas ele agarrou-me por um braço. - Larga-me!

-Agora vais te arrepender de teres feito queixa à polícia sua cabra! - Gritou ele.

A única coisa que queria era que aparecesse o André o mais rápido possível. Só ele passava pela minha cabeça enquanto sentia a não do estupor do Duarte a entrar na minha camisola.

-Socorro! - Gritei o mais alto que consegui. - Socorro! - Gritei novamente e depois ele tapou a minha boca fazendo com que não se ouvisse a minha voz.

Já tinha perdido a esperança e quando aparece o André por trás do Duarte e o puxa para trás dando-lhe um murro que o derrubou. O Duarte ainda tentou defender-se mas ficou ali estendido no chão enquanto o André agarrou a minha mão e me puxou dali antes que ele viesse atrás de mim.

-Estás bem? - apenas olhei para ele com pânico a invadir o meu olhar. - Alice... - Disse ele e abraçou-me.

Ele tirou as chaves da minha mala, trouxe-me até casa, fez-me um chá para eu me acalmar. Neste momento estou assustada, como é que ele me encontrou? Eu só queria que o passado desaparecesse e ele volta, da pior maneira possível.  

-Estás em segurança agora Alice, eu estou contigo! - Disse ele dando-me o chá e dando-me um beijo na testa. - Queres falar?

-Agora não... Por favor. - Pedi. - Podes ficar comigo hoje?

-Claro, não vou a lado nenhum. 

Com ele sentia-me em segurança e esta noite não iria conseguir ficar sozinha, estava demasiado assustada. Ele voltou, o meu maior medo acabou de invadir a minha vida quando eu menos esperava.

10 | André Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora