Noah
Fico preocupado em deixar Ayla como deixei naquela tarde, mas eu sendo o Noah clichê de sempre, com certeza já planejei algo para descontabilizar a injustiça de deixar minha princesinha sozinha em um momento como esse.
Ao que me lembro a cabecinha de Ayla estava fora de sintonia depois da aula. Lúcia não é uma das flores mais cheirosas desse jardim, apesar de sua beleza, com aqueles cabelos loiros e longos, fazendo cachos no final, quase superficial.
" Uoou, parece que estou venerando a raposa do galinheiro."
Após um tempo de ônibus chego na casa de Allie e já na porta me deparo com uma raposa.
-Lúcia... Veio se unir a nossa alegria de montar o maldito trabalho da professora feudal? – digo torcendo para que ela de apenas um sorriso falso com aqueles dentes brancos e evapore da entrada da casa.
-Noah, seu gatão, estava na casa da desordenada da Ayla? – ela diz em um tom maquiavélico se direcionando a mim com um beijo suave na bochecha.
- Ah minha cara, melhor a desordenada da Ayla que é alguém que eu realmente gosto, do que a raposa falsa, não é? – desvio do seu beijo, pensando se valeria a pena entrar numa batalha as cegas com essa mulher.
- Não entendi o porque raposa, mas respondendo sua primeira pergunta, sim vim fazer o trabalho.
Toquei a campainha da casa de Allie, sem tirar o dedo do botão, vejo Allie abrir a porta com um olhar familiar ao de Ayla.
-Olá rapaz morto. – levo um soco no meio do peito, não para machucar, mas o suficiente para me fazer recuar e lembrar de Ayla e nosso primeiro encontro com meu dedo inconveniente em sua campainha. – Entrem vocês dois. – ela da espaço na porta revelando a casa por dentro, em seguida meus pés me guiaram pelo interior da casa.
-Que bela cozinha. – Lúcia olha com desprezo cada detalhe irrelevante daquele espaço que eu tanto admirei.
- Obrigada Lúcia, creio que essa é a melhor casa que já morei em anos. – ela responde provavelmente sem notar o sarcasmo de Lúcia.
Allie deixa quieto a situação com Lúcia, parecia não se importar e continua nos guiando pela casa, passando pela sala de estar que estava a esquerda da parte que entramos, por fim chegamos a um maravilhoso quintal, por ser comprido e largo, era rodeado de flores , que estavam alaranjadas por conta do Outono, trazendo conforto para quem olhasse.
Nos sentamos em uma mesa que estava localizada dentro de um coreto de madeira branca. Sobre a mesa já estavam os papeis que seriam usados para nosso trabalho.
Após um tempo de debate sobre como montaríamos, cada um ficou encarregado de fazer algo, Lúcia cortava algumas coisas, Allie pesquisava mais coisas e eu destacava folhas úteis para o trabalho. O silencio era constrangedor até que Lúcia começa a falar.
- E aí Noah... – ela fala sem tirar os olhos do papel que corta perfeitamente. – O que acha de loiras como eu?
Dou uma risada levantando a cabeça e me perguntando silenciosamente como uma menina consegue ser tão convencida , mas logo me lembro de suas seguidoras , e reviro os olhos internamente.
- Se você espera que eu diga o quanto pessoas loiras são bonitas, posso dizer que sim já que... – aponto para meu cabelo loiro bagunçado e dou um sorriso.
Allie continua lendo o site da pesquisa sem parar, mas como escutou nossa conversa deu uma risada debochada de como falei de loiros me usando como exemplo.
-Allie o que acha de morenas? – me dirijo a ela, esperando mesmo é pela opinião de Lúcia.
- Acho bonito, tradicional, mas muito bonito. – ela fala tirando o rosto de traz do computador.
Como esperado , Lúcia se mete.
- Morenas são tão clichê, fora de moda, e sempre se acham maravilhosas, mas na verdade são estranhas. – ela fala com um tom de nojo, parecendo especifica, algo intimo.
Tento me conter para não começar uma briga, pois entendi a referência que Lúcia deu. Ayla.
- Ayla não é estranha Lúcia, você cisma nela só por ela não ser igual a você, não ser loira ou popular, e eu realmente prefiro alguém como Ayla.- olho para ela sério.
Obviamente não consegui me controlar e falei, por defender Ayla acabei criando uma briga particular com Lúcia, e não me arrependo.
Silenciosamente, ela se levanta e olha furiosamente para mim e deu um beijo na bochecha de Allie e começa a caminhar para a saída.
- Mas... – Allie a olha sem entender porque ela começa a sair. – Vai aonde?
-Vou embora, não sou obrigada a ouvir esse babaca do Noah defender uma garota tão ridícula como Ayla. – Lúcia se vira falando isso com os olhos em Allie, mas indiretamente falando para mim.- Pode tirar meu nome do grupo, vou pagar pra algum nerd por meu nome no grupo dele.
Ela da as costas para nós jogando seus cabelos para trás. Apesar da raiva de saber que ela provavelmente estava ofendendo a Ayla no final da aula, me irritei mais ainda pelo fato da incompetência de terminar um trabalho.
-Bom, só sobrou eu e você, então sem perguntas pessoais , apenas trabalho ouviu? – ela fala tentando se esconder ao extremo atrás do computador , provavelmente constrangida.
-Prometo ser mais cavalheiro com você do que fui com Lúcia...- dou uma pausa e mudo meu tom de voz para falar brincando – A RAPOSA.
Ela tenta abafar o riso e falha nessa tarefa, e juntos começamos a rir. Após um longo tempo com o papo fluindo, conhecendo Allie, percebo o quanto foi bom ter vindo aqui, conhecer Allie é algo completamente novo e gostoso. Acho que até então não tinha percebido como ela é linda, com aqueles cachos ruivos e desordenados, que me lembra a Merida, princesa escocesa da Disney, apensa o corpo que é diferente, Allie é curvilínea, mais delicada porém muito forte e independente.
"Noah... não se apegue de primeira, você não pode ser tão patético... MAS ELA É TÃO LINDA"
Allie é simplesmente perfeita. Disperso meus pensamentos quando estamos finalizando o trabalho. Depois de concluir o trabalho limpamos tudo, depois nós fomos até a porta da casa . Ela abriu para mim , e minha vontade era de ficar ali com ela, mas dou o primeiro passo para fora da casa parando na varanda analisando o pequeno jardim da frente , que continha rosas de todas as cores, as favoritas de Ayla, e meus pensamentos se voltam para ela.
-Devíamos fazer mais trabalhos juntos, somos uma boa dupla. – ela fala dando uma piscada.
-Gostaria de repetir essa dose, e provavelmente ter a chance de andar com você.- falo pensando se Ayla vai gostar disso, ela é meio fechada.
-Com certeza... – ela me da um soquinho no meu braço.
Damos risada e dei um beijo em sua bochecha, sentindo seu cheiro maravilhoso.
-Tchau Merida. – dou as costas e vou para minha casa relembrando essa tarde.
Chego em casa e vou direto para meu quarto , jogando a mochila em qualquer canto, já pego meu celular e ligo para Ayla, que não atende de jeito nenhum, o que me deixa preocupado. Resolvo mandar mensagem para Tomás.
Noah – Tomás, Ayla ta aí?
Tomás – Acabou de voltar a dormir, fala com ela manhã.
Noah – Beleza.
Deito na cama e suspiro me acalmando, ela ta bem , só dormiu.
- 1227 palavras.
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A lei da vida
RomanceA vida só te mata se você der as rédeas a ela. A sua história só segue o que você já escreveu pra você.