Tá, eu sei que é estranho logo eu estar falando esse tipo de coisa para o João e eu estou começando a me arrepender.
João: Tá, espera, estou tentando processar sua palestra...- João diz. Idiota sendo idiota.
Matt: Só não mágoa a Anna!- Saio do quarto antes que eu perca a paciência com ele.No caminho até a porta, encontro Eduardo, mas o ignoro. Saio da casa deles e volto para a casa da Anna. Toco a companhia e o Thiago abre a porta, mas antes que ele possa dizer algo, entro na casa e vou até o quarto da Anna.
Abro a porta e encontra a Anna na cama, com a Shiva no colo.
Anna: Agora posso saber aonde você foi?- Ela me olha com um olhar desconfiado.
Matt: Eu fui na casa do Eduardo falar com ele.
Anna: Sobre o que?
Matt: Sobre alguma coisas.
Anna: Que coisas?
Matt: Quer assistir The Walking Dead?- Pergunto mudando de assunto, na esperança de fazê-lá mudar de assunto também.
Anna: Quero!- Ela diz animada e pega o controle.Anna narrando
Obriguei o Matt a assistir séries comigo até as 23:00, até que a Sophia liga pela terceira vez mandando ele ir para casa. Dessa vez eu deixo ele ir. Acompanho ele até a porta e assim que ele sai, me viro e encontro Elena, Thiago, Isabella e Micael de braços cruzados me encarando. Agora eu não escapo.
Anna: Eita! Olha a hora! Melhor eu ir dormir! Durmam com os anjos!- Tento escapar, mas Micael bloqueia minha passagem.
Anna: Eu estou ferrada, né?- Pergunto e Elena assente.Desisto de tentar escapar e vou até a sala acompanhada pelos quatro. Sento no sofá e os quatro ficam em pé na minha frente.
Anna: Quem vai começar com o sermão?- Pergunto.
Elena: Anna, eu não sei como você ainda não foi expulsa! Todo mês somos chamados no mínimo 5 vezes na diretoria por conta da sua rebeldia!
Anna: A culpa não é minha se os professores não aguentam uma aluna que não abaixa a cabeça pra eles!
Elena: Não são só os professores! Você está sempre arrumando briga com aquelas cinco garotas também!
Anna: Se eu não abaixo a cabeça nem para os professores vá lá para aquelas cinco galinhas atropeladas!
Thiago: Mas você não pode...- Thiago começa, mas eu o corto.
Anna: Você fica na sua por que você não tem nenhum direito sobre mim! Não venha me dizer o que eu posso ou não fazer!- Levanto do sofá e fico frente a frente com o Thiago. Automaticamente, já começo a ficar irritada.
Thiago: Você gostando ou não eu sou seu pai e tenho total direito sobre você!- Ele diz com uma voz um pouco mais alterada.
Anna: Meu pai?! MEU PAI?! VOCÊ NÃO É E NUNCA FOI UM PAI! VOCÊ NUNCA CUIDOU DE MIM OU DA ISABELLA! A ÚNICA PESSOA AQUI QUE TEM ALGUM DIREITO SOBRE MIM É A ELENA POR QUE ELA SIM PASSOU A VIDA TRABALHANDO DURO E DEIXANDO DE SE DIVERTIR PRA CUIDAR DE DUAS CRIANÇAS ENQUANTO O PAI FICAVA POR AÍ SE DIVERTINDO E VIVENDO SUA VIDA DE MILIONÁRIO!- Grito, totalmente alterada.
Thiago: EU SEI A MERDA QUE EU FIZ! NÃO PRECISA JOGAR NA MINHA CARA TODAS AS VEZES QUE NOS FALAMOS!
Anna: SIM! EU PRECISO E VAI SE ACOSTUMANDO POR QUE VAI SER ASSIM ENQUANTO EU ESTIVER VIVA! NA HORA DE TRANSAR COM A MINHA MÃE FOI UMA MARAVILHA, MAS DEPOIS NÃO FOI HOMEM O SUFICIENTE PRA ARCAR COM AS CONSEQUÊNCIAS! VIVIA NOS BARES ENQUANTO MINHA MÃE DAVA DURO PRA CUIDAR DE MIM E DA ISABELLA! VOCÊ ACHAVA QUE ELA ERA SUA ESCRAVA E AINDA POR CIMA ERA UM COVARDE! BATIA NA MINHA MÃE POR QUE ELA QUERIA UM POUCO DE DESCANSO! BATIA NELA POR QUE ELA QUERIA QUE VOCÊ FICASSE ALGUMAS HORAS COMIGO E COM A ISABELLA PARA ELA PODER DESCANSAR UM POUCO! MINHA MÃE MORREU E VOCÊ SIMPLESMENTE SUMIU, DEIXANDO EU E ISABELLA COM A ELENA! AGORA VOCÊ VOLTA QUERENDO SE FAZER DE PAPAI BONZINHO?! A ISABELLA PODE SER TROUXA E TE PERDOAR, MAS EU NÃO VOU! NUNCA IREI! VOCÊ NÃO MERECE PERDÃO!- Cuspo as palavras na cara dele e antes que alguém diga algo, saio de casa com os olhos cheios de lágrimas, mas não lágrimas de tristeza, e sim de raiva.Sento na calçada e deixo as lágrimas escorrerem. Abaixo a cabeça e abraço meus joelhos. Fico assim por alguns segundos, até que sinto uma mão no meu ombro. Levanto a cabeça e olho para o lado.
João: Quer me contar o que aconteceu?- João pergunta enquanto se senta ao meu lado.
Anna: Nada, não aconteceu nada.- Minto e limpo as lágrimas que ainda estavam escorrendo.
João: Anna, eu te conheço. Você não fica assim por nada.
Anna: Eu não quero falar João!- Digo, já um pouco mais grossa do que eu queria.
João: Anna...
Anna: Eu não quero falar!- Repito e levanto da calçada. João se levanta e fica parado na minha frente.Me viro para ir embora, mas João me puxa para um abraço. No começo tento recusar, mas depois de um tempo me entrego ao abraço.
João: O que aconteceu?- João pergunta novamente.
Anna: É o Thiago. Toda vez que eu olho pra ele eu sinto raiva. Toda vez que eu olho para ele me lembro de quando eu era bebê e assistia enquanto ele batia na minha mãe. Lembro de ver minha mãe chorando todos os dias. Eu sei que eu era uma simples bebê e não deveria me lembrar dessas coisas, mas desde quando ele voltou, eu comecei a lembrar. Não consigo olhar pra ele sem ver o bêbado covarde que ele era. Não consigo ver ele como um pai.- Desabafo.
João: E não deveria. Ele não é e nunca foi um pai. Ele não merece seu perdão. Sem falar que foi ele quem perdeu quando não pode ver você crescer e se tornar essa garota linda que você é hoje.- Ele continua me abraçando.Um sorriso escapa do meu rosto e eu me sinto muito melhor.
Anna: Melhor eu voltar.- Digo e saio do abraço.
João: Quer que eu entre com você?- Ele pergunta e eu penso em recusar, mas penso melhor.
Anna: Quero.- Repondo e ele sorri.Abro o portão e entro. Vou até a porta da frente e respiro fundo. Sinto algo tocar minha mão e quando eu olho, vejo que o João está segurando minha mão. Olho para ele e o mesmo da um meio sorri.
Abro a porta e entro na casa acompanhada pelo João. Elena, Isabella, Micael e Thiago ainda estão na sala. Todos eles me olham e ficam surpresos ao ver eu e o João de mãos dadas.
Thiago: Filha...- Thiago começa, mas eu o corto.
Anna: Filha o caralho! Eu não sou sua filha e você nunca será meu pai!- Repondo e subo as escadas correndo, puxando o João.João narrando.
Anna me puxa até o seu quarto. Entramos no mesmo e ela tranca a porta.
Anna se senta na cama e pega a Shiva no colo.
João: Então... como ela está?- Pergunto tentando quebrar o silêncio.
Anna: Ela se adaptou bem rápido ao meu quarto, apesar de comer um pote de ração a cada 4 horas.- Ela sorri enquanto acaricia a Shiva.
João: Você leva jeito com animais.- Digo e continuo em pé ao lado da porta.
Anna: Pode sentar aqui, não precisa ficar aí. Eu não sou de vidro.- Ela ri e eu vou até a cama.Me sento ao seu lado. Ela coloca a Shiva na cama dela que fica ao lado do cama da Anna e volta para a cama.
João: Ainda está mal?
Anna: Só com um pouco de raiva.
João: Só nunca deixe ele nem homem nenhum mandar em você.- Sorrio. O silêncio toma conta do quarto, até que Anna decide quebra-lo.
Anna: João...
João: Diga.
Anna: Obrigado.- Ela sorri.
João: De nada.- Sorrio.Me aproximo da Anna e deito na cama. Puxo ela e a mesma deita ao meu lado, apoiando sua cabeça do no peito.
Ficamos assim por um bom tempo e sinceramente? Foi uma das sensações mais maravilhosas que eu já senti na vida. Fico acariciando seus cabelos enquanto olho para o teto do quarto.
Poucos minutos depois, olho para Anna e vejo que a mesma já está dormindo. Levanto da cama tomando cuidado para não acorda-lá. Tiro seus sapatos e a cubro com um cobertor.
Apago a luz do quarto e saio do mesmo, tomando cuidado para não acorda-lá.
3 dias depois...
Nesse momento estou na sala de aula encarando a Anna que está do outro lado da sala, rindo e conversando com o Matheus. Estamos na aula de Ciências, mas como sempre, o professor está explicando a lição e ninguém está prestando atenção em absolutamente nada que ele diz.
Brayan: Quer um balde?- Brayan aparece do meu lado, me dando um puta susto.
João: Que? Pra que?
Brayan: Pra você não alagar a sala de tanto babar pela Anna.- Ele ri e eu dou um soco em seu braço.
João: Vai se foder Brayan!- Rio.
Brayan: Tá, mas e aí? Decidiu o que vai fazer?
João: Decidi.- Volto a encarar a Anna.
Brayan: E o que você vai fazer?- Brayan pergunta, claramente animado.
João: Vou chamar ela pra sair amanhã.
Brayan: Só isso? É sério cara? Baba tanto pela garota pra no final só chamar ela pra sair?- Brayan diz e sua animação vai por água abaixo.
João: Posso continuar?- Pergunto.
Brayan: Pode.- Brayan responde. Sorrio e olho para ele.
João: Eu vou chamar ela pra sair e pedir ela em namoro.
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Uma Adolescente Muito Louca
Teen FictionAnna Collins perdeu seus pais em um acidente de carro e desde então, Anna e sua irmã Isabella moram com sua tia, Elena. Após Elena, Anna e Isabella se mudarem para o Rio de Janeiro, Anna terá que enfrentar Wonly Sweet, o melhor e mais cobiçado colég...