Parte 2.
- Obrigado – Matthew diz.
Eu estava com os cotovelos apoiados sobre a ilha que havia na cozinha. Jasmim havia ido tomar banho a um tempo, então estávamos ali a quase vinte minutos.
- De nada? – A resposta saiu como uma pergunta. Eu não sabia pelo o quê, ele estava agradecendo. Ele pareceu reparar.
- Obrigado por brincar com Jasmim hoje – ele explicou.
- Não foi nada. Eu gosto de crianças – respondi sendo sincera.
Ele desviou o olhar e encarou seus dedos unidos sobre a ilha. Ele parecia pensativo.
- Você é uma garota diferente – ele murmurou.
- Por que você diz isso?
Ele ficou em silêncio por alguns instantes antes de falar de novo.
- Nunca nenhum dos meus amigos quis ficar com Jasmim antes. Muito menos brincar com ela.
Ele olhou para mim.
- Acho que não te contei o motivo de eu ter vindo para Miami – ele começou. - Quando estávamos de férias, eu levei alguns amigos para casa depois de um jogo. Uma pequena comemoração entre amigos. Meus pais não estariam em casa, eles tinham levado Jasmim para cavalgar em um sítio perto de lá. Eles voltaram antes do que eu esperava. Estavam todos sujos com lama nas botas e com o cabelo emaranhado por causa do vento. Eles vieram até mim e perguntaram se havíamos ganhado o jogo. Era normal eu levar amigos em casa, então eles não ligaram de verem tanta gente em casa.
Ele pausou e respirou fundo. Matthew fechou os olhos e continuou.
- Uma das garotas perguntou por que aqueles empregados estavam falando comigo tão informalmente. Ela disse que pessoas comuns não deviam falar com a gente daquele jeito. Ela olhou para Jasmim e disse "ainda mais aberrações". Jasmim perguntou o que era uma aberração e antes que a garota dissesse mais alguma merda, minha mãe expulsou todos de lá. No mesmo dia pegamos um voo para Miami. Três dias depois eu fui matriculado no Instituto Ross.
Ele voltou a olhar para mim.
- Por isso eu disse que você é diferente. Você não agiu como eles. Você fez o contrário. – Ele se levantou, parou na minha frente apoiando os braços na ilha atrás de mim, com os braços do meu lado. Estávamos mais próximos do que o de costume. - Quando te conheci alguma coisa chamou a minha atenção para você. Alguma coisa surgiu ali. E eu sei que é recíproco. Ainda não sei o que é, mas acho que estamos prestes a descobrir.
Ele terminou com o seu sorriso sexy de sempre. Pela segunda vez no dia eu não soube o que responder. Ele continuou olhando para meus olhos, mas houve um momento em que seus olhos passaram para a minha boca. Instantaneamente, me lembrei da última vez que ele fez isso. Steven havia aparecido e Matthew não continuou, mas aqui não teria ninguém para atrapalhar dessa vez.
Matthew se aproximou devagar como que pedindo permissão. Diferente da última vez, meu coração não acelerou e eu não fiquei tonta. Eu estava calma. Era assim que ele sempre me deixava. Fechei os olhos quando nossos narizes se tocaram, mas não me beijou. Ele levou a boca até o meu pescoço e começou a distribuir beijos me provocando. A cada beijo um novo arrepio percorria meu corpo. Cada vez seus beijos iam subindo mais em direção da minha boca. Antes dele conseguir alcança-la ouvimos um pigarreio atrás de nós.
Na mesma hora Matthew abriu um sorriso irônico e olhou para trás.
- Oi, mãe – ele diz ainda com o sorriso.
- Olá, Matthew – ela respondeu séria.
A mãe de Matthew era bem mais alta que eu. Ela parecia ter 1,75. Seus olhos – agora irritados - eram claros como os de Matthew. Seu cabelo era liso e um pouco curto, batia em seus ombros. Ela estava parada com os braços cruzados. Ela não parecia feliz. Pelo contrário, ela estava furiosa.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma garota diferente.
Genç KurguSofyh Beyller sempre foi uma garota quieta, inteligente e discreta. Seus pais, uma famosa estilista da Austrália, e um engenheiro multi bilionário vivem viajando e passam somente alguns meses em cada país. Depois de um tempo, Sofyh cansa de ficar vi...