Capítulo 22 - Flash

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Sofyh.

- Isso não pode está acontecendo. Isso não pode está acontecendo. Isso... – murmurei a mesma frase várias vezes, enquanto eu estava agachada no chão do banheiro do Steven.

Meu coração nunca esteve tão acelerado e minhas bochechas nunca estiveram tão vermelhas. Minha respiração estava irregular e eu estava começando a ficar tonta.

- Sofyh? – a voz de Steven chamou do outro lado da porta. – Pequena, abre a porta. Ele já foi embora.

- Vai embora, Steven.

Ele abriu a porta devagar e andou até mim.

- Ei, não fica assim. – Ele pediu agachando na minha frente e tocando no meu rosto com uma das mãos. – Eu conversei com o meu pai. Ele disse que não vai falar nada com os seus pais.

- Steven... – digo enterrando meu rosto nos joelhos. Eu estava com muita vergonha.

- Para Sofyh. – Ele pede levantando meu rosto. - A gente sabia que seria complicado contar para os nossos pais.

- Mas seria diferente. Não seria assim, desse jeito – afirmei apontando para os nossos corpos. – Agora ele deve estar pensando que... que...

Eu não consegui concretizar a frase. Nos últimos dois dias, havíamos dormido juntos. Sempre dormíamos só com as roupas de baixo, mas nunca fizemos nada. Se o tio Akira contasse para meus pais o que ele viu hoje, com toda certeza eu não poderia mais morar aqui com Steven.

- Sofyh, meu pai não liga para isso. Fica tranquila. Eu conversei com ele. Ele não vai falar nada. - Ele pegou minha mão e deu beijo. – Nós precisamos ir. Já estamos muito atrasados.

- Eu não quero sair daqui.

- Mas você precisa. Seus pais vão ficar desconfiados se você demorar mais.

Eu não tinha como argumentar contra aquilo. Eu já estava abusando demais dormindo no quarto dele nos últimos dois dias. Levantei e voltei para o quarto. Quando olhei para a cama senti minhas bochechas esquentarem lembrando da noite anterior. Mesmo não fazendo nada demais nossos beijos eram intensos demais para sair da minha cabeça.

Vesti um roupão de banho e fui para o meu quarto pela saída de emergência. Nos últimos dois dias era por lá que eu ia para o quarto de Steven. Não demorei muito no meu quarto, apenas coloquei o uniforme e prendi o cabelo em um coque bagunçado. Me olhei no espelho estranhando um pouco minha imagem. Eu não parecia mais a mesma pessoa sem o óculos, o uniforme original e o cabelo preto cacheado. Ignorei o pensamento e desci para a sala de jantar.

- Sofyh! – Tia Carol gritou assim que se levantou e correu até me envolvendo em um abraço apertado.

- Tia Carol? – Perguntei surpresa. Ela não deveria estar aqui hoje. Para falar a verdade, ela só deveria vir para cá no dia de ações de graça quando nossa família se reunia.

Finalmente apareceu! – Diz em um japonês fluído depois de me soltar.

Tia Carol sempre foi muito animada desde o dia em que a conheci. Sempre estava sorrindo. Hoje não foi diferente. Ela estava resplandecente como sempre.

- Por que demorou tanto? Você nunca se atrasa. – Minha mãe perguntou em japonês também, enquanto tia Carol voltava ao seu lugar.

- Éh... – murmurei enquanto sentava no meu lugar.

Eu não fazia ideia do que falar. Quando éramos mais novos, Steven e eu ficávamos malucos quando nossa família se reunia, porque cada um falava um idioma diferente. Então meu pai criou um método para facilitar as coisas. Cada dia seria um idioma, assim nós não ficaríamos perdidos. Mas eu nunca fui boa com o japonês. Eu conseguia compreender a maioria, mas tinhas momentos em que eu ficava perdida com frases simples.

Uma garota diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora