Capítulo 111- Cirurgia.

2.9K 248 54
                                    

XxxxX: O garoto perdeu muito sangue, mas por sorte temos algumas reservas com o tipo sanguíneo dele, porém teremos que fazer uma cirurgia para retirar a bala que ainda está dentro dele. Fiquem tranquilos, pois temos 95% de certeza que ele irá sobreviver. Caso a cirurgia ocorra bem, em menos de uma semana ele já poderá voltar para a casa.- O cara diz e todos nós prestamos atenção em cada palavra.

Todos soltam um suspiro de alívio, exceto eu. Tudo bem, o cara falou que eles tem 95% de certeza que o João vai sobreviver, mas e os 5%?

2 horas depois...

2 horas se passaram e o Ricardo já chegou. No momento, ele está conversando com um dos médicos, provavelmente negociando o preço da cirurgia.

O Pedro saiu com a Carolayne pra buscar alguns lanches, mas isso já faz 1 hora e esses seres humanos ainda não voltaram. Estou quase desmaiando de fome!

Ouço alguns passos e quando olho para o final do corredor, vejo Carolayne e Pedro correndo até nós, segurando alguns lanches. Quando eles chegam até nós, eles param, meio ofegantes.
Carolayne: Foi mal pela demora. O Pedro me fez parar no meio do caminho por que ele queria o número de um garoto que estava passando na rua.- Carolayne diz, revirando os olhos.
Pedro: Aquilo não era um garoto, era um deu grego!
Ju: Conseguiu o número pelo menos?
Pedro: 953682936.- Pedro diz com um sorriso no rosto.
Carolayne: Só conseguiu por que o Pedro seguiu ele por 4 quarteirões e quando o cara pediu pra ele parar, ele falou que só pararia se ele passasse o número dele.- Carolayne diz e nós rimos.
Anna: Tá, história maravilhosa, agora vamos para o que interessa. O lanche. Passem pra cá.- Digo e Carolayne me dá um hambúrguer e um guaraná.

Comemos em total silêncio e minutos depois, Ricardo volta.
Anna: E aí? A cirurgia vai ser quando?- Levanto da cadeira e vou até ele.
Ricardo: Daqui meia hora.- Ricardo responde e eu solto um suspiro de alívio.
Ricardo: Agora posso saber como meu filho levou um tiro e como você voltou?- Ricardo pergunta e cruza os braços.

Penso em dizer a verdade, mas antes que eu fale algo, Eduardo aparece ao meu lado.
Eduardo: A Anna conseguiu fugir e encontramos ela rua, e sobre o João, ele levou um tiro quando um cara foi tentar assaltar ele, mas o João não quis deixar. O cara acabou atirando no João e depois fugiu.- Eduardo mente e eu o olho surpresa.
Ricardo: Quando o João voltar para casa, vou ter uma conversa com ele sobre reagir a assaltos.- Ricardo diz e se afasta.
Anna: Eu não sabia que você mentia tão bem.- Digo e olho para o Eduardo.
Eduardo: Nem eu.- Ele diz e ri. Eduardo, que estava olhando nos meus olhos, dirige seu olhar até meus braços machucados.
Eduardo: Meu deus Anna! Ficamos tão preocupados com o João que esquecemos de você! Você está toda machucada!
Anna: Não, não precisa se preocupar. São só algumas marcas roxas e um corte no braço, nada demais.
Eduardo: Tem certeza?
Anna: Tenho. Agora a nossa preocupação é o João!- Digo e nós dois voltamos para as nossas cadeira.

Alguns minutos depois, o cara aparece novamente e diz que a cirurgia já vai começar, e que não demorará muito, portanto em alguns minutos, ele volta com notícias.

Pego o celular do Matt e tento me distrair, jogando alguns jogos como "Piano Tiles 2" e "Minecraft". Sim, eu consegui pegar o meu celular de volta, pois depois que o Jack usou, ele devolveu, só que descarregado.

[...]

Já se passaram meia hora e eu já consegui construir duas casas no Minecraft e subi até o nível 51 no Piano Tiles 2, sendo que quando comecei a jogar, estava no nível 39.

Ouço uma porta ser aberta e quando olho para a minha frente, vejo aquele cara. Todos nós levantamos e fomos até ele.
Anna: E aí? Como foi? Ele está bem? Quando ele vai sair? Ele está vivo? Ele vai ficar vivo? Ele está acordado? A gente pode ir ve-lo?- Encho o cara de perguntas.
XxxxX: A cirurgia foi concluída com sucesso, ele está bem, vai ter que ficar aqui no hospital de repouso durante uns 3 ou 5 dias, ele está vivo, vai continuar vivo, no momento ele está dormindo e eu acho melhor não acordarem ele agora.- Ele diz, respondendo todas as minhas perguntas.

Novamente, todos soltam um suspiro de alívio, principalmente eu e o Eduardo.
Ricardo: Quando poderemos ir ve-lo?
XxxxX: Somente amanhã.
Brayan: O horário de visita é que horas?
XxxxX: Das 9:00 da manhã até as 19:00 da noite.
Brayan: Ok.
Carolayne: Gente, eu tenho que voltar pra casa, se não meus pais me matam.
Karla: Eu também.
Matt: Vamos voltar para as nossas casas e amanhã voltamos para ver ele.
Ju: É, vamos.- Todos começam a andar até o fim do corredor, exceto eu e Ricardo, que permanecemos no mesmo lugar.
Matt: Anna! Vem!
Anna: Eu não vou!- Digo e o Matt vem até mim.
Matt: Anna! Não é hora de teimosia! Vamos!
Anna: Eu não vou!- Repito.
Matt: Ricardo, deixa eu falar com ela, a sós.- Matt pede e o Ricardo se afasta.
Anna: Não adianta insistir! Eu não saio daqui sem o João! A culpa é minha por ele estar assim!
Matt: Anna! Já conversamos sobre isso! A culpa não é sua! Você tem que voltar! A Elena, a Isabella, o Thiago e o Micael estão totalmente preocupados com você! Eles quase foram presos por que começaram a discutir com um policial por que eles não conseguiram te achar!
Anna: Diga a eles que eu estou bem e que se eles quiserem me ver, que venham até aqui!- Digo e cruzo os braços.
Brayan: O que está rolando aqui?- Brayan aparece ao lado do Matt.
Matt: A Anna não quer voltar para casa!
Brayan: Por que?
Anna: Por que eu não saio daqui sem o João! A culpa é minha por ele estar assim!
Matt: Anna! Se você não voltar, quem vai parar no hospital vai ser a Elena!
Anna: Eu já falei! Se ela quiser me ver, que venha até aqui!
Matt: Se não vai voltar por bem, vai voltar por mal!- Matt me pega no colo, me segurando pelas pernas.
Anna: MATHEUS COSTA! ME SOLTA AGORA! EU NÃO VOU SAIR DAQUI!- Grito, fazendo com que todas as pessoas em volta dirijam seus olhares a mim.
Matt: Ah, vai sim!- Matt diz e eu começo a socar as suas costas com toda a minha força.
Matt: Não adianta me bater, estou acostumada com a sua força extrema.
Anna: Aé? Vamos ver se você está acostumado com isso!- Digo e logo em seguida, dou um chute nas intimidades dos Matt.

No mesmo instante, ele me solta e se contorce de dor.
Anna: Eu avisei!- Digo e tento voltar para o corredor, já que já estamos na porta do hospital, mas o Brayan me segura.
Brayan: Anna, o Matt tem razão. Sem falar que você precisa voltar pro colégio.
Anna: Não, não preciso. Eu não vou repetir de ano mesmo.
Brayan: Anna! Você vai voltar pra casa sim!- Brayan diz e Matt vem até nós.

Brayan me segura pelos braços e o Matt pelas pernas. Tento fazer os dois me soltarem, mas não consigo. Eles me levam até o carro, e assim que todos entram, eles me colocam no carro, fecham a porta e trancam antes que eu tenha a chance de escapar. Matt e Brayan vão para a parte da frente do carro e o Brayan começa a dirigir.
Anna: MAS QUE DROGA! SERÁ QUE EU NÃO POSSO TOMAR UMA DECISÃO SOZINHA?!- Grito, completamente estressada, mas ninguém responde.

Durante o caminho até a minha casa, todos começam a conversar, exceto eu que fico de braços cruzados e cara fechada.

Quando me dou conta, Karla, Carolayne, Ju, Mariana e Pedro já voltaram para as suas casas e o Brayan para em frente a minha casa.

Eduardo desce do carro e vai para a sua casa. Logo em seguida, Matt desce do carro e abre a porta, para eu descer. Continuo parada no banco, até que o Matt me pega pelo braço e me puxa, me obrigando a sair do carro.
Matt: Anna! Eu prometo que amanhã te levo para ver o João o mais cedo possível, mas agora melhora essa cara e tenta pelo menos fingir que está feliz por que vai rever a sua irmã, a sua tia, o seu tio e o seu pai.
Anna: O Thiago não é meu pai!
Matt: Só pelo menos finge que está feliz!- Matt diz e nós dois entramos em casa.

Assim que entramos na sala, encontramos Elena e Micael no sofá. Micael está abraçando a Elena enquanto ela aparentemente chora.
Matt: Elena, Micael.- Matt chama e os dois dirigem seus olhares a nós.
Micael/Elena: ANNA!

Uma Adolescente Muito Louca Onde histórias criam vida. Descubra agora