Uma garota diferente.

Capitulo 1 - Primeiro dia.

Sofyh.

Caminho em direção a minha sacada para ver o mar. Ver as ondas quebrando na areia sempre foi uma das coisas que me fascinam e me fazem relaxar ao mesmo tempo. Fiquei olhando a vista o máximo de tempo que consegui pensando em como seria voltar as aulas. Após alguns minutos balancei minha cabeça levemente para afastar meus devaneios. Eu não queria chegar atrasada logo no primeiro dia, então sai da sacada e entrei em meu closet para me arrumar.

Meu closet não é tão grande, ele é dividido em duas partes. Na primeira ficam meus sapatos e joias. E na segunda ficam minhas roupas. Essa foi exigência que fiz a minha mãe quando estavam construindo minha casa: um closet pequeno.

Minha mãe é uma estilista da Austrália. Ela adora moda, se fosse por ela, ficaria me vestindo toda hora com uma roupa diferente. Como se eu fosse uma Barbie tamanho real.

Quando eu tinha 15 anos ela ainda me "vestia". Mas dei um basta nessa história e comecei a me arrumar sozinha. Foi na mesma época que me mudei para Miami. Faço intercâmbio a dois anos e possuo 17 anos. Meus pais não queriam deixar eu vir morar aqui, porque eu ficaria sozinha. Mas depois de eu persistir muito eles cederam e me deixaram estudar aqui com algumas condições. Uma delas seria ter uma governanta e a outra seria morar com Steven Dashinner para eu não ficar sozinha.

Estudamos na mesma escola - Steven e eu. Estamos no último ano. Ele é um desses playboys metidos a besta, mas é legal comigo. Ele acabou se tornando um irmão mais velho para mim. Fomos praticamente criados juntos. Steven é estadunidense, porém seu pai é japonês e sua mãe é brasileira. Ele é bonito, possui olhos puxados castanho escuro quase pretos, fios de cabelo lisos, é bronzeado (mas só porque vive nas praias de Miami), é popular e é Quarterback no time de futebol da escola. E como se não bastasse, ele é rico - o que faz dele um membro da Elite. Steven gosta de ficar exibindo sua Ferrari nas festas para as pessoas. Sempre fica mostrando todo dinheiro e luxo do pai dele o doutor Akira Dashinner (ou para mim, simplesmente, tio Akira).

O pai de Steven é um grande cirurgião, tem uma rede de clínicas em todo o país. Meu pai o conheceu quando precisou fazer uma cirurgia na clavícula depois de um acidente no trabalho. Meu pai é Charles Beyller, o engenheiro dono da maior rede de empresas de engenharia civil da França. Foi ele quem construiu essa casa para mim, assim que permitiu eu vir para Miami. Eu acho a casa grande demais só para Steven, os empregados e eu morarem. Mas meu pai disse que queria que eu vivesse como se eu ainda estivesse na Austrália (Tradução: ele construiu uma fortaleza para sua princesinha não ficar desprotegida).

Diferente do Steven, eu não falo para as pessoas quem sou. Ninguém do instituto em que estudo sabe como sou. Então vou para lá o mais simples possível. Passo um pouco de corretivo para disfarçar olheiras de noites mal dormidas e um pouco de rímel nos cílios. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo baixo e por último coloco meu óculos.

Após todas as semanas do verão passarem, coloco novamente o uniforme do instituto. No Instituto Intercambista Ross temos duas opções de uniforme. As meninas podem optar pelo uniforme padrão – saía pregada xadrez preta e branca, camisa social branca e o blazer preto com o brasão da escola no lado esquerdo – ou substituir a saía por uma calça social totalmente preta. Graças aos céus só somos obrigados a usar o blazer dentro do prédio do instituto por causa do calor. Como sempre vou para lá de moto, visto a calça.

Quando estou totalmente vestida desço para tomar o café da manhã. Encontro Steven sentado em uma das cadeiras na sala de jantar tomando um analgésico com café preto.

- Bom dia – digo me sentando a mesa, começando a me servir.

- Shiu, não grita. Eu estou morrendo de dor de cabeça maninha.