Trinta e sete

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-Desculpa Alice... - Disse ele finalmente, sem desfazer o abraço.

-Eu se calhar também exagerei... -Respondi. - Mas imaginar que ela é tua ex e que podes ainda sentir algo por ela, ou que ela já te conhece melhor que eu e fazia coisas contigo que eu não faço... - Fiz uma pausa. - O medo toma conta de mim e só consigo imaginar o pior...

-Não exageraste, aquela foto tinha tudo para ser verdadeira... - Suspirou. - Mas eu juro que me afastei...

-Eu acredito em ti...

Claro que acredito no André... Mas quando vi aquela foto e a vi tão perto dele não pensei e reagi de cabeça quente, não o queria mais ver à minha frente... E afinal tudo não passou de um mal entendido. Esta Vanessa não vai descansar enquanto não nos afastar.

-Tenho tanto medo se te perder... - Sussurrei.

-Nunca vais perder princesa!

Depois deste mal entendido todo, fomos almoçar ao centro comercial perto do Estádio, o Alameda. Como era de esperar fomos interpelados por diversos fãs, a maioria raparigas, óbvio. Pedi uns bifes com cogumelos e uma coca-cola e o André uma francesinha simples acompanhada igualmente por uma coca- cola. Depois fomos comer um gelado, menta e baunilha para mim e chocolate e baunilha para o André. Enquanto comíamos o gelado andamos a ver as montras. Vi umas sapatilhas lindas, cinzentas e brancas na montra da loja de sapatilhas.

O André entrou na loja da Adidas enquanto eu acabava de comer o gelado em frente à porta. Acabo meu gelado quando sinto uma mão a tocar-me no ombro, pensei ser o André mas não.

-Olá Alice. - Disse disse ela.

-O que queres? - Perguntei.

-Calma querida. - Disse-me. - Apenas quero falar contigo.

-Não estou interessada! - Ia virar as costas mas ela agarra-me no braço e força-me a ficar ali.

-O André é meu! Tu nunca vais ser como eu! Eu dei-lhe tudo. Já sei o que ele gosta e como ele gosta. - Disse ela e eu estremeci. - Ele vai voltar para mim, nunca ira ficar com uma pita virgem! - Riu-se. - E feia como tu. És só uma diversão.

-Larga-me! Antes pita virgem do que pu... - Sou interrompida pelo André.

-O que se passa?

-Nada querido, estava só a dizer olá à Alice. - Disse e olhou para mim com aquele olha de "nem te atrevas a contar".

-Alice? - Chamou-me e olhei para ele.

-Sim, está tudo bem.

-Adeus, beijinhos! - Disse ela e saiu com u sorriso vitorioso.

Nenhum de nós respondeu à Vanessa e sei que ele ficou desconfiado com o que se passou. E depois daquela conversa eu tomei uma decisão. Eu vou conseguir.

Chegamos a casa e hoje o André vai lá dormir, perfeito para eu tentar.

-Vamos para o quarto? - Perguntei.

Subimos para o quarto, eu sentei-me no seu colo e comecei a beija-lo. Cada vez mais intenso, ele pousou as suas mãos na minha cintura e eu agarrei o seu pescoço. Tomei a iniciativa de colocar as minhas mãos na sua blusa e começar a puxa-la para cima.

- Alice... - Sussurrou. - Tens a certeza?

Não, não tenho. Na verdade não tenho a certeza do que estou a fazer. Mas assenti e depois de me beijar ele começou carinhosamente a tirar a minha blusa. Estremeci. Mas quando senti a sua mão perto do meu peito não aguentei.

-Não consigo, desculpa... - Disse e levantei-me indo até à casa de banho.

Não aguentei as lágrimas, não consegui. Só me veio à cabeça o Duarte e ainda por cima, não me sinto preparada nem confortável.

-Alice, bebé? - Ouvi a sua voz atrás da porta. - Posso entrar?

Não respondi mas ele entrou, veio abraçar-me no chão onde eu estava sentada. Aquele abraço acalmou-me.

-Desculpa... Sou uma falhada... - Disse.

-Não, não digas isso Alice! - Ralhou ele sério. - Nunca mais me digas isso...

-Desculpa...

-Isto tem alguma a ver com o que aconteceu no Alameda com a Vanessa? - Assenti com a cabeça. - Não podes deixa-la entrar na tua cabeça...

-Não é fácil André... Ela tem toda a razão naquilo que me disse.

-O que é que ela disse? - Perguntou.

10 | André Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora