Me sento na mesa e dou uma mordida no lanche.
-Não vai sentar?- olhei pra Noah que parecia desconfortável, será que ele tinha se arrependido de tudo?
-Vou é só que...- vejo ele soltar o ar com força e pressionar os olhos.
-Só que?- larguei o lanche no prato e observei, ele estava nervoso, com medo?
-Ayla, quando você pretendia me contar sobre seu pulso? Ou não pretendia? –EU o olhei perdida, não esperava por isso. – Vamos Ayla fale. – ele segura com força na cadeira e eu abaixo a cabeça.
-Eu não ia falar Noah. – escutei seu suspiro pesado.
- Já imaginava essa resposta, já que você não foi capaz nem mesmo de me contar na hora suas brigas com Lúcia, ou o que fizeram com você no beco. – sua voz saiu ríspida. – Você já parou pra pensar nas conseqüências do que fez Ayla? Você ia deixar umas brigas acabar com a sua vida? – seu tom de voz ia aumentando e minhas mão começavam a tremer. – Olhe tudo que ia deixar pra traz, e Tomás o que acha disso tudo? Ou ele também não sabe de nada? Ayla deixar todos no escuro não vai ajudar, e nem cortar seus pulsos! – a última frase foi como se algo estourasse dentro de mim, me levantei rápido fazendo a cadeira ir pra traz.
-Você acha muito fácil julgar não é mesmo Noah? – levantei a cabeça e o encarei. – Você era a última pessoa que eu esperava isso, a última.
Virei as costas e sai correndo, as lagrimas que eu segurava embaçavam minha visão, escutava de longe Noah berrar meu nome, e eu não sei como cheguei em minha casa, fecho a porta com força, e me sento contra a mesma, deixando as lagrimas correrem livremente e os soluços também, eu sentia um aperto muito grande no peito, era como se tivessem tirado parte de mim e esmagado. Escuto batidas fortes na porta.
-Ayla, sou eu, deixa eu entrar, vamos conversar, por favor.- escutava a voz de Noah embriagada.
-Vai embora Noah. – deixei escapar alguns soluços o que fez ele se desesperar ainda mais.
-Meu amor, por favor, me perdoa, eu não d=sabia o que fazer, o que pensar.- fechei os olhos e me apertei mais contra meu corpo. –Ayla, deixa eu entrar.
Passou alguns minutos, eu não sabia o que fazer, me sentia perdida, Noah não parou um segundo sequer de bater na porta e pedir perdão, suspirei e me levantei, abri a porta devagar e um furacão passou por ela me segurando nos braços, me levantou do chão me pegando no colo e me apertando, sussurrava perdão a cada segundo, e chorava.
-Ayla, por favor, olha pra mim. –levantei o olhar, e encarei aqueles olhos. – Me perdoa, eu não tive a intenção de te machucar, eu só estava confuso, eu não sei o que fazer Ayla, eu não posso te perder, não posso.- sua testa juntou na minha. – Me perdoa, eu juro, juro pra você que vou fazer de tudo para te ajudar.
- Noah, eu também estou confusa ta legal? Eu não sei o que está acontecendo comigo, eu só preciso de calma e alguém que não me julgue.
-Eu prometo que não vou te julgar Ayla, só me perdoa por favor. – seus olhos imploravam por isso, assim como o tom de sua voz.
-Eu perdôo Noah, eu não sei mais ficar sem você. - aconteceu tão rápido que demorei alguns segundos para raciocinar, Noah tomou meu lábios em desespero, e eu me agarrei mais ainda nele, como se ali tivesse alguma coisa para eu tentar seguir em frente.
-Ayla, me promete que não vai méis fazer isso.- vi suplica no seu olhar assim que nos separamos, alguns centímetros apenas.
-Eu não posso te prometer isso Noah, mas posso tentar.- vi ele assentir, ele entendeu que era o máximo que conseguiria.
Ele ficou ali em casa comigo mais um tempo, até sua mãe ligar pedindo para ele ir pra casa, antes de ir ele me entregou meu celular, que eu nem tinha lembrado em pegar ao sair de sua casa, e me fez jurar que ia ficar bem e qualquer coisa ligaria para o mesmo. Comi a comida que Tomás tinha deixado e tomei um banho longo, tentei ir dormir mas fiquei rolando na cama até madrugada. Decidi levantar e ir até a cozinha tomar um copo de água, pra ver se me acalmava, esse dia tinha sido cheio, assim que chego no pé da escada vejo uma cena que não esperava, Tomás estava beijando uma menina na sala, bom acho que beijando é o termo mais confortável de dizes, tento voltar para cima em silencio, mas acabo tropeçando no degrau e caindo sentada e fazendo barulho, chamando a atenção dos dois.
-É... desculpa, não quis atrapalhar, já estou indo pra cima. – eu estava vermelha e meu irmão veio me ajudar a levantar.
-Ayla, você ta bem? – ele me analisava preocupado.
-To sim, agora fiquem a vontade eu vou subindo.
-Não precisa Ayla, bom essa é Becky, minha amiga.- ele falou envergonhado passando as mão nos cabelos.
-Prazer Becky, sou Ayla. – a moça me cumprimentou.
-Prazer Ayla, bom poderíamos ter nos conhecido em outro momento menos constrangedor, mas é um prazer mesmo assim.- todos rimos, e observei a "amiga" de Tomás, ela era linda, tinha os cabelos loiros até os ombros e um bronzeado natural, seus olhos castanhos chamavam atenção.
-Bom vou dormir, vocês dois aí, juízo. – falei e corri para meu quarto, não fiquei para ver a cara do meu irmão.
Tenha calma e não julgue, isso é amor.
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A lei da vida
RomanceA vida só te mata se você der as rédeas a ela. A sua história só segue o que você já escreveu pra você.