Capítulo 10 - Quem realmente é ela?

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Assim que Steven saiu para levar Camille em casa, meu pai mandou eu me deitar para descansar e pediu para Ester levar nosso almoço para o meu quarto. Almoçamos juntos e depois ficamos conversando até ouvirmos uma gritaria que parecia estar vindo da sala.

- Acho que a mamãe chegou - digo rindo. - Vai lá ver ela, antes que ela tenha mais um ataque.

- Por que eu? Ela está aqui por sua causa! – Meu pai exclamou.

- Porque o senhor é o marido dela.

- E você é a filha, oras!

Como não entramos em um consenso, descemos juntos para receber minha mãe. Assim que cheguei na sala entendi o motivo dos gritos dela. Steven estava atrás de uma poltrona a usando como escudo enquanto minha mãe tentava acertá-lo com as almofadas do sofá. Minha mãe sempre teve Steven como um filho, então quando ele fazia alguma besteira ela sempre o corrigia. Quem olhasse à primeira vista pensaria que Steven estaria em vantagem por não está usando um salto 12, mas não. Mesmo com seu salto alto minha mãe conseguia correr atrás dele como se estivesse descalça.

- VOCÊ TEM IDEIA DO QUE PODERIA TER ACONTECIDO? - ela gritou jogando mais uma almofada.

- Calma tia, deixa eu explicar... - Steven tentou dizer, mas minha mãe não deixou.

- VOCÊ SABE MUITO BEM QUE ELA NÃO SABE NADAR! ENTÃO POR QUE DIABOS VOCÊ DEIXOU ELA ENTRAR EM UMA PISCINA STEVEN? POR QUÊ? - gritou furiosa.

Aquela cena era tão hilária que meu pai e eu começamos a rir imediatamente. Nos sentamos na escada segurando a barriga que já começava a doer de tantas risadas. Assim que minha mãe virou e me viu, seus olhos brilharam e sua expressão mudou de irritada para preocupada em um instante.

- Do que vocês estão rindo? - ela perguntou mais calma tentando parecer irritada, porém não obteve muito sucesso.

Steven aproveitou que ela se distraiu e correu para atrás do sofá, que oferecia uma proteção maior. Vê-lo fazendo aquilo só fez com que se desencadeasse uma nova onda de risadas em mim e no meu pai. Minha mãe cruzou os braços e ficou esperando terminarmos de rir. Assim que as risadas e as brincadeiras de meu pai sobre o gênio de minha mãe passaram, ela olhou cada centímetro da minha pele para ver se eu estava machucada. Ela não ficou nem um pouco feliz quando encontrou uma cicatriz na minha mão, das noites em cozinhei com Mia. Mas deixou passar, dizendo que o pai do Steven poderia resolver isso em um instante, já que ele também trabalhava com cirurgias plásticas. Depois de muitos abraços e um interrogatório gigante sobre o que aconteceu ontem e de perguntar várias vezes se eu estava bem, ela se sentou no sofá e relaxou um pouco.

No fim da tarde, fomos para a praia ver o sol se pôr. Nos sentamos em uma pedra que havia na areia até não conseguirmos mais ver o sol. Ficamos lá por mais alguns minutos, antes do Robert ligar para o meu pai e pedir para fazer algumas videoconferências. Como meu pai já havia ficado comigo quase o dia inteiro, não reclamei quando ele perguntou se podia ir. Depois de voltarmos para casa, meu pai foi para o escritório, minha mãe e eu subimos para o meu quarto e Steven foi para o dele. Quando chegamos, joguei minhas sandálias em qualquer lugar do closet e entrei no banheiro. Tirei minhas lentes e tomei um banho rápido. Quando voltei ao meu quarto, minha mãe estava sentada na beirada da minha cama me esperando. Corri para o meu closet e me vesti com algumas peças de roupas que minha mãe havia desenhado para mim na primavera.

- Filha? - chamou.

- Sim, mãe? - respondi.

- Seu celular vibrou, acho que chegou alguma mensagem.

- Vê para mim quem é, por favor? - Pedi enquanto caminhava em direção à minha penteadeira secando meu cabelo com a toalha.

- Ãn... Sofyh? - minha mãe me chamou hesitante - Quem é Matthew Prior? - Perguntou.

Uma garota diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora