Change |C.R|

Wheelchair

Outro dia
Incrível.
Foi incrível ontem.
Sentei e conversei por horas com as 3 melhores pessoas que eu já conheci ( tirando minha irmã ) e eu não raciocinei direito tudo isso.
Estou pensando em declarar dezembro um ótimo mês. Talvez sim.
Mas agora está solitário. Ariana dorme normalmente na encosta da cama, já que deve ser de madrugada e eu?
Na Netflix.
Eu não gosto muito do dia, mesmo que as melhores coisas sempre acontecem nele. Assim também como as piores.
Só que a madrugada, é perfeita.
Digo, nela á uma linha cinza, já que ninguém está acordado e você pode fazer tudo que quiser. Se todos estão dormindo, nada de ruim pode acontecer.
Mas de dia, todos estão acordados, tudo de ruim pode acontecer, assim também como tudo de bom.
Coloco para começar Supernatural e me concentro.
(...)
- Daqui a 5 dias você já vai poder sair. - O médico loiro informa.
- Ela vai usar colete, certo? - Ariana o pergunta.
- Sim. - Ele assente.
- Cadeira de rodas? - Peyton, que entrou á alguns minutos pergunta.
- É opcional. Ou a cadeira de rodas ou as muletas. - Ele balança as mãos por dentro dos bolsos do seu jaleco.
- Cadeira de rodas. - Afirmo.
Deve ser mais fácil.
- Querida, eu vou fazer compras, tá? - Ariana se aproxima e segura meu braço direito.
Assinto e olho para Peyton, que se senta ao meu lado. Ariana sai, assim como o médico.
- Então, sabe o Luiz? - Ela pergunta e sorri.
- O garoto que você literalmente cai encima dele? - Reviro os olhos e rio.
- Vamos dizer que sim. - Ela balança a cabeça. - Mas voltando, ele me chamou para sair. - Ela se levanta.
- Infelizmente, sim. - Rio.
- Ele disse que gostava do jeito do meu sorriso. - Ela mexe a mão no ar enquanto fala.
- Ele é falso. - Reviro os olhos.
- Merd*. - Ela abaixa sua cabeça.
Peyton sabe muito bem que meu detector de gente falsa funciona.
Todas as vezes que ele foi provado que funcionou, ela viu.
- Sinto muito Peyton. - Suspiro. - Acho que eu preferiria que você ficasse chateada antes de se apegar do que se chatear quando já estiver apegada. - Seguro na sua mão quando ela se aproxima.
- Eu sei. - Ela suspira e se senta de novo.
Chandler, Chandler, Chandler.
É o que vem na minha cabeça.
Eu tenho que contá-lo.
- Por favor, Peyton, você pode chamar o Chandler, eu preciso contar algo para ele. - Peço.
- Claro. - Ela assente.
Ela sai pela porta e eu espero alguns minutos.
Um tempo depois Chandler aparece pela porta, sorrindo.
- Oi. - Ele se aproxima e senta na cadeira que Peyton estava.
- Oi. - Me ajeito na cama dura.
- Peyton disse que você estava me chamando. - Ele vira a cabeça para o lado.
- Sim. Eu, eu quero te falar uma coisa importante. - Fecho os olhos. - Antonella é falsa. - Abro os olhos e o olho.
- O quê? - Ele arregala seus olhos.
- Seguinte: Eu tenho um detector de gente falsa que sempre funcionou, e apontou que ela é falsa. - Tento explicar devagar.
- Está com ciúmes? - Ele ri.
- Não, Chan, isso é verdade. - Explico. - Até, funcionou com a Brianna. - Abaixo a cabeça.
- Conheceu a Brianna? - Ele ergue a sobrancelha esquerda.
- Sim. E eu soube que ela era falsa Chandler. Acredite, por favor. - Imploro.
- Helena você não pode julgar os outros por aí. - Ele diz, sério.
- Eu sei. - Suspiro. - Mas sempre funciona. Chan, eu, só quero que isso não doa mais depois. - Explico.
- Dê uma chance á ela. - Ele pede.
Eu simplesmente assinto, me rendendo.
Mais eu não estou me rendendo.
Eu não vou me render.
Chandler sai pela porta, sem dizer mais nada.
Cinco dias depois
Finalmente. Agora eu posso sair desse buraco da inferno.
Subi na cadeira de rodas da minha cor preferida: azul.
Coloquei o colete á algumas horas, e isso incomoda tanto que a minha vontade é de arrancar isso e tacar em alguém.
Mas a cadeira de rodas não é tão ruim de usar. Eu não preciso andar, esse é o ponto positivo de verdade. Resumindo: Eu sou preguiçosa.
Problema? Não. Dane-se se acha que é um problema.
Ariana empurra a cadeira, e vamos para casa. Eu estava esperando isso á muito tempo, e finalmente vou poder ir para aquela casa.
- Feliz em poder voltar? - Ela pergunta, enquanto empurra a cadeira para fora do hospital.
- Feliz pra p*rra. - Rio.
- Não precisa falar palavrão. - Sinto ela revirar os olhos.
- Desculpe. - Abaixo a cabeça, ainda sorrindo.
Ela me coloca, com dificuldade no carro e vai guardar a cadeira no porta malas.
Ela entra e aperta o botão do rádio e começa a tocar Castle on the hill, do Ed Sheeran.
Canto por todo o caminho, sorrindo.
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- Capitulo pequeno por conta da minha falta de criatividade, mais logo chega mais💙
- "Resumindo: Eu sou preguiçosa" Helena sou eu na vida
- Vocês sabiam que sempre que meus amigos vão me pedir algo que eles sabem que eu não vou aceitar ele falam: "Pelo Chandler" ,dá uma raiva
- Vai ficar melhor, melhor, pior, pior, melhor,melhor e para sempre melhor. Essa é a sequência dos fatos.
- Otp: Qual sua idade?
~~LunaAprilF~~