Uma Adolescente Muito Louca

Capítulo 131- Reforços.

Matt: Ok. Eu vou TENTAR te ajudar, mas não prometo nada.- Matheus responde e por fora eu pareço uma pessoa normal, mas por dentro estou gritando mil e uma formas de se dizer "amém", "glória", "finalmente" ou algo do tipo.
João: Tenta falar com ela e explicar o que aconteceu. Ela com certeza vai te ouvir.
Matt: Eu vou TENTAR! Quando a Anna cisma com alguma coisa, ninguém a faz mudar de idéia, e nesse momento, ela cisma que vai te esquecer.
João: Tenho fé em Deus de que, pela primeira vez na vida, alguém vá conseguir faze-la mudar de idéia.- Ele ri.
Matt: Já aviso que não é por que eu vou te ajudar que somos amigos. Ainda quero que você morra de uma forma bem lenta e dolorosa. Eu aceitei te ajudar pela Anna, não por você.
João: E não é por que pedi sua ajuda que somos amigos. Ainda quero ver você morrendo da forma mais lenta e dolorosa possível. Sem falar que se você não aceitasse, tem várias outras pessoas que poderiam me ajudar.
Matt: Se é assim, vai atrás dessas "várias outras pessoas" para te ajudar por que eu não vou ajudar em mais porra nenhuma.- Ele me dá as costas e começa a se afastar.
João: QUE?! NÃO! ESPERA! EU ESTAVA ZOANDO! VOCÊ NÃO TEM SENSO DE HUMOR NÃO?!- Grito e vou atrás dele.

Ele para e se vira para mim, rindo.
Matt: É tão legal ver você implorando por ajuda.- Ele continua rindo.
João: Legal vai ser eu limpando os muros do Rio de Janeiro inteiro com a sua cara.
Matt: Seja um bom garoto ou não terá minha ajuda!
João: Vai se foder Matheus!
Matt: Tá, chega! Não podemos fazer você reconquistar a Anna vivendo em guerra desse jeito.
João: Então vamos fazer um contrato de paz até a Anna me dar mais uma chance?- Pergunto e estendo o braço na direção do Matheus.
Matt: Feito.- Ele aperta minha mão.
Matt: É o seguinte. Eu vou agora na casa da Anna falar com ela. Depois eu passo na sua e digo se consegui ou não fazer ela mudar de idéia.- Ele diz e antes que eu diga algo, ele se afasta, até sumir da minha vista.

Matt narrando

Ainda não estou acreditando que o João, O JOÃO, veio me pedir ajuda.

Se eu descobrir que o que ele falou for mentira, eu JURO que mando ele pro hospital.

Quando me dou conta, estou parado em frente a casa da Anna. Por já ser conhecido aqui, o cara que toma conta do portão deixa eu entrar. Toco a companhia da casa e Isabella abre a porta.
Matt: A Anna está?
Isabella: Ela está no quarto. Ela chegou do colégio e foi direto para lá.- Ele responde e eu entro.
Matt: Vou falar com ela.

Subo as escadas e vou em direção ao quarto da Anna. Assim que chego no mesmo, tento abrir a porta, mas percebo que está trancada.
Matt: Anna! Abre!- Bato na porta.
Anna: Não! Sai daqui Matt! Eu quero ficar sozinha!
Matt: Não saio enquanto você não deixar eu entrar!
Anna: Se não sair, ao invés de lápis, vou enfiar uma porta na sua boca!
Matt: Não adianta ameaçar! Enquanto você não deixar eu entrar, eu não saio!
Anna: Então senta e espera, por que eu não vou abrir a porta!
Matt: Anna! Abre a porta! Agora! Anna!- Grito e dou vários socos fortes seguidos na porta, mas ela não responde nada.

Cansado de bater na porta, decido apelar para outro modo. Saio da casa e vou até a árvore que fica praticamente do lado da janela do quarto da Anna. Começo a escalar a árvore até eu chegar na janela. Abro o vidro da janela sem a Anna perceber e entro no quarto.

Fecho a janela, fazendo barulho suficiente para chamar a atenção da Anna.
Anna: Caralho Matt! Que parte do "Eu quero ficar sozinha!" você não entendeu?!
Matt: A parte do "Eu quero ficar sozinha!".
Anna: O que você quer?!
Matt: Eu só vim te fazer companhia, calma! Eu fiquei sabendo do que aconteceu.
Anna: Claro que ficou.- Ela revira os olhos.
Matt: Por que você não me contou?
Anna: "Ah, Oi Matt. Você sabia que nesse final de semana eu descobri que sempre fui troxa e que o João é um idiota que merece ter uma morte lenta e dolorosa?".- Ela diz com uma voz irônica.
Matt: Anna, eu sou seu melhor amigo! Você sabe que pode me contar tudo, não importa o que for!
Anna: Eu sei Matt, eu sei, mas eu queria ficar sozinha para raciocinar um pouco. Eu queria ficar sozinha para tentar processar melhor o que aconteceu.- Ela diz e senta na cama, ficando de cabeça baixa.

Vou até ela e sento ao seu lado.
Anna: Por que comigo? Por que logo eu? Mais de 100 garotas no colégio e ele resolve brincar justo comigo? O que eu fiz de tão ruim pra ele?- Ela pergunta.
Matt: Eu não sei...- Repondo.

Sem avisar, puxo ela para um abraço. Ela não retribui o abraço, mas também não recusa. Ficamos assim durante alguns minutos, até que eu finalmente decido dizer algo.
Matt: Anna...
Anna: Que?
Matt: Por que você não dá uma chance para o João explicar o que realmente aconteceu?- Pergunto e no mesmo instante, ela sai do abraço e me olha.
Anna: Você também Matt?! O Eduardo e o Brayan já vieram falar comigo, e agora você também?!
Matt: Anna, da uma chance para ele explicar o que aconteceu! Você está julgando ele sem saber a história completa! O que custa dar mais uma chance?!
Anna: Mais uma chance?! Eu já perdi a conta das vezes em que eu dei "mais uma chance" pro João! Você quer saber o por que de eu não querer ouvir o que ele tem pra falar?! Eu não quero ouvir o que ele tem para falar pra que eu sei que se eu ouvir, vou querer voltar! Eu sei que se eu ouvir o que ele tem pra falar, ele vai acabar conseguindo me fazer de trouxa novamente! Eu sei que vou querer dar mais uma chance e no final vou quebrar a cara... mais do que eu já quebrei!
Matt: Mas...- Começo, mas ela me corta.
Anna: Se veio pra tentar me fazer mudar de idéia, pode sair! Agora!- Ela aponta para a porta.
Matt: Anna...
Anna: SAI!- Ela grita e dessa vez eu obedeço.

Saio da casa e vou direto para a casa do João. Toco a campanhia e o Eduardo atende.
Eduardo: Falou com a Anna?- Eduardo pergunta e eu entro na casa.
Matt: Como...
Eduardo: O João me contou.- Eduardo fecha a porta
Matt: Ele está?
Eduardo: Está no quarto.- Subimos as escadas e fomos até o quarto do João.

Entramos sem bater e encontramos o João deitado na cama, mexendo no celular. Quando ele percebe nossa presença, o mesmo levanta da cama.
João: E aí? O que a Anna falou?
Matt: Então... a situação está pior do que eu imaginei. Ela não quer escutar ninguém!
Eduardo: Eu e o Brayan tentamos falar com ela, mas não deu muito certo. Ainda estou com a marca das unhas dela no meu braço e o Brayan está com uma marca roxa na cabeça.
João: Maravilha! A Anna nunca mais vai querer olhar na minha cara por causa daquela praga chamada Camilla!- Ele se joga na cama.
Matt: Não! A gente não vai desistir tão fácil! Não vai adiantar muito querer explicar para ela o que aconteceu por que ela não quer escutar ninguém, então vamos tentar fazer o ódio dela diminuir, assim, quando ela estiver mais calma, nós tentamos explicar o que realmente aconteceu.
João: Tá, e como vamos fazer esse ódio diminuir?
Matt: Vamos precisar de reforços.