F o r g e t

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Eu tenho de chegar lá, tenho de ver o que está acontecendo, eu preciso.
Disse para o motorista ir o mais rápido possível, e ele está indo.
Mais não está longe.
Estou quase lá.
Quase lá.
Ele para o carro e eu saio. Ando até o portão da feira e vejo Chandler, um casal e Antonella, sorrindo.
Todos sorrindo.
Menos eu.
Eu não apoio isso, eu não quero apoiar e não vou. Eles não são certos um pro outro. Chandler está enganado.
Ando até um lugar onde Chandler possa me avistar, e ele me avista.
Ele fala algo parecido com "Tenho de ir no banheiro" para o casal e Antonella, e então vem em minha direção.
- Por quê mentiu pra mim? - Sua expressão é séria.
- Quê? - Como ele descobriu?
Não.
Eu vou matar a Peyton.
Vou matar ela.
- Sério? Sua amiga Peyton já confessou, Helena. - Ele revira os olhos. - Poderia dizer que não queria. - Ele cruza os braços.
Que Vad*a.
- Chandler, por favor. - Fecho os olhos.
- Helena, por quê mentiu? - Seu olhar é sério. Olhos azuis sérios.
- Eu, não queria ver isso. - Abaixo a cabeça. - Me sinto como se estivesse segurando vela mesmo se não estou. - Dou ombros. - Eu menti. Eu não mudei de opinião sobre ela e não vou mudar. - Dou as costas e vou embora.
CAR*LHO
POR QUÊ EU FIZ ISSO?
Saio pelo portão e vou pra casa, a pé.
Abro a porta e vejo Ariana na cozinha.
- Oi, querida, como foi seu dia? - Ela pergunta.
Mais eu a ignoro.
Passo direto e vou até o banheiro, tranco a porta e não me seguro.
Começo a chorar.
Não é choro de felicidade.
É um choro de arrependimento.
Eu nunca queria ter mentido.
Nunca deveria ter conhecido Antonella.
Coloco minhas costas contra a porta fria e escorro até o chão.
Por quê estou chorando?
Não sei.
Só sei que não é só choro de perder a amizade com ele. É um choro de tudo, tudo vindo encima de mim como, sei lá, uma bomba. Tudo de ruim cai encima de mim e eu despenco.
Ouço Ariana bater na porta algumas vezes.
- Por favor, vai embora. - Peço com a voz embargada.
- Querida, o que houve? - Ela fala calmamente.
- Depois, depois conversamos. - paro o choro devagar.
- Então quando puder, estarei na cozinha. - Ouço seus passos indo para longe.
Abro a torneira da banheira e entro, de roupas mesmo. Então, mergulho.
A água é fria, meus olhos estão fechados, assim como minhas narinas.
E então, subo, mergulho.
Subo, mergulho.
(...)
Ando com a cabeça pra baixo.
Todos passam e eu não ligo o que pensam. Eu só quero entrar e sair num passe de mágica.
Olho para frente e vejo Chandler, em pé e sozinho. Ele só olha a vista, pacientemente.
Então, corro.
Corro e meus cabelos voam ao vento e as solas dos meus tênis batem no chão fazendo barulho.
Eu não posso correr, mais estou correndo.
Estou, correndo.
Correndo.

Pulo.
Pulo encima dele, eu não ligo se ele não quer, ou se ele não se importa. Nós dois caímos no chão e ele parece confuso.
- Desculpe. - Sorrio.
- Por quê fez isso? - Ele se levanta com dificuldade.
- Me sinto mal. - Abaixo a cabeça enquanto levanto também. - Eu odeio mentir mais eu não queria ir. Eu não queria ver vocês juntos. - Explico.
- Poderia simplesmente dizer a verdade. - Ele dá ombros.
- Você sabe que a verdade é mais difícil de contar do que a mentira. Desculpe. - Ajeito minha mochila. - Mais a verdade é que eu não quero desistir dessa amizade. - Sorrio. - A verdade é que eu odeio ela e gosto de você. - Viro a cabeça.
- É que - Ele para um pouco. - Brianna mentiu pra mim. - Ele abaixa a cabeça.
- Então tá, se vamos usar a Brianna: Quando eu conheci ela, percebi que ela era falsa. E ela era. Quando conheci Antonella, percebi que ela era falsa, e se você não consegue acreditar que ela é falsa então eu só vou evitar de vê-la. - Olho em seus olhos.
- Podemos esquecer? - Ele guarda as mãos nos bolsos.
- Esquecer o quê? - Sorrio.
Que bom.
Que bom.
Que bom, mesmo.
- Podemos esquecer também que chamou Antonella de falsa? - Ele ri enquanto caminha comigo do lado.
Reviro os olhos.
- Sim, mais não significa que está desfeito. Significa que está esquecido. - O olho. - Chega de mentir sobre o que eu acho dela. - Olho para frente.
- Bom, eu prefiro assim. - Ele vira a cabeça.
Continuamos a andar até o portão que vai até o interior da universidade.
- Chandler! - Antonella, que estava conversando com Tyler ( aquele garoto que estava conversando com Karina semanas atrás ), vem em nossa direção correndo com os seus saltos ridículos batendo no chão.
Reviro os olhos.
Mais pera, ela falou só Chandler?
- Antonella. - Ele sorri.
- Eu já falei pros meus pais, sobre... - Ela me observa um pouco. - Sobre aquilo lá. - Ela sorri e se mete entre nós.
Mais que p*rra.
- Que bom. - Ele sorri e olha para o chão.
- Então, queres sair qualquer dia desses? - Ela dá um pulinho.
EU DOU OS PULINHOS POR AQUI.
- Sim, claro. - Ele sorri.
E então, o sinal da primeira aula toca.
- Ah eu tenho de ir, vejo você depois. - Ela sorri.
VOCÊ?
Espero ela se afastar e olho para Chandler de modo sarcástico.
( Não temos a primeira aula )
- Ela me ignorou completamente. - Falo meio alto.
- Ela não te ignorou. - Ele revira os olhos.
- Car*lho, ela me ignorou sim. - Mexo as mãos no ar.
Ele se rende em silêncio.
- Vamos brincar? - Sorrio.
- De quê? - Ele ri.
- Não sei, vamos primeiro sentar ali. - Aponto para alguns bancos em volta de uma mesa.
Vamos até lá e sentamos.
- Que tal vermos o que aparece quando eu te pesquiso no Google? - Sorrio.
- Sim. - Ele assente sorrindo.
Pego meu celular e abro no Google, pesquisando "Chandler Riggs"
- "Chandler Riggs é um ator americano, conhecido por seu papel como Carl Grimes em The Walking Dead, uma série de drama e terror da televisão AMC." - Dito o que está escrito e rio.
- Uau. - Ele arregala os olhos.
Vou em notícias.
- Olha, aqui diz que você foi pra faculdade. - Sorrio.
- É, eu disse isso no Twitter. - Ele dá ombros.
- E eu vi. - Rio. - Arrasto meu dedo para cima e a tela desce lentamente.
Uma coisa me chama atenção.
Aperto no site e ele começa a carregar.
"Possível nova namorada de Chandler"
É o tema.
Sinto que estou ficando vermelha, de raiva. De algum modo, eu queria que fosse eu ali.
Não, não queria.
- Antonella. - Digo sem mudar de expressão.
- Quê? - Chandler diz.
- Você e ela estão aqui. - Reviro os olhos e entrego o celular na mão dele.
Ele passa os olhos por cima e simplesmente me entrega o celular.
- Não somos namorados. - Ele dá ombros.
- Todos acham que são. - Volto meu olhar para o celular.
"Foram vistos saindo juntos 3 vezes"
"Estudam na mesma Universidade"
"Estão cada vez mais próximos"
"No último encontro foi visto um casal no local, possíveis pais da garota"
"Ainda não se sabe o nome dela"
PU*A MERDA, PRA QUÊ ISSO?
- Tá. - Guardo o celular no bolso. - Perguntas. - Sorrio. - Garotas altas ou baixas? - Viro a cabeça.
- Não importa. - Ele ri. - Desde que ela seja legal. - Ele olha ao redor.
- Uma série que gostaria de fazer parte do elenco. - Sorrio.
- Todas. - Ele ri.
- Gosta de geografia? - Semicerro os olhos.
- Não, não e não. - Ele ri.
- Eu também. - Reviro os olhos. - Devo ter algum tipo de ódio gratuito. - Rio.
Paramos um pouco.
Ficamos em silêncio, só ouvindo o barulho dos outros alunos.
De vez em quando, isso acontece.
Ficamos sem assuntos e então paramos.
Nesses momentos, eu paro para observá-lo.
Ele é lindo, eu não vou mentir.
- Então, minha vez. - Ele sorri. - Nome pai e mãe. - Ele vira sua cabeça, e eu abaixo a minha.
- Fulana e Ciclano. - O olho.
Eu posso ter sido abandonada pelos meus pais, só que isso não me atinge.
Eles devem ter tido as razões deles, eu respeito, de verdade.
- Como assim? - Seu sorriso se desmancha.
- Fui abandonada, Chan. Eu não sei quem eles são e nem como são. Também não sei se eles me amavam, não sei a idade deles e nem por quê fizeram isso. - Desabafo.
- Meu Deus. - Ele arregala levemente os olhos. - Eu...Sinto muito. - Ele retira seus braços da mesa.
- Eu não. - Dou ombros. - Tipo, eu não quero ter filhos - Balanço a cabeça. - Vai que eles também não queriam e acabaram tendo, não aguentaram e nos deram para o orfanato. - Sorrio triste.
- Não quer ter filhos? - Ele pergunta.
- Filhos são pestes. - Rio. - Não que eu não queira ter, se eu fosse adotar um, teria de ser algum já velho, digo, de 6 pra cima. - Rio.
Não é o momento.
- Não quer acordar algumas manhãs e ouvir de um ser que veio de você dizendo "Feliz dia das mães" ou "Bom dia, mamãe"? - Ele vira a cabeça.
Nunca tinha parado para pensar nisso, de verdade.
- Talvez. - Dou ombros.
E ele só assente. Só, assente.
Tem algo estranho.
Tem algo mais.
Algo que eu quero falar pra ele mais eu não sei o que é isso.
O que é isso?
Algo que eu tenho de falar pra ele, mais o que é esse algo?
Eu não sei.
Quero saber.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
- AAAAH
- Nada aconteceu galera. Nada.
- A Helena não consegue acreditar nem por um segundo de que ela não é falsa. Como pode?
- Preciso fazer uma pergunta muito importante: Vocês querem que a história ande rápido, ou devagar? ( Digo, rápido pra se passarem meses, semanas e etc e devagar pra ir de dia em dia e tals ) decidam aí.
- Que será isso que Helena Anderson quer contar para Chandler mais não sabe o que é? Alakakaka
- MANO AKAKAKAKA, comecei a ler uma história e tô morrendo.
- Cinco dias e 1500 palavras. Desejam mais?
- Vocês querem, sei lá, 50 fatos sobre mim?
- A música do capítulo é Close, do Nick Jonas, por quê? Eu quero. ( música é ft. Tove Lo)
- Tem uma coisa que eu quero que a Antonella faça, mais eu imaginei isso no mundo de twd, então não vai dar.
- Pergunta: Qual sua matéria favorita?
Me: Inglês.
- By babes, beijo na bunda.
~~LunaAprilF~~

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